Percorremos a capital da Fran&ccedil;a em busca de restaurantes diversos que deixar&atilde;o qualquer gourmet feliz.&nbsp;

Era uma segunda-feira gelada de <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/editorial-de-moda-elegancia-inverno-campo">inverno</a> quando decidi reencontrar uma amiga querida. Buscava um <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/gastronomia/descubra-o-restaurante-el-chato-em-bogota">restaurante</a> pequeno e acolhedor, o tipo de lugar que convida a longas conversas. Foi assim que descobri o rec&eacute;m-inaugurado Almanach Montmartre, um bistr&ocirc; intimista localizado nos arredores do ic&ocirc;nico bairro parisiense. Logo na entrada, fui recebido pelo pr&oacute;prio dono, o chef L&eacute;o Giorgis, que al&eacute;m de comandar a cozinha, tamb&eacute;m faz quest&atilde;o de servir as mesas. No sal&atilde;o, poucas mesas aconchegantes e uma trilha sonora envolvente criavam um clima gostoso. Atr&aacute;s do balc&atilde;o, o &uacute;nico cozinheiro da casa se movimentava agilmente, preparando os ingredientes da noite. O conceito do Almanach &eacute; claro: bistronomia. Para come&ccedil;ar, provei uma delicada tartelette de cogumelos salteados, acompanhada de cebola confitada e queijo Reblochon. Segui na mesma linha e escolhi os raviolis da floresta, recheados com cogumelos, prato que ressalta o terroir franc&ecirc;s. Para finalizar, um cl&aacute;ssico reinventado: cr&egrave;me br&ucirc;l&eacute;e ao jasmim, equilibrando dul&ccedil;or e perfume na medida certa. Ao longo da noite, o sal&atilde;o foi ganhando vida. Entre habitu&eacute;s do bairro e curiosos atra&iacute;dos pela novidade, percebia-se um clima quase familiar. As por&ccedil;&otilde;es s&atilde;o enxutas, mas cheias de sabor, e o custo-benef&iacute;cio torna a experi&ecirc;ncia ainda mais convidativa.

Léo Giorgis do Almanach Montmartre (Foto: Elisa Reddet)

No dia seguinte, caminhei at&eacute; o bairro do Marais &ndash; um dos meus cantos favoritos em Paris &ndash; para finalmente honrar um convite feito h&aacute; muitos meses. O destino era o Guefen, restaurante do chef israelense Ohad Amzalleg, um nome que vem ganhando aten&ccedil;&atilde;o na cena gastron&ocirc;mica. Ao chegar, me deparei com um espa&ccedil;o intimista, quase escondido, onde uma grande mesa comunit&aacute;ria ocupava o centro do sal&atilde;o. A atmosfera era calorosa, e enquanto esperava minha convidada chegar, observei o menu degusta&ccedil;&atilde;o de sete pratos que estava por vir. Tudo girava em torno de peixes e vegetais &ndash; uma proposta que me encanta. Segundo o chef, o Guefen &eacute; o &uacute;nico restaurante a oferecer uma gastronomia kasher no estilo fine dining em Paris. O pequeno sal&atilde;o foi se enchendo aos poucos e, logo, o murm&uacute;rio em hebraico se misturava ao ambiente. O jantar come&ccedil;ou, e um desfile de pratos cuidadosamente montados tomou conta. Entre os memor&aacute;veis, a massa fresca com ragu de atum e tomates fermentados ao molho XO e o fil&eacute; de corvina servido com velout&eacute; de tupinambor e demi-glace de legumes. O menu degusta&ccedil;&atilde;o, al&eacute;m de acess&iacute;vel para os padr&otilde;es da alta gastronomia parisiense, entrega uma experi&ecirc;ncia singular. N&atilde;o &eacute; &agrave; toa que o Guefen j&aacute; figura em v&aacute;rios guias respeitados &ndash; uma j&oacute;ia discreta que merece ser descoberta.

