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Bruxismo e pandemia, existe alguma relação?

O hábito de ranger os dentes cresceu exponencialmente durante o período de tensão durante a pandemia do coronavírus.
 Bruxismo
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Um estudo publicado no Journal of Clinical Medicine, feito com cerca de 1800 habitantes de Israel e da Polônia, concluiu que os efeitos negativos no bem-estar mental provocados pela pandemia causaram um agravamento dos sintomas de bruxismo. No Brasil, os resultados preliminares de um trabalho em andamento na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) apontam que os casos de bruxismo mais que triplicaram no período, num salto de 8% para 28%.

Relatos vindos dos consultórios odontológicos também reforçam que houve um crescimento no hábito de ranger os dentes. "A pandemia foi estressante para a maioria das pessoas, causando fortes emoções como medo, ansiedade e solidão. Sabe-se que o estresse pode contribuir de diversas maneiras no desenvolvimento de doenças bucais e na incidência de disfunções nas articulações temporomandibulares e no bruxismo, como temos visto nos atendimentos", destaca a dentista Marina Frois Yamaguchi  (CRO/SP 18806). 

 Bruxismo
Foto: Unsplash
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O bruxismo é caracterizado pelo ato de ranger os dentes, podendo acometer pessoas de todas as idades e suas principais causas são estresse, ansiedade, má oclusão, idade e substâncias estimulantes. “Salientamos, ainda, que também tem sido muito comum o apertamento compulsivo, que é o hábito de apertar involuntariamente os dentes da arcada superior com a inferior”, complementa Yamaguchi .

 

O tratamento para ambos os problemas pode ser realizado com o uso de placas dentais de resina feitas sob medida, que se adaptam aos dentes do paciente, diminuindo os reflexos dentais, musculares e articulares quando de seu uso de forma contínua. “Outra opção é a aplicação de toxina botulínica, que age paralisando o músculo onde foi aplicado, levando a diminuição da intensidade de apertamento compulsivo", explica a dentista Letícia da Silva Lima (CRO/SP 136381).

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Yamaguchi  alerta, ainda, que o estresse da pandemia não contribui apenas para o aumento do bruxismo e apertamento dos dentes. "O isolamento e a preocupação com a contaminação pela Covid também motivam os indivíduos a negligenciarem padrões de alimentação e higiene oral adequados. Já o estresse é capaz de aumentar a produção e liberação do hormônio cortisol, o que pode levar à diminuição da produção de saliva e da capacidade de proteção contra infecções. Com o tempo, essas mudanças de comportamento podem causar mais cáries, doenças periodontais, perdas dentárias e de lesões por herpes simples. Além disso, por estar relacionado com um maior consumo de álcool e cigarros, é possível, ainda, associar o estresse ao desenvolvimento de câncer bucal", conclui a profissional. 

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