Paloma Bernardi em entrevista exclusiva para a L’Officiel Brasil
Paloma Bernardi vai protagonizar o filme ‘TPM, meu amor’, que chega aos cinemas em agosto
Paloma Bernardi teve um grande desafio, viver na pele da Bateseba, ou Bate-seba, na série Reis, da Record. A atriz tirou de letra. Foi impecável. Viveu a personagem com maestria e fez uma belíssima interpretação. Paloma fala da importância de interpretar esse personagem tão rico. "Como qualquer início de trabalho, sempre dá aquele friozinho na barriga, e esse em específico foi um grande desafio, pois eu estava contando a história do rei Davi, que é conhecida mundialmente, não só pela parte religiosa, mas também pela parte histórica", conta a atriz.
Aos 38 anos, Paloma soma grandes projetos, vai protagonizar o filme ‘TPM, meu amor’, que chega aos cinemas em agosto e atualmente também pode ser vista nas telonas com o filme 'Ninguém é de Ninguém', vivendo a vilã Gioconda. Sobre o longa ela falou: "Sempre mergulho nos meus papéis, me doo ao máximo fazendo com que a personagem se torne parte de mim, ainda que possua uma personalidade diferente da minha. “Ninguém é de Ninguém” vai abordar relacionamentos tóxicos e abusivos de dois casais, trazendo assuntos importantíssimos sobre saúde mental e espiritualidade também", comenta a atriz que nas próximas linhas conversa com exclusividade com a L’Officiel Brasil.
L'OFFICIEL: Como foi interpretar Bate-seba na série Reis? Você fez algum laboratório para viver a personagem?
PALOMA BERNARDI: Como qualquer início de trabalho, sempre dá aquele friozinho na barriga, e esse em específico foi um grande desafio, pois eu estava contando a história do rei Davi, que é conhecida mundialmente, não só pela parte religiosa, mas também pela parte histórica. Tudo isso com uma personagem icônica, a Bate-Seba, que já está no subconsciente do público, principalmente dos que leem a bíblia. Bate-Seba é uma mulher que vivia muitos conflitos afetivos, muita perturbação entre razão e emoção, traição, morte, culpa, ou seja, um prato cheio para qualquer ator. Então o mergulho foi muito profundo e repleto de estudo. Primeiro, individualmente, encontrando essa mulher, essas sensações e as emoções em mim. Depois, ensaiando com a preparadora de elenco e com os outros atores para buscar química e as relações com cada um. Por último, um trabalho de reconhecimento cultural da região e época que a trama se passa. O processo foi muito árduo e acredito que ninguém faz nada sozinho, eu contei com pessoas ao meu lado para me ajudar a dar vida à essa história e eu sou muito grata e feliz com o resultado.
L'OFFICIEL: E como foi essa despedida de Reis? Fale um pouco da emoção que muitas vezes se transformou em lágrimas durante a série.
PALOMA BERNARDI: Me despedir de um personagem é sempre uma dor, porque muitas vezes a gente passa mais tempo vivendo essa história do que a nossa própria vida. Mas eu posso dizer que esse trabalho vai ficar marcado na minha história, foi um dos mais difíceis da minha vida. A Bate-Seba sofreu tanto que fui às lágrimas diversas vezes, não só pela história da personagem, mas pela minha história de vida e pelos meus objetivos e sonhos que ainda quero realizar. Tive momentos de muita dor, onde eu já não sabia mais se era a Bate-Seba ou a Paloma, e eu acredito que um dos caminhos que nós temos como atores para dar vida aos nossos personagens são as nossas experiências. Muitas dores que eu já vivi, principalmente durante todo esse processo, serviram de combustível para dar vida a minha arte como Bate-Seba. Então, valeu a pena cada lágrima! Porque a cada cena que eu fazia, sentia que era uma cura, era tão intenso que jamais vou esquecer. Eu tenho até um exemplo de cena, quando o primeiro filho de Bate-Seba com Davi, que é o filho do pecado, morre. Eu passei o dia no estúdio motivando essa dor e chorando com isso. Quando eu gravei a cena, eu estava sentada na frente da cama de olhos fechados, conectada comigo mesma e tudo acontecendo em volta. Já com o bebê no meu colo, desabei de chorar. Ali foram lágrimas da Paloma mesmo, foi uma dor do fundo da minha alma, pois estava me colocando no lugar das mães que perderam seus filhos, e como tenho o sonho de me tornar mãe, foi muito intenso. Vou levar essa personagem no meu coração pra sempre e eu sou muito grata por me confiarem essa história.
L'OFFICIEL: Você emendou um trabalho ao outro e agora está nas telonas vivendo a vilã Gioconda, no longa 'Ninguém é de Ninguém'. Como foi o preparo pra fazer uma personagem após outra e o que podemos esperar dela?