O chef Ohad Amzalleg no Guefen (Foto: Reprodução)

Depois de uma noite bem dormida e uma manh&atilde; dedicada aos exerc&iacute;cios, precisava escolher um lugar especial para um almo&ccedil;o com uma amiga, grande apreciadora e conhecedora da gastronomia. O destino foi o restaurante de Omar Dhiab, localizado no cora&ccedil;&atilde;o da cidade. O caminho at&eacute; l&aacute; foi um presente: um dia lindo de inverno ensolarado, daqueles que fazem Paris brilhar de uma forma &uacute;nica. Cheguei pontualmente &agrave;s 12h30, no exato momento da abertura do restaurante. Na porta, algumas pessoas j&aacute; aguardavam ansiosas &ndash; um pequeno tumulto parisiense, que, curiosamente, tamb&eacute;m d&aacute; nome ao menu da casa. Fui recebido com extrema cortesia e, enquanto caminhava at&eacute; minha mesa, avistei uma das figuras pol&iacute;ticas mais ilustres da Fran&ccedil;a &ndash; sem citar nomes, mas j&aacute; um ind&iacute;cio promissor da reputa&ccedil;&atilde;o do lugar. O almo&ccedil;o come&ccedil;ou com deliciosos amuse-bouches, preparando o paladar para uma sequ&ecirc;ncia de pratos que, mais do que t&eacute;cnica, demonstravam uma sensibilidade &iacute;mpar. A primeira proeza foi o ouri&ccedil;o-do-mar ao natural com lentilhas coral perfumadas ao cominho, um contraste surpreendente entre o iodo profundo do mar e a riqueza terrosa das especiarias. Em seguida, uma releitura que me conquistou de imediato: o croque-monsieur reinventado. O prato principal foi o cervo de ca&ccedil;a francesa com condimentos &aacute;cidos, defumados e herb&aacute;ceos, um jogo que revela o dom&iacute;nio do chef. Para encerrar, uma sobremesa que trouxe intensidade: chocolate peruano com pimenta caiena e confit de lim&atilde;o. Nos sentimos acolhidos dentro desse pequeno sal&atilde;o aveludado, onde cada detalhe reflete o talento e a precis&atilde;o do chef estrelado. E h&aacute; boas not&iacute;cias no horizonte: em maio, Omar Dhiab abrir&aacute; um novo espa&ccedil;o, mais casual, chamado Elbi. J&aacute; estou ansioso para descobrir essa pr&oacute;xima etapa de sua trajet&oacute;ria.

O chef Omar Dhiab (Foto: Virginie Garnier)

De volta a Saint-Germain-des-Pr&eacute;s, bairro onde estou hospedado, decidi jantar em um endere&ccedil;o rec&eacute;m-chegado &agrave; cena parisiense: o L&rsquo;Atelier d&rsquo;Andr&eacute;. A noite estava fria e tranquila, e o restaurante seguiu o clima &mdash; poucas mesas ocupadas, um ambiente quase introspectivo. O projeto nasce da vis&atilde;o gastron&ocirc;mica do empres&aacute;rio J&eacute;r&eacute;my Qu&eacute;lin, do chef Yohann Clotz e da curadora de arte Jos&eacute;phine Fossey. H&aacute; a op&ccedil;&atilde;o de menu degusta&ccedil;&atilde;o, mas o &agrave; la carte &eacute; bem estruturado, dividido entre vegetal, terra e mar. A carta de vinhos &eacute; interessante e a cozinha segura bem seu protagonismo: os cogumelos de Paris com ovo confitado na soja t&ecirc;m um equil&iacute;brio impec&aacute;vel, e as vieiras com topinambour e zaatar surpreendem pela delicadeza. Um detalhe que chama aten&ccedil;&atilde;o &eacute; a aposta do chef nas sobremesas &agrave; base de queijo, um movimento que parece ganhar for&ccedil;a. O destaque &eacute; o "&oelig;uf toqu&eacute;", um trompe-l&rsquo;&oelig;il de reblochon e alho selvagem que brinca com a expectativa e entrega um final salgado, mas reconfortante. No fim das contas, o L&rsquo;Atelier d&rsquo;Andr&eacute; prop&otilde;e um jogo de contrastes bem amarrados: uma casa nova com ares de tradi&ccedil;&atilde;o, um espa&ccedil;o &iacute;ntimo que ainda precisa encontrar seu p&uacute;blico, e uma cozinha que navega entre a rusticidade e a precis&atilde;o t&eacute;cnica. Vale acompanhar os pr&oacute;ximos cap&iacute;tulos.

