Do frenesi &agrave; beira-mar dos azuis de Cannes, na C&ocirc;te d&rsquo;Azur, &agrave;s tradi&ccedil;&otilde;es hist&oacute;ricas e belezas culturais de Paris, um convite por hoteis ic&ocirc;nicos

Do frenesi &agrave; beira-mar dos azuis de <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/cannes-2024-elegancia-de-dia-e-a-noite-no-festival">Cannes</a>, na C&ocirc;te d&rsquo;Azur, &agrave;s tradi&ccedil;&otilde;es hist&oacute;ricas e belezas culturais de <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/paris-em-dois-tempos">Paris</a>, um convite por caminhos repletos de poesia em <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/viagem/lele-saddi-da-dicas-de-hoteis-incriveis-para-a-sua-proxima-viagem">hoteis ic&ocirc;nicos</a>. Confira!&nbsp;

Havia uma efervesc&ecirc;ncia na Europa, sobretudo na Fran&ccedil;a, entre os anos de 1871 e 1914. Esse per&iacute;odo, marcado pelo crescimento econ&ocirc;mico, pelo avan&ccedil;o da ci&ecirc;ncia e da tecnologia e pelo surgimento de express&otilde;es art&iacute;sticas de vanguarda, foi denominado de belle &eacute;poque. A joie de vivre, ou alegria de viver, da capital do pa&iacute;s tamb&eacute;m foi vista nas obras de urbaniza&ccedil;&atilde;o espalhadas pela regi&atilde;o, em que se destacaram o alargamento das ruas e a conclus&atilde;o da Dama de Ferro, essa pr&oacute;xima dos jardins do Trocad&eacute;ro e do Rio Sena. Distante dali, em Deauville, uma &aacute;rea do departamento de Calvados, os empres&aacute;rios do ramo do turismo vinham investindo na constru&ccedil;&atilde;o de cassinos e de hot&eacute;is que pudessem acomodar os visitantes interessados no balne&aacute;rio de festas animadas e de geografia &iacute;mpar. Entre esses nomes estava o de Fran&ccedil;ois Andr&eacute;, fundador de uma das redes hoteleiras das mais estimadas do mercado e respons&aacute;vel pela aquisi&ccedil;&atilde;o e amplia&ccedil;&atilde;o de outros endere&ccedil;os, caso do Le Majestic, em Cannes. Em 1962, rebatizou a organiza&ccedil;&atilde;o de Grupo Barri&egrave;re, mantendo como premissas a excel&ecirc;ncia operacional, a qualidade dos servi&ccedil;os e a arte de viver francesa. Em uma parceria refinada diariamente, a fam&iacute;lia compartilhou a dire&ccedil;&atilde;o dos dois bra&ccedil;os da grife, o Groupe Lucien Barri&egrave;re (GLB) e a Soci&eacute;t&eacute; Fermi&egrave;re du Casino Municipal de Cannes (SFCMC). Os n&uacute;meros que a marca re&uacute;ne demonstram a extens&atilde;o desse trabalho, a contar os 7 mil colaboradores empenhados nas cerca de 50 atividades voltadas para a hospitalidade.

Nos dias em que estive no territ&oacute;rio franc&ecirc;s, pude conhecer dois dos endere&ccedil;os da rede: o Le Majestic, em Cannes, e o Fouquet&rsquo;s, em Paris. Era uma segunda-feira de manh&atilde; quando desembarquei em Nice e atravessei a Avenida Croisette para chegar ao hotel. Rota-s&iacute;mbolo do lugar, essa art&eacute;ria de 2,5 quil&ocirc;metros &eacute; utilizada por aqueles que andam de olho na paisagem do Mar Mediterr&acirc;neo e de ouvidos colados no burburinho das celebridades que transitam por l&aacute;. Sua hist&oacute;ria remonta &agrave; &eacute;poca em que os peregrinos utilizavam o caminho, ainda de terra, para visitar a abadia da Ilha de Saint-Honorat, passando pela decis&atilde;o da prefeitura em transform&aacute;-lo em um cal&ccedil;ad&atilde;o no ano de 1853, at&eacute; a constru&ccedil;&atilde;o dos edif&iacute;cios do Carlton, do Casino Municipal e das diversas vers&otilde;es do Palais des Festivals et des Congr&eacute;s, onde acontece a prestigiada festa do cinema internacional.

