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<p><em>Do Brasil à França, da Argentina à Colômbia, mulheres estão redefinindo a sommellerie com paixão, precisão e olhar inovador.</em></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>Durante séculos, o vinho foi um território dominado pelos homens, como se a terra, a vinha e o próprio ofício da enologia respondessem apenas ao comando deles. Mas a história &ndash; e o tempo &ndash; provaram o contrário. Desde o século 19, mulheres extraordinárias desafiaram convenções e assumiram as rédeas de vinhedos e adegas, muitas vezes impulsionadas por circunstâncias inesperadas. Madame Clicquot, que transformou a Veuve Clicquot em um império, Hannah Weinberger, a primeira mulher </span><span>vigneron </span><span>de <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/los-angeles-conheca-fora-do-seu-senso-comum-e-em-sua-melhor-versao">Napa Valley</a>, dona Antónia, que salvou os vinhos do Porto, e Louise Pommery, visionária que criou o champagne brut &ndash; todas elas não apenas ocuparam um espaço que lhes foi negado, mas redefiniram a própria essência da enologia. Por muito tempo, provar competência exigia delas um esforço dobrado. Precisavam entender o terroir, decifrar os segredos da </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">fermentação e conduzir uma safra à perfeição para, então, serem reconhecidas. Até 1970, nenhuma mulher havia conquistado o prestigiado título de Master of Wine, até que Sarah Morphew Stephen quebrou essa barreira, abrindo caminho para muitas outras. Desde então, a presença feminina no universo do vinho cresceu, derrubando estereótipos e expandindo fronteiras. Sommelières assumem as chaves de adegas prestigiadas, lideram cartas de vinho em restaurantes estrelados, selecionam rótulos que refletem paixão, <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/gastronomia/tecnicas-ancestrais-inspiram-o-horizonte-da-gastronomia">técnica</a> e sensibilidade. Com confiança e domínio, brilham em competições internacionais, exploram terroirs esquecidos e resgatam tradições enológicas. Hoje, elas estão em todos os lugares: do Brasil à França, da Argentina à Colômbia, unindo rigor técnico, sensibilidade e um olhar único sobre o que é, afinal, a experiência do vinho.</span></p>
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Júlia Derado (Foto: Divulgação)

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<p><span>Trajetórias distintas</span></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>No Brasil, Daniela Bravin é um desses nomes que desafiaram o tradicionalismo do setor. Formada pela Associação Brasileira de Sommeliers em 2002, Daniela chegou ao mundo do vinho imprimindo sua marca de forma irreverente e descomplicada. Hoje, como sócia da Sede 261, um bar de vinhos despretensioso e inovador em Pinheiros, São Paulo, ela prova que o vinho pode &ndash; e deve &ndash; ser acessível, descontraído e livre de rigidez. Ainda em São Paulo, Júlia Derado transformou uma curiosidade em uma carreira de prestígio internacional. Em 2019, foi nomeada &ldquo;Dame Chevalier de L&rsquo;Ordre des Coteaux de Champagne&rdquo;, um dos maiores títulos do mundo dos espumantes. Atualmente, é diretora de vinhos do hotel Rosewood, onde sua curadoria foi premiada pela Wine Spectator. Do outro lado do oceano, em Paris, Agnese Morandi trilha seu caminho no coração da alta gastronomia. Nascida em Cesena, na Itália, cresceu longe dos grandes centros vitivinícolas, mas encontrou sua paixão no Piemonte, enquanto trabalhava no Piazza Duomo, um três-estrelas Michelin. Sua trajetória passou pelo grupo PIC (da chef Anne-Sophie Pic) e pelo restaurante Le Clarence, até se tornar chefe sommelière do Table by Bruno Verjus, eleito o melhor restaurante da França em 2024 pelo The World&rsquo;s 50 Best Restaurants. Na Colômbia, Laura Espinosa encontrou no vinho um caminho inesperado. Durante anos, seguiu uma trajetória acadêmica distinta, estudando relações internacionais e acumulando mestrados em desenvolvimento e negócios. Seu encontro </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">com a sommellerie aconteceu quase por acaso, em um curso em Buenos Aires, e se tornou paixão à primeira vista. Em 2024, foi eleita melhor sommelière da América Latina pelo 50 Best. Seu espaço em Bogotá, La Sala de Laura, não é apenas um bar, mas um manifesto, no qual coquetelaria e gastronomia se fundem para celebrar a biodiversidade colombiana. Ali mesmo, ela também comanda toda a experiência de cozinha líquida do Leo, o restaurante de sua mãe &ndash; considerado um dos melhores do mundo. Valeria Gamper, na Argentina, construiu sua carreira com disciplina e dedicação rigorosa. Inicialmente, sua trajetória parecia se desenhar na hotelaria, até que percebeu, ainda no Four Seasons de Buenos Aires, que queria entender mais sobre vinhos. Valeria acumulou títulos de peso: foi eleita melhor sommelière da Argentina em 2019 e chegou ao impressionante sexto lugar no concurso de melhor sommelier do mundo em 2023. E então há Paz Levinson, um dos nomes mais respeitados da sommellerie mundial. Sua carreira tomou proporções internacionais rapidamente: venceu duas vezes o prêmio de melhor sommelière da Argentina, foi eleita melhor sommelière das Américas e chegou ao quarto lugar no concurso de melhor sommelière do mundo. Hoje, como chef sommelière executiva do grupo PIC, coordena a carta de bebidas de diversos restaurantes estrelados Michelin, além de liderar projetos como o Argentina Reloaded, que leva vinhos argentinos para a gastronomia mundial, e o Hanae, um vinho de flores produzido na Patagônia.</span></p>
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Daniela Bravin (Foto: Divulgação)