Jérémy Quélin, do chef Yohann Clotz no L'Atelier d'André (Foto: EatIs Marseille)

Acordei feliz, apesar da mudan&ccedil;a brusca no tempo, e segui em busca de um tipo de calor que s&oacute; os brasileiros sabem dar. Fui at&eacute; o Nosso, restaurante da chef Alessandra Montagne, uma casa que sempre me acolheu de bra&ccedil;os abertos. Fazia tempo que n&atilde;o passava por l&aacute;, e a curiosidade sobre as novidades do menu me guiava. Cheguei &agrave;s 13h30, a pedido da pr&oacute;pria chef, e encontrei o restaurante em sua melhor forma: lotado, vibrante, imposs&iacute;vel de conseguir um lugar para sentar. Um sucesso absoluto. Ao lado, o Tempero, vers&atilde;o mais casual da casa, fervilhava no mesmo ritmo. O Nosso est&aacute; em um bairro pouco &oacute;bvio, afastado dos cart&otilde;es-postais de Paris, mas vale a visita&mdash;seja para provar a cozinha autoral de Alessandra, seja para dar um pulinho na Biblioth&egrave;que Fran&ccedil;ois Mitterrand, um &iacute;cone arquitet&ocirc;nico. Agora, o que interessa: o menu. O in&iacute;cio &eacute; um abra&ccedil;o no paladar, um amuse-bouche que carrega mem&oacute;rias e identidade&mdash;p&atilde;o de queijo coberto de caviar e coxinha. Em seguida, um ravi&oacute;li de beterraba, delicado e exuberante ao mesmo tempo, tingindo o prato de vermelho como uma aquarela. Depois, um caldinho de feij&atilde;o, quente, denso, capaz de atravessar o oceano e me levar de volta para o Brasil em um gole. Mas o melhor ainda estava por vir: robalo perfeitamente cozido, beurre blanc, kiwi e caviar. Uma combina&ccedil;&atilde;o inesperada, mas que funciona de forma quase m&aacute;gica&mdash;o frescor &aacute;cido da fruta brincando com a untuosidade do molho e as pequenas explos&otilde;es salgadas do caviar. Para fechar, uma sobremesa que transforma o milho e a pipoca em algo surpreendente, um doce que fala sobre origem, simplicidade e t&eacute;cnica, tudo ao mesmo tempo. Alessandra Montagne cozinha com alma. Cada prato traz um peda&ccedil;o de sua hist&oacute;ria, uma fus&atilde;o de lembran&ccedil;as e boa t&eacute;cnica. E no final, sa&iacute; de l&aacute; com a certeza de que o Nosso continua sendo exatamente isso: um lugar para chamar de casa.

