Larissa Chehuen conversa exclusivamente com a LʼOﬀiciel Brasil e compartilha dicas para quem tem vontade de conhecer um para&iacute;so africano

A modelo e atriz Larissa Chehuen mostra, com exclusividade para a LʼOfficiel Brasil, as particularidades da <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/reveillon-2019-famosos-ja-estao-em-seus-destinos">Tanz&acirc;nia</a>, pa&iacute;s africano repleto de heran&ccedil;as culturais, vida selvagem e praias paradis&iacute;acas, que podem ser visitadas no Arquip&eacute;lago de <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/astro-freddie-mercury-completaria-73-anos-saiba-mais-sobre-sua-brilhante-historia">Zanzibar</a>. Ao todo, foram quinze dias conhecendo esse destino pouco explorado pelos brasileiros.

&ldquo;Mal sabia eu que essa viagem seria t&atilde;o enriquecedora. Conhecer de perto o povo, a cultura e as belezas naturais me fez perceber que a riqueza realmente est&aacute; bem longe das coisas materiais. A Tanz&acirc;nia, localizada na regi&atilde;o leste da &Aacute;frica, &eacute; um pa&iacute;s not&aacute;vel por sua diversidade geogr&aacute;fica. Ela abrange plan&iacute;cies como o Parque Nacional Serengeti, que abriga uma das maiores migra&ccedil;&otilde;es de vida selvagem do mundo, montanhas como o Monte Kilimanjaro, a mais alta do continente, sem falar das praias paradis&iacute;acas situadas no arquip&eacute;lago de Zanzibar&rdquo;, comenta Larissa.
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Al&eacute;m da sua beleza natural, a Tanz&acirc;nia possui uma rica heran&ccedil;a cultural e &eacute; lar de uma ampla variedade de grupos &eacute;tnicos. Um pa&iacute;s que oferece uma experi&ecirc;ncia &uacute;nica em termos de paisagens, cultura e vida animal &mdash; e &eacute; isso tudo que vivemos, meu marido e eu, durante nossos dias por l&aacute;.

Uma das melhores formas de mergulhar na cultura de um lugar &eacute; conhecer de perto o povo local e foi exatamente isso que fizemos assim que chegamos. Depois de conhecer o primeiro plat&ocirc; do Monte Kilimanjaro, com 5.895 metros de altitude, nos programamos para visitar tr&ecirc;s tribos: os Maasai, que chegaram na Tanz&acirc;nia h&aacute; s&eacute;culos e vivem do gado; os Hadzabe bushmen, que vivem da ca&ccedil;a e se locomovem de acordo com a oferta de comida; e, por fim, a tribo Datoga, que tem como fonte de renda o artesanato com metal. 
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Todos vivem em casas muito simples, constru&iacute;das com materiais naturais como barro e folhas, sem colch&atilde;o ou qualquer tipo de comodidade que conhecemos. O governo tentou intervir algumas vezes nas comunidades, oferecendo apartamentos e oportunidades nas &aacute;reas urbanas. No entanto, as iniciativas n&atilde;o foram bem sucedidas.

Na tribo Maasai, participei de rituais, cacei com os Hadzabe e tamb&eacute;m aprendi a fazer farinha de milho com as mulheres Datoga. Aproveitei esses momentos para absorver todo tipo de aprendizado, direto ou indireto. Imposs&iacute;vel sair da Tanz&acirc;nia da mesma forma que entramos. A hospitalidade, a curiosidade rec&iacute;proca, os dialetos &uacute;nicos, s&atilde;o reflexos de uma riqueza cultural inexplic&aacute;vel. &Eacute; impressionante observar como eles mant&ecirc;m as tradi&ccedil;&otilde;es, mesmo com tantas press&otilde;es do mundo moderno. Com eles, aprendi muito sobre resili&ecirc;ncia e simplicidade.

Outro ponto alto da viagem foi conhecer de perto o ecossistema africano que, at&eacute; ent&atilde;o, eu s&oacute; havia visto em filmes. A natureza &eacute; t&atilde;o rica, t&atilde;o viva, que n&atilde;o &eacute; nenhuma surpresa esbarrar com uma girafa ou um elefante dentro dos parques nacionais.