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<p><span>O métier da sommellerie</span></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>O métier da sommellerie é um ofício que vai além de servir vinhos. &ldquo;O sommelier é o profissional encarregado do serviço de bebidas em um restaurante, responsável pela carta de vinhos, pela harmonização com a comida e, acima de tudo, por servir os comensais. Para isso, é preciso treino constante, degustação e um apreço genuíno pelo estudo&rdquo;, define Daniela Bravin. A precisão, a cultura, a inspiração e o dinamismo, aliados a uma paixão inegociável, são os pilares desse ofício para Agnese Morandi, que vê no sommelier um mediador entre o vinho e quem o bebe, um profissional capaz de traduzir terroirs, safras e estilos para quem busca mais do que apenas uma bebida. Essa capacidade de mediação é o que define a profissão para Laura Espinosa, que enxerga o sommelier como &ldquo;um intérprete do universo líquido&rdquo;. A experimentação constante e a abertura para explorar novas combinações são fundamentais para quem quer se destacar na profissão. &ldquo;Acredito em criar experiências líquidas que sejam tão complexas e emocionantes quanto os pratos que as acompanham&rdquo;, diz Laura, que se inspira nos ingredientes locais, nas técnicas ancestrais e na inovação sem perder a identidade.</span></p>
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Laura Espinosa (Foto: Divulgação)

<p style="text-align: justify;"><span>Para Valéria Gamper, ser sommelière permite viver experiências únicas e se conectar com pessoas fascinantes. &ldquo;Exige aprendizado contínuo &ndash; mesmo depois de terminar os estudos, é preciso seguir se atualizando, pois o setor está sempre evoluindo.&rdquo; Para Júlia Derado, é um exercício de empatia e conexão. &ldquo;É ter sensibilidade para entender o que o cliente busca e transformar isso em uma experiência memorável. É criar pontes entre sabores, histórias e pessoas.&rdquo; O sommelier é um elo entre o produtor e quem bebe, alguém que deve compreender a intenção por trás de cada garrafa e transmiti-la com verdade e entusiasmo. Mas a sommellerie vai além dos restaurantes e das adegas. Paz Levinson vê na profissão um universo multidisciplinar. &ldquo;Trabalhamos com viticultura, biologia, clima, química, fermentação, cultura e história.&rdquo; O sommelier é um estudioso incansável, que precisa conhecer os vinhos do mundo inteiro, mas também há chá, café, saquê, kombucha &ndash; qualquer bebida que possa proporcionar uma experiência significativa ao cliente. &ldquo;Democratizar o vinho e incluir todos os clientes, indepen- dentemente de beberem ou não álcool, também faz parte do nosso papel.&rdquo;</span></p>

