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<p><em>Neuromito! Vivemos na cultura da pressa. Porém, alternar atividades repetidamente, em vez de tornar você mais produtiva e ganhar tempo, pode estar fazendo seu cérebro gastar mais energia, perder a concentração e ter cansa&ccedil;o mental.</em></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>Fazer mil coisas ao mesmo tempo não significa ser produtiva ou eficiente. É o que diz a neurociência, que comprova que não conseguimos fazer duas atividades que demandem atenção <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/dieta-mind-e-a-saude-cognitiva-masculina-saiba-o-que-e">cognitiva</a> ao mesmo tempo de forma plena e vem mostrando que o excesso de estímulos rápidos pode piorar a <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/nomofobia-brasileiros-sao-afetados-pela-ansiedade-da-desconexao">ansiedade</a> e reduzir sua produtividade no longo prazo. &ldquo;No fim do dia, pode dar aquela sensação de cansaço mental, aquele </span><em>brain fog</em><span>, dificuldade de lembrar das coisas e até irritabilidade. Pior, muitas vezes a gente acha que está sendo megaprodutiva, mas, na verdade, está demorando até mais para concluir aquela tarefa e até cometendo erros&rdquo;, alerta Esthela Oliveira, médica do esporte e pós-graduada em medicina integrativa pelo Albert Einstein. Em outras palavras, às vezes, desacelerar pode ser a melhor forma de avançar. &ldquo;Ao alternar atividade, perdemos até 20% de produtividade, destruindo nossa capacidade de concentração e sobrecarregando o cérebro&rdquo;, diz Caroline Garrafa, especialista em neurociência pela Santa Casa de São Paulo, máster de Programação Neurolinguística (PNL) e fundadora da Santé. &ldquo;A neurociência mostra que o cérebro não é feito para o que chamamos de multitarefas, que exigem atenção cognitiva ao mesmo tempo. Na verdade, se trata de um &lsquo;switch-tasking&rsquo; &ndash; ou seja, alternância rápida de uma tarefa para outra. Isso gera um custo cognitivo: cada vez que trocamos de atividade, perdemos eficiência e gastamos mais energia mental.&rdquo; Pesquisas mostram que essa troca frequente prejudica a retenção de informações e a capacidade de concentração em longo prazo. &ldquo;Um estudo clássico da Universidade da Califórnia, em Irvine, mostrou que, ao sermos interrompidos ou alternamos tarefas constantemente, levamos até 25 minutos para retomar o foco total. Além disso, um estudo da American Psychological Association (APA) revelou que a multitarefa pode reduzir a produtividade em até 40%, dependendo da complexidade dos processos. Outra pesquisa, da Universidade Stanford, mostrou que pessoas que realizam múltiplas tarefas simultaneamente têm uma queda significativa na eficiência e na retenção de informações, pois o cérebro perde tempo e energia ao alternar entre atividades&rdquo;, enumera Caroline. A ciência comprova que </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">só conseguimos focar uma atividade cognitiva por vez, e a alternância tem um custo. &ldquo;Uma pesquisa da Universidade Stanford revelou que pessoas que tentam realizar múltiplas tarefas ao mesmo tempo têm mais dificuldade em filtrar distrações, o que prejudica a memória e o aprendizado.&rdquo; Exemplo prático: conseguimos andar e mascar chiclete ao mesmo tempo porque são atividades automáticas. Mas tentar responder a uma mensagem enquanto assistimos a uma palestra compromete a retenção de ambas as informações. &ldquo;O cérebro tem uma capacidade limitada de processamento cognitivo, e tentar realizar múltiplas tarefas complexas simultaneamente resulta em uma competição por recursos cognitivos, o que compromete a performance em ambas as atividades&rdquo;, observa Roseméri Simon Bernardi.</span></p>
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Foto: Pexels