Entre os muitos pr&eacute;dios que preenchem a orla com suas est&eacute;ticas diversas est&aacute; o Le Majestic, desenvolvido pelo empres&aacute;rio Henri Ruhl. Para dar asas ao desenho do arquiteto Th&eacute;o Petit, autor do Le Normandy, em Deauville, ele adquiriu o H&ocirc;tel Beau Rivage e uma propriedade adjacente, a Villa des Enfants. As antigas estruturas foram demolidas, e o maci&ccedil;o contornado por linhas art d&eacute;co invadiu o cintur&atilde;o da Croisette. J&aacute; se contava o ano de 1926 quando parte do pal&aacute;cio &ndash; a ala leste e o corpo central &ndash; abriu as portas para os h&oacute;spedes.
Dizem que os Barri&egrave;re costumavam hospedar-se nos mesmos cinco quartos, do 642 ao 646, com exce&ccedil;&atilde;o das semanas em que eram realizadas as edi&ccedil;&otilde;es do Festival de Cinema e da ocasi&atilde;o em que Paul Newman se esqueceu de fazer as reservas para participar do evento &ndash; sem hesitar, eles cederam as su&iacute;tes para o ator americano.

Erguida no terreno onde estava o Banque de France, a nova instala&ccedil;&atilde;o conservou o estilo dos anos de 1930, exemplificada pelas janelas em arco, e adicionou elementos modernos ao interior. Como afirmou Renaud d&rsquo;Hauteserre, respons&aacute;vel pela transforma&ccedil;&atilde;o, &ldquo;a atra&ccedil;&atilde;o de La Croisette se exerce principalmente gra&ccedil;as ao seu patrim&ocirc;nio arquitetural, suas fachadas belle &eacute;poque e anos loucos, que contam t&atilde;o bem a sua hist&oacute;ria&rdquo;. Com atuais 263 quartos, 86 su&iacute;tes, sete su&iacute;tes excepcionais e uma penthouse; tr&ecirc;s restaurantes e quatro bares; al&eacute;m dos eixos de lazer, de neg&oacute;cios e de bem-estar que incluem, respectivamente, sala de cinema com 35 lugares, cassino, clube de praia e kid&rsquo;s club; espa&ccedil;o para eventos e reuni&otilde;es formado de 17 salas e o SPA Diane Barri&egrave;re, o maci&ccedil;o arquitet&ocirc;nico do Le Majestic se mant&eacute;m como um dos destinos tur&iacute;sticos essenciais da C&ocirc;te d&rsquo;Azur.

Marcas da &aacute;gua

&Agrave; beira-mar, aproveitando a tranquilidade do local fora de temporada, pude fazer alguns dos passeios. Antes deles, por&eacute;m, me deliciei com a culin&aacute;ria oferecida, que, claro, n&atilde;o poderia ser mais saborosa, tendo &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o as receitas do chef Mauro Colagreco, respons&aacute;vel pelo card&aacute;pio do Restaurante La Plage, em frente ao Mediterr&acirc;neo, de onde se revelam a natureza preservada do Maci&ccedil;o de Esterel e a beleza das Ilhas L&eacute;rins.

&Agrave; tarde, no espa&ccedil;o de 450 metros quadrados do SPA Diane Barri&egrave;re, experimentei o tratamento que utiliza os cosm&eacute;ticos da marca KOS Paris, lan&ccedil;ados por Sophie Allouche. De energia renovada, comecei o dia visitando a Ilha de Sainte-Marguerite, a maior das Ilhas L&eacute;rins, cercada por &aacute;guas de um cristalino singular. H&aacute; aqueles que preferem...

A joie de vivre, OU ALEGRIA DE VIVER, DA CAPITAL DO PA&Iacute;S TAMB&Eacute;M FOI VISTA NAS OBRAS DE urbaniza&ccedil;&atilde;o ESPALHADAS PELA REGI&Atilde;O, EM QUE SE DESTACAM O ALARGAMENTO DAS RUAS E A CONCLUS&Atilde;O DA Dama de Ferro, ESSA PR&Oacute;XIMA DOS jardins do Trocad&eacute;ro E DO Rio Sena.&nbsp;

Luz e estrelas

Com o sol despontando pela janela do quarto, o dia seguinte ficou ainda mais bonito. Por mais que houvesse a ver e a experimentar, era hora de arrumar as malas e seguir para Paris, lar do Barri&egrave;re Fouquet&rsquo;s. Localizado em uma &aacute;rea prestigiada da metr&oacute;pole, pr&oacute;ximo ao Arco do Triunfo, na esquina das Avenidas George V e Champs Elys&eacute;es, o passado desse empreendimento nos leva ao fim do s&eacute;culo 19, quando o caf&eacute; Le Criterion servia de parada para os cocheiros que esperavam o t&eacute;rmino das corridas do hip&oacute;dromo de Longchamp para buscar seus passageiros. Algum tempo mais tarde, no ano de 1899, o comerciante Louis Fouquet comprou o lugar e o converteu no The Criterion-Fouquet&rsquo;s Bar. Em 1903, chamado de L&rsquo;Escadrille, foi eleito o local preferido dos aviadores, sendo visitado at&eacute; mesmo pelo cientista e aeronauta brasileiro Alberto Santos-Dumont. L&eacute;opold Mourier popularizou a brasserie como &ldquo;um lugar para se estar em Paris&rdquo;, incluindo em sua clientela o ator Jean Gabin e o cineasta Claude Chabrol.