Alessandra Montagne do Nosso (Foto: Reprodução/Instagram)

Quase finalizo minha semana gastron&ocirc;mica em Paris com um endere&ccedil;o absolutamente extraordin&aacute;rio. Table Bruno Verjus, carrega um t&iacute;tulo de peso: melhor restaurante da Fran&ccedil;a segundo o renomado ranking The World 's 50 Best Restaurants. Mas r&oacute;tulos &agrave; parte, o que acontece dentro dessas paredes vai muito al&eacute;m de premia&ccedil;&otilde;es. Bruno Verjus n&atilde;o &eacute; apenas um chef autodidata. Ele &eacute; um contador de hist&oacute;rias, um mestre da prosa gustativa. Seu menu, chamado "Couleur du Jour" &eacute; um enredo constru&iacute;do com arte e alma. A experi&ecirc;ncia come&ccedil;a com beleza e textura: vegetais crocantes. Logo chegam as mignardises salgadas, pequenos come&ccedil;os que j&aacute; me transportam para o mar. Uma delas, uma ostra inesquec&iacute;vel, de uma pureza e frescor que s&oacute; posso descrever como um mergulho sensorial nas &aacute;guas frias da Bretanha. Ent&atilde;o, um dos atos do espet&aacute;culo: o emblem&aacute;tico "Homard mi-cru, mi-cuit", um prato que evolui h&aacute; anos e alcan&ccedil;ou sua melhor forma. A lagosta &eacute; envolta por um bisque fenomenal, de uma untuosidade que abra&ccedil;a a boca e um equil&iacute;brio que s&oacute; a maturidade culin&aacute;ria permite. Poderia ter parado ali e j&aacute; seria uma das melhores refei&ccedil;&otilde;es da minha vida. Mas seguimos. Um velout&eacute; de legumes, delicado e et&eacute;reo, que acolheria qualquer viajante perdido no tempo. Voltamos ao oceano, agora com um peixe de pesca de linha servida com mucilagem de aipo-r&aacute;bano. E por fim, a apoteose: a famosa torta de chocolate com caviar, talvez a sobremesa mais reverenciada da casa, premiada, celebrada, desejada. Mas o que me conforta de verdade &eacute; o clafoutis de p&ecirc;ra, t&atilde;o singelo e t&atilde;o perfeito. E como se ainda faltasse algo, ele entrega poesia. Literalmente. Bruno Verjus escreve versos para seus convidados, como se cada refei&ccedil;&atilde;o fosse um cap&iacute;tulo de um livro inacabado, um ciclo que n&atilde;o se rompe, apenas se transforma. E eu saio dali exatamente assim: nutrido, emocionado, sem palavras melhores do que as dele para descrever sua arte.

O chef autoditada Bruno Verjus (Foto: The Cultivate Guide)

Meu &uacute;ltimo dia da semana gastron&ocirc;mica em Paris foi memor&aacute;vel. Tinha um almo&ccedil;o de neg&oacute;cios e escolhi o cen&aacute;rio perfeito: La Fontaine Gaillon, um endere&ccedil;o emblem&aacute;tico que carrega hist&oacute;ria e eleg&acirc;ncia. Em frente, a Fonte Gaillon, monumento que remonta a 1707, quando foi constru&iacute;da por ordem de Lu&iacute;s XIV para abastecer a cidade com &aacute;gua pot&aacute;vel. Um vest&iacute;gio de outro tempo, que hoje empresta sua aura cl&aacute;ssica a este canto discreto do 2&ordm; arrondissement. No ver&atilde;o, o restaurante se abre em um cen&aacute;rio m&aacute;gico, com seu terra&ccedil;o ensolarado. No inverno, o charme se desloca para dentro, onde um sal&atilde;o elegante no t&eacute;rreo recebe os clientes com calor e refinamento, enquanto o primeiro andar abriga salas privativas ideais para encontros mais reservados. A atmosfera era puramente corporativa. Cheguei com um toque casual, mas ternos e gravatas ditavam o tom. O menu, assinado por Marie-Victorine Manoa, equilibra cl&aacute;ssicos atemporais e uma abordagem delicada e sofisticada. Optei por um pithivier de aipo, batata e trufa, uma vers&atilde;o vegetal do tradicional prato franc&ecirc;s. O card&aacute;pio percorre os pilares da gastronomia francesa com toques contempor&acirc;neos. La Fontaine Gaillon &eacute; um equil&iacute;brio entre o passado e o presente, entre o rigor da cozinha cl&aacute;ssica e a leveza de uma nova gera&ccedil;&atilde;o de chefs. Um endere&ccedil;o que mant&eacute;m viva a ess&ecirc;ncia de Paris: elegante, atemporal e sempre em movimento.

