Marni traz vivência e sensibilidade para a NYFW
Para a temporada mais quente do ano, a Marni explorou e trouxe para as passarelas novaiorqueinas um lado sensível e profundo. Confira!
Depois da Fendi, foi a vez da Marni estrear em Nova York tendo a ideia de movimento e tempo, metaforicamente representada pelo pôr-do-sol, guiando a coleção apresentada no DUMBO (Down Under Manhattan Bridge Overpass, em português passagem embaixo da Manhattan Bridge), novo bairro erguido em uma região onde funcionavam fábricas no Brooklyn. A passarela foi montada sob uma ponte, com os trens funcionando normalmente sobre as cabeças dos convidados e reforçando o mote da apresentação. “Pedimos a Dev Hynes e a The String Orchestra of Brooklyn para nos ajudar a pegar o trem na hora certa”, diz o estilista no texto sobre o show, comentando a trilha sonora nervosa que acompanhou os modelos. Quer algo mais 1990, quando os desfiles foram transportados para cenários alternativos e o glamour era exatamente a ausência de glamour? Na coleção, esse mesmo período reverbera na beleza desconstruída e no design minimalista, com cintura baixinha, e agora sem gênero como o diretor criativo Francesco Risso sempre defendeu em suas criações. Cores quentes formando círculos psicodélicos conectaram os looks sequinhos contrastados com alfaiataria quadrada, em uma abordagem interessada no conforto do corpo. Reforçando o tema poético e esse revival há, por trás, vivência, sensibilidade e reflexão do estilista, em uma espécie de digestão do período pandêmico e, depois, a abertura que o levou ao deslocamento do show para Nova York e que deve se expandir para outros lugares nas próximas temporadas.