Valéria Gamper (Foto: Divulgação)

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<p><span>As tendências do vinho</span></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>As tendências do mundo do vinho refletem a busca por autenticidade, identidade e equilíbrio. Existe uma mudança clara na forma como se bebe. &ldquo;Acredito que, no momento, há uma tendência de se beber menos, mas beber melhor&rdquo;, observa Agnese Morandi. O consumidor está mais atento, quer conhecer a história por trás da garrafa, entender o terroir, sentir a essência do lugar em cada gole. &ldquo;O que mais me empolga são os produtores com orgulho de suas origens, que fazem vinhos com senso de lugar, sem tentar copiar outras regiões. Vinhos honestos, que conversam com o entorno, </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">com os saberes do passado e com sua gente&rdquo;, revela Daniela Bravin. Essa busca pelo autêntico se reflete também no interesse por variedades autóctones e práticas sustentáveis. &ldquo;Os vinhos naturais e as bebidas fermentadas estão transformando a percepção de qualidade e nos aproximando das origens&rdquo;, explica Laura Espinosa, que vê nessa tendência um retorno ao essencial. Dentro dessa transformação, os vinhos brancos começam a ganhar mais protagonismo, como observa Paz Levinson. &ldquo;Vejo um crescimento dos vinhos brancos em relação aos tintos, além de um grande interesse por vinhos de baixo teor alcoólico e bebidas alternativas, como chá e café.&rdquo; Outra tendência que desperta interesse é a dos vinhos de maceração pelicular, mais conhecidos como vinhos laranja. &ldquo;Eles vêm conquistando cada vez mais espaço nas cartas&rdquo;, observa Júlia Derado, que também acompanha de perto a ascensão dos vinhos desalcoolizados. &ldquo;As harmonizações sem álcool são uma forma de explorar novos horizontes e tornar a gastronomia mais inclusiva&rdquo;, destaca Laura Espinosa, que desenvolve deli- ciosas combinações a partir de ingredientes locais, utilizando fermentação, maceração e carbonatação para criar bebidas sofisticadas e equilibradas. O que muda é o olhar de quem bebe &ndash; e o de quem escolhe o que será servido.</span></p>
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Agnese Morandi (Foto: Divulgação)

