Conversamos com a expert Gabriella Negromonte, especialista global em Marketing, Relacionamento e Comunicação de marcas, para entender o movimento de personalidades e grifes de luxo que decidiram sair de vez das redes


Em uma era em que estamos cada vez mais conectados com nossos smartphones e computadores, adotar uma estrat&eacute;gia de comunica&ccedil;&atilde;o longe das redes sociais pode parecer uma jogada arriscada. Mas, ainda que o distanciamento social e todo o boom do universo dos likes e compartilhamentos pare&ccedil;a facilitar a divulga&ccedil;&atilde;o e a&ccedil;&otilde;es das marcas, estamos acompanhando uma tend&ecirc;ncia de distanciamento dessas plataformas.
No in&iacute;cio do ano, a <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/fashion-week/o-presente-absoluto-da-bottega-veneta">Bottega Veneta</a> virou manchete ao redor do mundo ao apagar suas redes sociais. Do dia para a noite, a conta de Instagram, Facebook e Twitter da grife italiana foram tiradas do ar e, sem nenhuma explica&ccedil;&atilde;o para o p&uacute;blico, esse movimento da empresa, que tem Daniel Lee como diretor de cria&ccedil;&atilde;o, levantou especula&ccedil;&otilde;es. Qual seria o motivo para essa estrat&eacute;gia? Ser&aacute; que a marca volta &agrave;s redes algum dia? Ainda n&atilde;o se sabe. Fato &eacute; que essa a&ccedil;&atilde;o gerou grandes burburinhos no ramo, colocando a marca - que j&aacute; &eacute; uma das queridinhas do momento - ainda mais nos holofotes.&nbsp;
A Bottega n&atilde;o foi o grande nome que deletou suas redes sociais. Meghan Markle e Harry j&aacute; haviam abandonado sua conta &ldquo;Sussex Royal&rdquo; por volta de dez meses antes da grife lan&ccedil;ar essa estrat&eacute;gia. O casal, que anunciou o afastamento da realeza brit&acirc;nica no dia 8 de janeiro de 2020, n&atilde;o demorou muito para se distanciar do Instagram. A conta continua l&aacute;, mas sua &uacute;ltima postagem aconteceu no dia 30 de mar&ccedil;o do mesmo ano.
H&aacute; quem acredite que essas estrat&eacute;gias dificultam a acessibilidade das empresas, trazendo um retorno &agrave; moda exclusiva ou podendo at&eacute; mesmo transformar a empresa em algo irrelevante. Mas, h&aacute; tamb&eacute;m quem diga que as marcas n&atilde;o precisam dessa exposi&ccedil;&atilde;o para se manter em alta. Ser&aacute;? Conversamos com <a href="https://www.instagram.com/gabriellanegromonte/">Gabriella Negromonte</a>, especialista global em Marketing, Relacionamento e Comunica&ccedil;&atilde;o de marcas, para entender sua vis&atilde;o desse movimento.
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Sobre a Bottega Veneta deletar todos os seus canais digitais

A Bottega Veneta parece ter descoberto a f&oacute;rmula para se diferenciar, ou pelo menos chamar muita aten&ccedil;&atilde;o com a exclus&atilde;o de algumas de suas redes sociais num momento de &aacute;pice de m&iacute;dia digital global. Apesar desse &aacute;pice, tamb&eacute;m estamos passando por uma das fases mais &quot;chatas&quot; das redes sociais que incluem os algoritmos, ativismo, pol&iacute;tica, viol&ecirc;ncia entre outras movimenta&ccedil;&otilde;es que geraram grandes mudan&ccedil;as necess&aacute;rias mas que est&atilde;o tamb&eacute;m se tornando estranhas e muito dif&iacute;ceis.

A Bottega vinha dando sinais de que a busca por novos formatos estava acontecendo, como por exemplo com o desfile secreto com poucas celebridades e a avers&atilde;o aos desfiles digitais do diretor criativo da marca, Daniel Lee.

A Bottega Veneta tem um p&uacute;blico fiel e cativo, disso ningu&eacute;m tem d&uacute;vidas, e seus produtos basicamente n&atilde;o tem logos e s&atilde;o reconhecidos por c&oacute;digos de design da marca, como o &ldquo;Intrecciato&rdquo;, al&eacute;m de toda a hegemonia de uma marca de luxo de 55 anos.&nbsp;

Sobre o adeus de Meghan e Harry das redes sociais

Meghan Markle e Pr&iacute;ncipe Harry, querendo ou n&atilde;o, foram os pioneiros a largar as redes. Cansaram de serem atacados e atrair curiosidade. Apesar de n&atilde;o serem uma marca, eles s&atilde;o marcantes e atraem os olhos de todo o mundo t&atilde;o fortemente como uma marca. Ser&aacute; que a nova maior tend&ecirc;ncia e o &quot;novo luxo&quot;, &eacute; o que &eacute; inacess&iacute;vel, aquilo que causa mist&eacute;rio?&nbsp;

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E afinal, o luxo sobrevive sem comunica&ccedil;&atilde;o?

Todas as marcas est&atilde;o procurando uma forma de diferenciar sua forma de vender tanto nas m&iacute;dias digitais quanto nos pontos de vendas. A experi&ecirc;ncia ser&aacute; constantemente aprimorada para diferenciar-se de outras marcas. As marcas precisam acompanhar as mudan&ccedil;as do mundo e se reinventarem constantemente para sobreviver no mercado.
Mas ser&aacute; que mesmo uma marca com p&uacute;blico fiel consegue sobreviver nesta nova era sem o uso das m&iacute;dias digitais? Ningu&eacute;m sabe se a Bottega excluir&aacute; suas redes definitivamente ou se talvez s&oacute; esteja passando por uma reformula&ccedil;&atilde;o de apresenta&ccedil;&atilde;o digital ou ainda, e porque n&atilde;o, estudando a rea&ccedil;&atilde;o do p&uacute;blico para saber COMO e SE volta &agrave;s redes digitais. Seja qual for a sua estrat&eacute;gia (de marketing ou n&atilde;o, de protesto ou n&atilde;o) para chamar aten&ccedil;&atilde;o, est&aacute; funcionando. O que n&atilde;o se sabe ainda exatamente &eacute; se isso vai virar uma tend&ecirc;ncia principalmente no setor do luxo.&nbsp;
Assim como voc&ecirc;s, estou muito curiosa para tal desfecho. As m&iacute;dias sociais j&aacute; n&atilde;o geram um retorno significativo para as marcas principalmente de luxo, talvez pela quantidade de informa&ccedil;&atilde;o e competitividade. Est&aacute; cada vez mais dif&iacute;cil gerar aten&ccedil;&atilde;o e comercializar usando apenas as m&iacute;dias sociais, contudo esta &eacute; ainda e possivelmente ser&aacute; a maior forma de comercializa&ccedil;&atilde;o global. A matem&aacute;tica de coexistir entre as ferramentas digitais e experi&ecirc;ncias presenciais podem ser o resultado do sucesso das marcas nessa nova era.
Seja l&aacute; o que acontecer, uma coisa est&aacute; muito &oacute;bvia: Se destacar&atilde;o as marcas que souberem nos causar emo&ccedil;&otilde;es, sensa&ccedil;&otilde;es e experi&ecirc;ncias diferenciadas e genu&iacute;nas al&eacute;m de grandes designs! A emo&ccedil;&atilde;o causa como&ccedil;&atilde;o e fideliza&ccedil;&atilde;o! E haja criatividade para se manter em voga no mundo da moda!
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A comunicação de moda fora das redes sociais é possível?

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