<p style="text-align: justify;"><span>Fato é que nós, mulheres, historicamente (e evolutivamente), assumimos múltiplos papéis &ndash; profissionais, mães, cuidadoras, gestoras do lar &ndash; e acabamos acreditando que a multitarefa é a única saída para dar conta de tudo. No entanto, apesar de parecer uma solução, a multitarefa pode gerar mais cansaço e menor eficiência. &ldquo;Quanto mais alternamos entre tarefas, mais ativamos o córtex pré-frontal, que consome grande parte da nossa energia mental. Isso pode gerar fadiga e dificultar a tomada de decisões ao longo do dia&rdquo;, explica Caroline. &ldquo;O cérebro feminino tem essa capacidade de gerenciar várias tarefas ao mesmo tempo. Só que, obviamente, essa conta chega, tem um custo. Cada vez que a gente troca de uma tarefa para outra, a gente gasta mais glicose no cérebro e libera mais neurotransmissores, como dopamina e noradrenalina, e óbvio que isso drena a nossa energia&rdquo;, conta Esthela. Nesse caso, os principais riscos são a sobrecarga cognitiva, quando o córtex pré-frontal fica exausto, reduzindo nossa capacidade de resolver problemas e tomar decisões; aumento do estresse, uma vez que o cérebro entra em um estado de alerta constante, elevando os níveis de cortisol; fadiga mental e procrastinação, já que, quanto mais sobrecarregado o cérebro, mais difícil se torna iniciar e concluir tarefas; e diminuição da memória, porque a multitarefa prejudica o hipocampo, área responsável </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">pelo aprendizado. &ldquo;Outros efeitos são diminuição na capacidade de processamento cognitivo; estresse e ansiedade, uma vez que o cérebro está constantemente tentando acompanhar múltiplas demandas; diminuição da memória, a curto prazo, dificultando a retenção de informações; erros e ineficiência no desempenho das tarefas&rdquo;, avisa Roseméri. &ldquo;Estudos neurocientíficos mostram que a alternância entre tarefas exige mais recursos cognitivos e energia mental. Isso ocorre porque o cérebro precisa reconfigurar-se a cada mudança de tarefa, o que consome mais glicose e oxigênio. O resultado disso é uma legião de mulheres exaustas&rdquo;, continua ela.</span></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>Dessa forma, deixamos de ser produtivas para ir alimentando um burnout. &ldquo;A sensação de produtividade ao fazer várias coisas ao mesmo tempo pode ser ilusória. Quando não permitimos que o cérebro tenha momentos de foco profundo, entramos em um estado de hiperatividade mental, que pode aumentar os níveis de cortisol (o hormônio do estresse). Com o tempo, isso pode levar ao esgotamento e, paradoxalmente, reduzir nossa produtividade&rdquo;, diz Caroline. Nesse ciclo de querer dar conta de tudo, na verdade só está se desgastando. &ldquo;O corpo começa a produzir mais cortisol e aí entra no efeito cascata. Piora o sono, mexe com a imunidade, afeta o metabolismo, engorda, mexe com a libido. E aí, quando a gente vê, já está naquele estado de exaustão. Esse caminho é o caminho direto para o burnout &ndash; um colapso do organismo como um todo&rdquo;, afirma Esthela. Lembre-se que o corpo fala, e antes do burnout vem o burnon; portanto, se estiver sentindo esgotamento mental constante e perda de interesse por atividades que antes davam prazer, precisa de uma pausa e autorreflexão para não chegar ao colapso do burnout. &ldquo;Muitas mulheres negligenciam esses sinais por achar que é normal ou se cobrar dar conta e acabam sofrendo burnouts severos&rdquo;, alerta Caroline. E piora, porque os riscos vão muito além dos relacionados ao cérebro e ao cansaço. O estado de alerta afeta o corpo todo, as nossas reações, a nossa produção hormonal, o funcionamento dos nossos órgãos e sistemas. &ldquo;Então, isso aumenta o estresse oxidativo, acelera o envelhecimento cerebral e pode intensificar, inclusive, o risco de doença neurodegenerativa. Estamos falando de Alzheimer e de outras doenças, em lon</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">go prazo. E há o impacto hormonal: como a produção de cortisol aumenta, pode bagunçar o ciclo menstrual e esse pode afetar a libido&rdquo;, fala Esthela. E aumenta a tão comentada inflamação. &ldquo;Um corpo inflamado cronicamente pode acarretar doenças, inclusive o câncer. Então não é só uma questão cerebral de cansaço, é uma questão sistêmica mesmo.&rdquo;</span></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>Quer saber outro hábito aparentemente inofensivo que prejudica sua saúde mental? Acelerar os áudios de WhatsApp em duas vezes. Dessa forma, você acelera também a ansiedade. &ldquo;Embora pareça uma forma eficiente de ganhar tempo, ouvir mensagens em alta velocidade sobrecarrega o cérebro, que precisa trabalhar mais rápido para decodificar a fala, ativando regiões associadas ao estresse. Isso pode desencadear um estado de ansiedade e reforçar um padrão de hiperprodutividade, como se estivéssemos sempre correndo contra o tempo, alimentando a sensação constante de urgência&rdquo;, alerta ela, acrescentando que, ao consumir informações dessa forma, o cérebro tem menos tempo para consolidar o aprendizado. Ou seja, podemos até &ldquo;ouvir&rdquo; mais, mas retemos menos. &ldquo;Todo mundo quer ganhar tempo, todo mundo quer acelerar, e realmente áudios longos... Mas pode ser um tiro no pé, porque o cérebro precisa processar essa informação muito mais rápido do que o normal e, dependendo da profundidade ou da dificuldade da informação, o trabalho é muito maior para ele, o que aumenta a liberação de adrenalina e coloca a gente no estado de alerta&rdquo;, reforça Esthela. Quando sobrecarregamos o cérebro dessa forma, ele perde a capacidade de relaxar. Isso prejudica funções cognitivas como memória e tomada de decisão. Como sair desse círculo vicioso? Criando intervalos para descanso mental entre as tarefas e treinando sua atenção plena, focando uma coisa de cada vez. A melhor alternativa, segundo a neurociência, é o monotasking, que melhora a concentração e reduz a fadiga mental. Se for uma tarefa longa, a saída é planejá-la em partes predeterminadas por período para não ficar alternando atenção e gastando mais energia do que o necessário. Acredite: isso melhora sua produtividade e protege seu bem-estar.</span></p>

Cansaço mental? O problema pode ser a multitarefa!

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