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<p><span>Regiões subestimadas</span></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>Enquanto algumas regiões brilham sob os holofotes do mercado, outras permanecem à margem, cultivando joias líquidas que poucos se aventuram a explorar. São vinhos de identidade forte, moldados pelo vento, pela altitude e pelo silêncio de séculos. Nas ilhas perdidas no Atlântico, Açores, Madeira e Canárias guardam vinhedos que desafiam o oceano. Daniela Bravin não os considera subestimados, mas sim &ldquo;pouco vistos&rdquo;. Em outro canto do mundo, Júlia Derado ecoa esse pensamento ao mencionar os vinhos de Jujuy, na Argentina, onde os vinhedos desafiam altitudes extremas e produzem rótulos que carregam o frescor da montanha. Na França, há terroirs que ainda aguardam reconhecimento à altura de sua complexidade. Agnese Morandi cita a Savoia, Auvergne e Jurançon, terras de vinhos vibrantes e expressivos que, apesar de sua riqueza, permanecem discretas aos olhos do grande público. Valeria Gamper inclui o Jura, com seus vinhos de oxidação controlada, e Paz Levinson defende o sudoeste francês, onde a diversidade de uvas e estilos ainda não encontra o mesmo prestígio de outras regiões. A Alsácia, com sua precisão aromática e vocação gastronômica, também merece mais atenção, acredita Paz. Há regiões que desafiam a lógica e ressignificam o próprio conceito de vinho. Jerez, no sul da Espanha, é uma delas. &ldquo;Uma das melhores regiões vinícolas do mundo, ainda muito acessível&rdquo;, afirma Paz Levinson. Valeria Gamper compartilha essa visão e lamenta que os vinhos fortificados de Jerez ainda sejam vistos como nicho, quando, na verdade, carregam uma tradição e um savoir-faire que transcendem gerações. Cada uma dessas regiões tem uma história para contar &ndash; de resistência, de adaptação, de ousadia. Seus vinhos são como paisagens engarrafadas, expressões puras de um território que pulsa em cada gole. Elas ainda podem não estar no centro das atenções, mas são, sem dúvida, os tesouros escondidos do mundo do vinho, aguardando os olhos e paladares curiosos daqueles que sabem que a verdadeira grandeza, muitas vezes, mora no que ainda está por descobrir.</span></p>
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<p><span>Futuro e meio ambiente</span></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>O vinho sempre foi um reflexo do tempo. Cada safra carrega os caprichos da natureza, a resiliência dos produtores, as histórias de um ano que jamais se repetirá. Mas, nos últimos momentos, o tempo parece ter acelerado. O que antes era previsível, dentro do ritmo das estações, agora se tornou uma incerteza. O clima muda, desafia, impõe obstáculos inéditos. &ldquo;As mudanças climáticas estão afetando, e muito. Os produtores terão grandes desafios pela frente&rdquo;, alerta Daniela Bravin, consciente de que o futuro da viticultura exigirá adaptação e inovação. As videiras, no entanto, são </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">resilientes. Agnese Morandi acredita que &ldquo;talvez a videira seja a planta com a maior capacidade de adaptação&rdquo;. E é essa força que impulsiona o vinho para novas fronteiras. &ldquo;A tecnologia e o clima transformarão a viticultura, permitindo o surgimento de novas regiões produtoras e abrindo novas possibilidades, como um pinot noir dinamarquês&rdquo;, prevê.</span></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>Em meio a tantas incertezas, há também um horizonte de descobertas. Para Laura Espinosa, a mudança climática já está redefinindo não apenas a produção do vinho, mas de todas as bebidas. &ldquo;O futuro será um equilíbrio entre tradição, sustentabilidade e criatividade&rdquo;, afirma. Se de um lado as vinhas precisam encontrar novas formas de sobreviver às transformações do planeta, por outro, a tecnologia avança, oferecendo ferramentas para preservar a identidade de cada terroir. &ldquo;A tecnologia está possibilitando novas formas de apresentar e compartilhar essas bebidas com o público&rdquo;, complementa Laura, sugerindo que o vinho, mesmo diante da mudança, continuará encontrando seu espaço. Mas o impacto não está distante, é real e urgente. Júlia Derado vê essa transformação acontecer de forma dramática. &ldquo;Chuvas intensas, queimadas... Algumas regiões já perderam safras inteiras&rdquo;, observa. A imprevisibilidade do clima está redefinindo não apenas onde se planta, mas como se planta. Ao mesmo tempo, a tecnologia surge como aliada. &ldquo;Ela vem ajudando a mapear cenários e trazer soluções para o cultivo em condições adversas&rdquo;, explica Júlia. Se o futuro da sommellerie é promissor, como acredita Daniela, é porque há cada vez mais pessoas interessadas no vinho &ndash; e, por consequência, mais atentas ao seu processo, ao impacto ambiental e à necessidade de preservação. O vinho, afinal, não é apenas um produto; ele é uma expressão da terra e do tempo. E, à medida que o mundo muda, ele seguirá seu curso, resistindo, transformando-se, mas nunca perdendo sua essência.</span></p>
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<p><span>Um brinde</span></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>Ser sommelière é mais do que apenas decifrar garrafas; é contar histórias por meio do vinho. Cada uma dessas mulheres carrega em sua trajetória uma revolução silenciosa &ndash; a transformação do mundo do vinho em um espaço mais diverso, aberto e sensível. Em cada harmonização que fazem, em cada seleção cuidadosa de um rótulo, há um compromisso com o ofício e com a cultura do vinho, uma entrega que transcende o serviço e se torna arte. O vinho, afinal, não é apenas um produto &ndash; ele é tempo engarrafado, uma expressão da terra, das pessoas que o fazem e daqueles que o servem. Hoje, são as mulheres que estão redefinindo esse caminho, com maestria, paixão e um olhar atento ao futuro. O brinde do amanhã já tem um novo toque &ndash; e ele é conduzido por mãos femininas.</span></p>
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Sommelières do mundo: mulheres redefinem a enologia

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