<p><em>Jardim de sabores! As flores saem do papel decorativo e trazem um novo universo gustativo para a alta gastronomia.</em><span></span></p>

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<p style="text-align: justify;"><span>Que as flores fazem parte do universo da <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/gastronomia/a-melhor-comida-de-aeroporto-que-ja-provei">gastronomia</a> não é novidade. Reza a lenda que são usadas desde a Idade Média, especialmente na decoração. Capuchinhas, amores-perfeitos e tagetes, só para citar algumas, costumam embelezar os pratos na <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/arthur-paek-une-culinaria-e-moda-sempre-pensando-na-estetica">culinária</a> e turbinar a vontade de comer.</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span>Mas, para além das versões ornamentais e comestíveis, há algumas flores que entram na composição das receitas de uma maneira mais efetiva e convidam os comensais à exploração de um novo universo de sabores. A lavanda, por exemplo, um tesouro de cor lilás que encanta a região da Provence, no Sul da França, pode ser encontrada nas mais diversas formas: há balas, licores (como da Maguin) e até sorvetes com toque floral. Sem falar, é claro, na variante do chá, com suas propriedades calmantes.</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span>A chef confeiteira Joana Montbabut, do Le Monument, restaurante com uma estrela Michelin no Le Monumental Maison Albar Hotels, no Porto, resgatou as suas raízes francesas para criar uma sobremesa que mescla lavanda e framboesa, em uma homenagem rasgada a sua terra natal. &ldquo;O ingrediente pode dar um sabor único, especialmente aos doces, mas tem que ser usado na dose certa para não pesar e remeter a outras referências sensoriais&rdquo;, diz. Tais referências estão ligadas a produtos cosméticos, onde a lavanda é amplamente aplicada.</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span>No caso da sobremesa elaborada nos restaurantes, foram necessárias muitas experimentações, com várias formas de uso do insumo, para se chegar ao gosto ideal. &ldquo;Fizemos pouco mais de dez versões até conseguir o equilíbrio, que deu certo com framboesa e chocolate branco&rdquo;, comenta a chef.</span></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>Na receita de Joana, foi utilizada a infusão da lavanda, que deu leveza e casou-se perfeitamente com a forma escolhida para servir o prato: uma espécie de pirulito em forma dos ramos das flores. Outra chef que aposta na matéria-prima para a sobremesa é Mari Sccioti, do Quincho, em São Paulo. Conhecida por sua cozinha apoiada nas Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANCs), onde se encaixam as flores comestíveis, ela criou uma sobremesa que consiste num creme em infusão com chá de lavanda. &ldquo;Também usamos um pouco de óleo de lavanda, que tem o sabor mais concentrado&rdquo;, explica.</span></p>
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Flores na alta gastronomia (Fotos: Divulgação)

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<p style="text-align: justify;"><span>Da França para os Emirados Árabes, mais precisamente para Dubai, a chef Ariana Bundy, à frente do Ariana&rsquo;s Persioan Kitchen, do Atlantis The Royal, não abre mão das flores em suas invenções. No seu trabalho, as rosas têm um papel fundamental, seja com uso de infusões do chá das famosas rosas iranianas, das suas pétalas na água de rosas e até no seu óleo essencial.</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span>Não é à toa que o livro assinado por ela, que está no Guia Michelin graças à explosão de sabores de sua cozinha iraniana, tem como título &ldquo;Pomegrates and Roses&rdquo;, ou seja, &ldquo;Romãs e Rosas&rdquo;, em tradução livre. Na obra, ela traz referências ao universo floral nas mais diversas formas, incluindo coquetéis como o Panj, que leva geleia de Kinkan, rum e água de rosas.</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span>Outra atração é a Morabayeh Goleh Sorkh, a geleia feita a partir de pétalas recém colhidas e água de rosas que caem bem tanto em uma torrada crocante no café da manhã ao acompanhamento de </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">proteínas, em pratos principais. Aqui, um ponto de interesse: as rosas mais recomendadas para o preparo são as de Damasco, que têm pequenas pétalas e aroma mais acentuado. Ariana também costuma usar as delicadas pétalas em preparos como arroz, sempre acompanhado pelo Advieh, mix de temperos, que ela compara à massala indiana.</span></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>Para além dos sabores de rosas, as pequenas flores, frescas ou desidratadas, ou mesmo apenas as suas pétalas, fazem parte da decoração dos pratos e da identidade da chef.</span></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>Conhecidos pela alta concentração de plantas, frutas e flores, os óleos essenciais florais também podem ser usados em doses homeopáticas e em versões comestíveis em receitas para dar um toque especial de sabores.</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span>A chef confeiteira Juliana Penteado, brasileira radicada em Lisboa, Portugal, encontrou nessa seara o toque especial para os seus doces de base francesa, mas que trazem um pensamento fora da caixa quando o assunto são os ingredientes aplicados às técnicas. &ldquo;Usamos os óleos essenciais ao nível de sabor e não de terapia. Eles têm sabores concentrados, extraídos diretamente das plantas e das flores. É uma forma de dar sabor de uma forma natural.&rdquo; Entre os aromas e paladares florais, há receitas com gerânio, flor de laranjeira, verbena, rosas e alfazema (ou lavanda). &ldquo;Há uma vertente do uso desses elementos na gastronomia, mas eles têm de ser 100% puros&rdquo;, avisa. Por isso, saber a procedência é importante. O resto é experimentação e muita inventividade.</span></p>
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Alta gastronomia: flores são as protagonistas da vez!

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