Larissa Chehuen (Foto: Divulgação)

O primeiro lugar que visitamos foi a Cratera de Ngorongoro, uma das maravilhas naturais mais impressionantes do mundo. Ela se formou h&aacute; aproximadamente 2,5 milh&otilde;es de anos, quando um vulc&atilde;o colossal entrou em erup&ccedil;&atilde;o. Posteriormente, ela colapsou, criando uma caldeira com cerca de 20 quil&ocirc;metros de di&acirc;metro. Hoje, a cratera abriga uma diversidade incr&iacute;vel de vida selvagem, e &eacute; considerada uma das &aacute;reas de conserva&ccedil;&atilde;o mais importantes da &Aacute;frica.
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A sensa&ccedil;&atilde;o era de estar em um playground de animais gigantes. Le&otilde;es, elefantes, b&uacute;falos, zebras e uma mir&iacute;ade de esp&eacute;cies que formam este para&iacute;so dos saf&aacute;ris &mdash; e n&oacute;s, bem ali, coexistindo com uma perfei&ccedil;&atilde;o da natureza.

Foi l&aacute; perto tamb&eacute;m, numa regi&atilde;o pr&oacute;xima ao Ngorongoro Crater, chamada Zona de Olduvai, onde foram encontrados os f&oacute;sseis mais antigos do mundo. Artefatos de milh&otilde;es de anos marcam o in&iacute;cio da nossa civiliza&ccedil;&atilde;o e tornam este lugar famoso e com import&acirc;ncia hist&oacute;rica para a paleoantropologia. Ali, continua sendo um local de pesquisa e escava&ccedil;&atilde;o para os cientistas que estudam a pr&eacute;-hist&oacute;ria.
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Foi emocionante estar em um dos lugares onde tudo come&ccedil;ou. Pude aprender um pouco mais sobre as nossas origens e sobre a import&acirc;ncia da Tanz&acirc;nia para a sociedade. Certa vez, o guia que nos acompanhava disse que toda a prote&ccedil;&atilde;o dos bens naturais do pa&iacute;s n&atilde;o &eacute; s&oacute; para eles, mas para o mundo inteiro. O que tem ali &eacute; riqueza de todos e ver que eles cuidam, respeitam e fazem quest&atilde;o de compartilhar com a gente &eacute; um privil&eacute;gio.

Nossa pr&oacute;xima parada foi o Parque Nacional de Serengeti, uma joia da conserva&ccedil;&atilde;o da vida selvagem e um dos destinos mais ic&ocirc;nicos para saf&aacute;ris em todo o mundo. Este vasto ecossistema se estende por cerca de 30.000 quil&ocirc;metros quadrados, abrigando uma incr&iacute;vel diversidade de animais, incluindo os &ldquo;Big Five&rdquo;, os animais mais dif&iacute;ceis de serem ca&ccedil;ados (le&otilde;es, elefantes, rinocerontes, leopardos e b&uacute;falos), al&eacute;m de centenas de outras esp&eacute;cies.
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O Serengeti &eacute; famoso por seu papel central na Grande Migra&ccedil;&atilde;o, um dos eventos mais espetaculares da vida selvagem, quando milh&otilde;es de herb&iacute;voros viajam em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; chuva em busca de pastagens frescas. Tivemos o privil&eacute;gio de assistir de perto a migra&ccedil;&atilde;o de milhares de gnus, de observar uma manada de mais de 60 elefantes, de contemplar uma fam&iacute;lia de 30 girafas, admirar v&aacute;rios grupos de le&otilde;es descansando durante o dia e, claro, avistar todos os "Big Five". E, repito, algo normal e corriqueiro em um lugar que &eacute;, literalmente, o para&iacute;so para os animais.
&nbsp; Como Patrim&ocirc;nio Mundial da UNESCO, o Parque Nacional de Serengeti desempenha um papel cr&iacute;tico na conserva&ccedil;&atilde;o da biodiversidade e na promo&ccedil;&atilde;o do turismo sustent&aacute;vel na Tanz&acirc;nia. Todos os dias, almo&ccedil;amos dentro do parque e lev&aacute;vamos o nosso pr&oacute;prio lixo, tudo milimetricamente pensado para n&atilde;o desequilibrar o meio ambiente.
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Aprendi que, com respeito, n&oacute;s, seres humanos, conseguimos conviver de perto com a natureza selvagem. Afinal, grande parte da popula&ccedil;&atilde;o local vive do turismo, fazendo com que a conserva&ccedil;&atilde;o seja importante para a prote&ccedil;&atilde;o do ecossistema e para as gera&ccedil;&otilde;es futuras, o clima global e a harmonia entre as comunidades humanas e a natureza.

