Casa de Criadores: veja os highlights do terceiro dia

Novidade do calendário da Casa de Criadores, a Toca já é conhecida dos insiders paulistanos — e aproveitou a passarela para lançar coleção e marcar abertura de espaço no Centro para abrigar o que sai do ateliê. Na passarela, um bom resumo do que a neomarca tem adotado como pontos chave: os básicos com cara de alfaiataria, as vontades pelas texturas e estampas e uma certa moda festa jovem, que esquece tanto as divisões de gênero quanto os rigores desse mercado com peças que habitam qualquer ambiente. 

Em contraste, a Alastra trouxe sua realidade socioconsciente para uma coleção que vai além das camisetas. Conhecida pelas peças refeitas e silkadas com fotos de @galcosta a @lulaoficial, a iniciativa criada por @haygemercurio é mais um movimento do que uma marca — e não esconde seu lado social, ligado diretamente à @cozinhaocupacao9dejulho e ao @movimentomstc. A coleção é dessa comunidade — longe da classificação de ‘esquerda caviar’ — e trouxe o trabalho de upcycling (“do lixo ao look”, como definem), com referências diretas a iconografias políticas e (claro) o silk com o logo-ícone da marca all over. 

Vencedor do desafio Sou de Algodão, Guilherme Dutra fez estreia em alto nível — pensando em personagens únicos, como gosta de fazer. Nem um pouco interessado em manter a mão leve, Guilherme mescla alfaiatarias, jacquards e texturas, aproveitando o espaço para mostrar tudo o que deseja — incluindo aí os bordados com pérolas que vão reocupando as peças como remendos luxuosos. 

Da Silva Santos Neves seguiu suas vontades provocativas, agora olhando para novas silhuetas e se apropriando do dito cafona para outras possibilidades — como é típico da sua geração — da jockstrap com elástico franzido aos volumes com cara de edredom, passando pelo babydoll, os caminhos ficam interessantes.