PALOMA BERNARDI: É sempre necessário muita dedicação e estudo, ainda mais quando vivemos duas personagens bem diferentes, de épocas e culturas distintas. Sempre mergulho nos meus papéis, me doo ao máximo fazendo com que a personagem se torne parte de mim, ainda que possua uma personalidade diferente da minha. 'Ninguém é de Ninguém' vai abordar relacionamentos tóxicos e abusivos de dois casais, trazendo assuntos importantíssimos sobre saúde mental e espiritualidade também. Gioconda, minha personagem, é a antagonista da trama, uma mulher com personalidade forte que sofre de ciúmes, paranóias e possessividade, ou seja ela sua mente é sua maior inimiga. É uma trama que propõe uma grande reflexão acerca dessas pautas importantes.
L'OFFICIEL: O que você mais gosta de interpretar? Uma vilã ou mocinha?
PALOMA BERNARDI: Eu gosto de contar histórias! Difícil escolher entre vilã ou mocinha, o colorido de uma personagem passa por toda potência e diversidade humana. Nós, seres humanos, somos nossa maior matéria prima de trabalho, fazendo com que todas histórias sejam interessantes para se contar... com suas sombras e luz, altos e baixos, personalidades,conflitos, intensidades e particularidades.
L'OFFICIEL: Com essa agenda lotada sobra tempo pra cuidar do corpo e da mente? Se sim, quais as atividades que está fazendo?
PALOMA BERNARDI: Sempre cuidei bastante do meu corpo, mantendo uma alimentação saudável, praticando exercícios físicos e dança. Quanto aos cuidados com a pele, faço skincare sempre que posso, mas nada de maneira exagerada, o equilíbrio é a alma do negócio e sou a favor de viver a vida feliz, sem paranoias estéticas e aceitando minha genética, com saúde em primeiro lugar. Em relação a mente não pode ser diferente, né?
Minha saúde mental é algo que eu priorizo demais. Nos anos da pandemia eu comecei a fazer terapia e procurei me conhecer melhor, essas práticas foram muito importantes naquele período complicado e eu adotei pra vida. Hoje o autoconhecimento, juntamente com a minha conexão com a fé, que sempre foi muito presente em toda minha vida, vem me fazendo muito bem, reconhecendo dia a dia a mulher que sou, me fortalecendo e amadurecendo minhas escolhas.
L'OFFICIEL: Como está seu coração hoje? Preenchido ou aberto para um novo amor?
PALOMA BERNARDI: Meu coração está batendo forte pela vida, pelo meu trabalho, minha arte, minha família, meus sonhos. Tenho cuidado bem do meu coração trabalhando o amor próprio, priorizando estar em paz com tudo aquilo que almoço na minha vida.
L'OFFICIEL: Você decidiu congelar os óvulos. Porque desta decisão e quais conselhos você daria para quem também pensa nisso?
PALOMA BERNARDI: Foi uma decisão que eu tomei no passado depois de pensar bastante sobre a saúde dos óvulos da mulher. O Dr. Matheus Roque me auxiliou no procedimento e me deixou segura para seguir com essa minha decisão, que aconteceu a partir da minha realização profissional e do meu desejo de seguir atuando por muito mais tempo. Porque nós mulheres não desejamos apenas ser mães, temos outras prioridades, outros sonhos, outros objetivos de vida que nos faz, de repente, realizar esse sonho um pouco mais pra frente. O congelamento é um procedimento que aumenta a probabilidade de eu engravidar de forma segura, me permitindo abraçar esse sonho quando achar a hora certa para mim, quando eu achar que estou dando passos pessoais onde eu possa viver essa realidade e conciliar minha carreira profissional, com minha carreira artística e a vida pessoal.
Hoje a tecnologia permite que a mulher viva de forma mais independente as suas prioridades de vida em cada fase, em cada momento, permitindo que ela viva aquilo que ela é e aquilo que ela quer ser, tudo no seu próprio tempo. O congelamento é uma opção que eu acredito que quem tenha condições, avalie e pense com carinho.
L'OFFICIEL: Você é bem participativa na internet. Como é a sua ligação com as redes sociais?
PALOMA BERNARDI: Acho que é uma relação de amor e ódio, porque eu gosto muito e quando me vejo estou ali por horas, preciso me observar e por limites pra viver a vida real e não só a digital. Mas de qualquer forma, acredito que as redes sociais tem seus pontos positivos para se conectar com o mundo, para me aproximar dos meus seguidores, para reverberar a minha arte e de alguma maneira dividir um pouco daquilo que sou e acredito. Agora, negativamente sinto também que a internet, no modo geral, é terra de ninguém e precisamos nos blindar, ficar atentos.
L'OFFICIEL: Qual é a tendência de moda que você está usando mais?
PALOMA BERNARDI: Ultimamente tenho apostado bastante em acessórios para deixar o look mais despojado como maxi colares e brincos. Também gosto de tecidos com brilho e metalizados que estão super em alta. No dia a dia, costumo usar peças mais oversize, principalmente preto e branco.
L'OFFICIEL: Quais são seus maiores sonhos?
PALOMA BERNARDI: Vida longa com saúde para todos os meus, construir uma família a base do amor construído dia a dia, continuar respirando arte e um sonho próximo: desbravar Madrid e Barcelona.
L'OFFICIEL: Como você definiria Paloma Bernardi em 3 palavras?
PALOMA BERNARDI: Profunda, espiritualizada e acolhedora.