STONE TOWN E PRAIAS PARADIS&Iacute;ACAS

Por &uacute;ltimo, visitamos Zanzibar, um arquip&eacute;lago situado ao largo da costa da Tanz&acirc;nia, no Oceano &Iacute;ndico, conhecido por suas praias paradis&iacute;acas e cultura diversificada. A ilha principal, Unguja, abriga a hist&oacute;rica &ldquo;Cidade de Pedra", com sua arquitetura de influ&ecirc;ncia &aacute;rabe e indiana, enquanto Pemba, a segunda maior ilha, oferece oportunidades de mergulho espetaculares.
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Visitamos, primeiro, Stone Town, conhecida por suas ruas estreitas, becos e edif&iacute;cios hist&oacute;ricos constru&iacute;dos com influ&ecirc;ncias &aacute;rabes e indianas. A &ldquo;Cidade de Pedra&rdquo; tem uma conex&atilde;o hist&oacute;rica com a escravid&atilde;o. Durante os s&eacute;culos 18 e 19, a ilha de Zanzibar foi um importante centro de com&eacute;rcio de escravos, principalmente devido &agrave; sua localiza&ccedil;&atilde;o estrat&eacute;gica na costa leste da &Aacute;frica.
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Muitos deles eram capturados no continente africano e transportados para Zanzibar antes de serem vendidos a mercadores &aacute;rabes, indianos e europeus. Hoje, Zanzibar e Stone Town s&atilde;o locais de import&acirc;ncia hist&oacute;rica, e os vest&iacute;gios desse per&iacute;odo sombrio s&atilde;o preservados como parte da mem&oacute;ria coletiva da ilha.

A cidade tamb&eacute;m &eacute; um local de patrim&ocirc;nio mundial da UNESCO, devido &agrave; sua arquitetura &uacute;nica e &agrave; fus&atilde;o de influ&ecirc;ncias culturais, incluindo &aacute;rabes, indianas e africanas. Uma outra curiosidade: Zanzibar &eacute; conhecida como &ldquo;Spice Island", por conta de sua longa hist&oacute;ria na produ&ccedil;&atilde;o e com&eacute;rcio de especiarias, como cravo, canela, noz-moscada e pimenta.
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N&atilde;o poderia deixar de falar sobre as &aacute;guas azuis e cristalinas da ilha, sua marca registrada. Um para&iacute;so para os amantes de mergulho, com recifes de coral ricos em vida marinha, e para os amantes de esportes aqu&aacute;ticos, assim como eu - e n&atilde;o deixei de praticar kitesurf em uma das lindas praias do arquip&eacute;lago.

Duas semanas na Tanz&acirc;nia e muita, mas muita hist&oacute;ria para contar. Um valioso aprendizado intercultural, que permitiu uma troca de conhecimento e perspectivas enriquecedoras para nossa compreens&atilde;o do mundo. Tais encontros fomentaram o respeito &agrave; diversidade cultural, combatendo preconceitos e estere&oacute;tipos e me fizeram valorizar ainda mais a import&acirc;ncia da conserva&ccedil;&atilde;o do meio ambiente.
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L&aacute;, eles nos ensinam a ter essa rela&ccedil;&atilde;o &iacute;ntima com a natureza e a ter uma responsabilidade compartilhada e crucial para garantir um futuro sustent&aacute;vel. Um povo trabalhador, acolhedor, alegre e devoto &agrave; sua cultura e tradi&ccedil;&otilde;es. Asante Sana, Tanz&acirc;nia! Voc&ecirc; me ensinou que a vida deve ser levada assim, Hakuna Matata, &ldquo;sem problema&rdquo;, na tradu&ccedil;&atilde;o literal.&rdquo;

Larissa Chehuen vive experiência imersiva na Tanzânia

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