Marie-Victorine Manoa na Fontaine Gaillon (Foto: Reprodução/Instagram)

&Uacute;ltima parada da semana antes de voar para meu pr&oacute;ximo destino : o Hotel Bvlgari, situado no prestigiado tri&acirc;ngulo dourado. Ali, encontra-se II Ristorante do renomado chef Niko Romito, respons&aacute;vel pela gastronomia de todos os hot&eacute;is da marca ao redor do mundo. Antes de me sentar &agrave; mesa, desfrutei do bar, um dos mais agrad&aacute;veis da cidade. Optei por coquet&eacute;is sem &aacute;lcool, que estavam divinos. O servi&ccedil;o come&ccedil;ou ali, impec&aacute;vel: atento, caloroso, din&acirc;mico, verdadeiramente perfeito. Ao adentrar o restaurante, cuja decora&ccedil;&atilde;o &eacute; at&iacute;pica, confiei plenamente no ma&icirc;tre para selecionar os cl&aacute;ssicos do chef. Iniciei com um delicioso bouillon, seguido por um vitello tonnato extraordin&aacute;rio. A vitela &agrave; milanesa estava incrivelmente crocante, e finalizei com meu prato favorito da vida: spaghetti al pomodoro. Desta vez, fui levado ao extremo da delicadeza e da fineza do sabor. A massa estava no ponto perfeito, e o molho absurdamente potente. Terminei com uma colherada profunda de um tiramis&ugrave; dos deuses, encerrando a noite de forma feliz. Minha experi&ecirc;ncia ali reflete a filosofia do maestro Niko Romito: uma busca incessante pela pureza e ess&ecirc;ncia dos sabores, aliada a uma apresenta&ccedil;&atilde;o elegante e minimalista. Cada prato &eacute; uma demonstra&ccedil;&atilde;o de t&eacute;cnica perfeita e respeito pelos ingredientes, proporcionando uma jornada que celebra a tradi&ccedil;&atilde;o italiana com absoluta modernidade. Paris, ti amo.

Niko Romito no Bvlgari Paris (Foto: Albin Durand)

Almanach Montmartre 35, rue Ramey&nbsp; @almanach__montmartre

Guefen 9, rue du Vertbois @guefen_paris

Omar Dhiab 23, rue H&eacute;rold @restaurantomardhiab1

L&rsquo;Atelier d&rsquo;Andr&eacute; 36, rue Saint-Andr&eacute; des Arts @atelier_dandre_restaurant

Nosso 22, promenade Claude L&eacute;vi-Strauss @nosso.paris

Table Bruno Verjus 3, rue de Prague @bruno_verjus

La Fontaine Gaillon 1, rue de la Michodi&egrave;re @lafontainegaillonparis

Niko Romito - Hotel Bvlgari 30, avenue Georges V @bvlgarihotelparis

Uma semana gastronômica em Paris

Tags

Posts relacionados

Gastronomia

Descubra o restaurante El Chato em Bogotá

Gastronomia

Fui feliz no Dry January

Gastronomia

Chef Ian e novo epicentro da alta gastronomia brasileira

Posts recomendados

Moda

Dior lança bolsa D-JOURNEY, sua nova aposta de elegância moderna

Pop culture

Sandra Bullock revela preocupação com a segurança da família

Pop culture

Sabrina Sato faz 44! Relembre seus melhores looks de Carnaval

Pop culture

Influenciadoras curtem destinos luxuosos nas férias de inverno

Gastronomia