No fim da d&eacute;cada de 1980, com os caixas vazios, o Fouquet&rsquo;s quase foi demolido para dar lugar a um centro comercial. A not&iacute;cia mobilizou frequentadores c&eacute;lebres e influentes, e o debate por sua manuten&ccedil;&atilde;o chegou at&eacute; o ministro da Cultura, Jack Lang, que o inseriu na lista de monumentos hist&oacute;ricos. Partiu de Diane a ideia de traz&ecirc;-lo para o Grupo Barri&egrave;re, permitindo que a identidade e o glamour do im&oacute;vel continuassem a emocionar seus clientes. De 1998 a 2006, a constru&ccedil;&atilde;o do hotel Fouquet&rsquo;s Paris revelou aos poucos o layout projetado por Edouard Fran&ccedil;ois, inspirado na estrutura do caf&eacute; centen&aacute;rio. Personifica&ccedil;&atilde;o do luxo e do conforto, os 101 quartos e su&iacute;tes foram apresentados pelo designer de interiores Jacques Garcia em cores modernas, acabamentos delicados e mobili&aacute;rio sofisticado. Aqui, o SPA Diane Barri&egrave;re faz uma refer&ecirc;ncia a um apartamento parisiense tradicional e se estende em 750 metros quadrados. S&atilde;o cinco salas de tratamento, sauna, sauna a vapor e piscina.

O grande destaque do hotel, segundo seus representantes, &eacute; levar os convidados a jornadas sensoriais, sobretudo nos bares e nos restaurantes, por meio de sabores aut&ecirc;nticos. Com paredes decoradas de retratos de estrelas de cinema, o sal&atilde;o da brasserie Fouquet&rsquo;s mostra um desfile bem coordenado das receitas assinadas por Pierre Gagnaire. Na companhia de um jardim e de uma biblioteca, as mesas do Joy recebem os temperos da culin&aacute;ria contempor&acirc;nea, enquanto o La Marta Paris investe no mist&eacute;rio atr&aacute;s de uma porta escondida. Casa noturna, bar, restaurante, caixa de joias, um tanto de cada coisa, a casa foi toda revestida com pain&eacute;is de estampas de toile de jouy, para aconchegar e descontrair os grupos animados que dan&ccedil;am ao som de DJs.

Nessa trip, escolhi dois pontos da metr&oacute;pole para ver mais de perto. O primeiro foi o Mus&eacute;e du Luxembourg, pr&oacute;ximo do Jardin du Luxembourg, considerado um dos jardins mais bonitos da Europa. O museu &eacute; conhecido pela programa&ccedil;&atilde;o que perpassa temas diversos da arte, al&eacute;m de ser um dos centros culturais mais antigos do pa&iacute;s. No dia em que estive l&aacute;, pude ver a retrospectiva Tarsila do Amaral: Pintando o Brasil Moderno. O conjunto das obras escolhidas para a mostra priorizou sua contribui&ccedil;&atilde;o para os movimentos modernista e antropof&aacute;gico.

Terra de uma das principais semanas de moda do planeta, era imposs&iacute;vel estar em Paris e n&atilde;o conferir as exposi&ccedil;&otilde;es do Palais Galliera. As mostras organizadas no edif&iacute;cio neo-renascentista se destinam &agrave; reflex&atilde;o do passado (e do futuro) do vestu&aacute;rio e ao resgate da produ&ccedil;&atilde;o dos estilistas e de demais criadores. At&eacute; 16 de mar&ccedil;o de 2025, o centro recebe os chap&eacute;us elaborados pelo modista brit&acirc;nico Stephen Jones, autor de pe&ccedil;as que foram celebradas pelo cantor Boy George e por muita gente do circuito, de Christian Dior a Jean Paul Gaultier. Com mais de 400 artigos, a colet&acirc;nea &eacute; deslumbrante. Mais francesa, imposs&iacute;vel.

Cannes-Paris: tradições históricas, belezas culturais e lindos hoteis

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