Ator brasileiro revela os bastidores de Hairspray, musical que estreia temporada no Rio de Janeiro e S&atilde;o Paulo nos pr&oacute;ximos meses

<a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/tiago-abravanel-mora-em-apartamento-luxuoso-veja-as-fotos">Tiago Abravanel </a>&eacute; um dos nomes mais associados ao teatro musical brasileiro. Na inf&acirc;ncia, as coxias do Teatro Imprensa, em S&atilde;o Paulo, foram o local onde a paix&atilde;o pela atua&ccedil;&atilde;o entrou em sua vida antes de integrar o Teen Broadway, grupo de teatro americano de que fez parte em 2004. No Brasil, esteve nos elencos de Miss Saigon (2008) e da primeira montagem de Hairspray (2009) sob o comando de Miguel Falabella. Estrelou Tim Maia - Vale Tudo (2012), no papel t&iacute;tulo do espet&aacute;culo, al&eacute;m de Meu amigo Charlie Brown (2016), A pequena Sereia (2018) e Anastacia (2022), no Teatro Renault, em S&atilde;o Paulo.
Aos 36 anos, o ator brasileiro se prepara para viver Edna Turnbold, personagem de <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/a-historia-do-topete-e-como-ele-voltou-a-moda">Hairspray</a> que chegar&aacute; aos palcos no m&ecirc;s que vem e que promete surpreender o p&uacute;blico com n&uacute;meros musicais energ&eacute;ticos e uma mensagem poderosa de aceita&ccedil;&atilde;o e inclus&atilde;o. O musical se passa na d&eacute;cada de 1960, na cidade americana de&nbsp; Baltimore, e segue a hist&oacute;ria de Tracy Turnblad, uma jovem que sonha em dan&ccedil;ar no programa de TV local. Enfrentando preconceitos e padr&otilde;es de beleza, ela ter&aacute; que lutar por igualdade e integra&ccedil;&atilde;o racial no programa e realizar seus sonhos. Idealizado e dirigido por Tiago Abravanel, a temporada carioca de Hairspray estreia no dia 04 de julho, no Teatro Riachuelo. Em S&atilde;o Paulo, o espet&aacute;culo ficar&aacute; em cartaz no Teatro Renault, a partir do dia 05 de setembro.
Em <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/leticia-manzan-fala-sobre-sua-marca-em-entrevista-exclusiva">entrevista exclusiva</a> &agrave; L&rsquo;Officiel Hommes, Tiago Abravanel conta alguns detalhes da produ&ccedil;&atilde;o musical, os preparativos para viver Edna Turnbold, e ainda revela se j&aacute; sofreu preconceito devido ao seu corpo ao longo da carreira. &ldquo;Eu n&atilde;o entendia que pessoas gordas tamb&eacute;m poderiam dan&ccedil;ar&rdquo;, afirmou o ator. Confira!

Tiago Abravanel | Foto: José de Holanda

<h3 style="text-align: justify;">Como foi o in&iacute;cio da carreira no teatro? Quando percebeu que a atuar seria a sua profiss&atilde;o na vida?</h3>

Minha carreira come&ccedil;ou antes mesmo de iniciar de fato. A coxia do Teatro Imprensa era meu parque de divers&otilde;es. Eu sa&iacute;a do col&eacute;gio e o que eu mais queria era ir ao teatro com 8 ou 9 anos de idade. Ent&atilde;o, a minha vida sempre teve o teatro com uma grande inspira&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o tive d&uacute;vidas de que isso seria para a minha vida profissional.

<h3 style="text-align: justify;">Sua trajet&oacute;ria &eacute; consolidada no teatro musical. Voc&ecirc; acredita que o g&ecirc;nero encontrou um p&uacute;blico cativo no Brasil?</h3>

Com certeza. O teatro musical no Brasil tem conquistado cada vez mais, n&atilde;o s&oacute; p&uacute;blico, mas possibilidades de novas produ&ccedil;&otilde;es. Claro que ainda &eacute; muito dif&iacute;cil fazer cultura no pa&iacute;s, mas o musical &eacute; um g&ecirc;nero que tem conquistado cada vez mais plateia. Acredito que pessoas como eu - produtores - podem ajudar a levar mais pessoas ao teatro de forma cada vez mais intensa. Com todo mundo se ajudando, todos ganham.

Tiago Abravanel como Edna Turnblad e Vânia Canto como Tracy Turnblad | Foto: José de Holanda

<h3 style="text-align: justify;">Em entrevista, voc&ecirc; declarou que, quando foi a Nova York pela primeira vez, deixou de comer para comprar entradas para assistir aos espet&aacute;culos da Broadway. Hoje em dia, com que frequ&ecirc;ncia voc&ecirc; vai ao teatro?</h3>

Eu sempre gosto de me conectar com o que fa&ccedil;o. Uma dessas formas &eacute; assistindo&nbsp; a outras produ&ccedil;&otilde;es tanto no Brasil quanto fora do pa&iacute;s. Acredito que &eacute; extremamente importante que n&oacute;s, artistas e produtores, estejamos conectados com o que est&aacute; acontecendo e assistir aos espet&aacute;culos. S&atilde;o muitas produ&ccedil;&otilde;es acontecendo ao mesmo tempo e, &agrave;s vezes, ficam pouco tempo em cartaz. Ent&atilde;o, tem que prestigiar logo para que possamos ajudar nessa corrente de divulga&ccedil;&atilde;o. O boca a boca &eacute; extremamente importante. Ir ao teatro, e n&atilde;o somente fazer teatro, faz parte da minha rotina pessoal e profissional.&nbsp;

<h3 style="text-align: justify;">Hairspray j&aacute; chegou inovando com audi&ccedil;&otilde;es realizadas pelo TikTok. Em que momento ocorreu a ideia de selecionar os atores pela rede social?</h3>

A ideia inicial de fazer essa parceria com o TikTok para realizar parte da sele&ccedil;&atilde;o pela rede social veio justamente para dar oportunidade a artistas de outras regi&otilde;es do Brasil. Isso vale at&eacute; para as regi&otilde;es comuns de S&atilde;o Paulo e Rio de Janeiro, onde o mercado &eacute; mais fervoroso, mas que n&atilde;o necessariamente t&ecirc;m a oportunidade por n&atilde;o n&atilde;o estarem na &aacute;rea. Entendemos que, fazendo um paralelo com a hist&oacute;ria, se a Tracy Turnblad [protagonista de Hairspray] vivesse nos dias de hoje, ela seria, com certeza, uma tiktoker. Ent&atilde;o, foi uma forma que n&oacute;s fizemos de democratizar ainda mais esse acesso &agrave;s audi&ccedil;&otilde;es. No nosso elenco, existem duas pessoas que foram selecionadas e aprovadas pelo TikTok. Uma delas &eacute; a cover da Tracy, nossa protagonista vivida pela Manu [Gioieli] e Thais Ribeiro que fazem uma das Diamantes. Elas ainda n&atilde;o tinham tido a oportunidade de trabalhar com o teatro musical profissionalmente e que, atrav&eacute;s da rede social, tiveram essa possibilidade. Encontramos muitos talentos pela plataforma. &Eacute; uma pena que n&atilde;o tem como montar tr&ecirc;s elencos diferentes, mas foi uma ideia para democratizar isso e engajar o p&uacute;blico do TikTok que &eacute; gigantesco a se envolver com o mercado de teatro musical.

<h3 style="text-align: justify;">Como surgiu o interesse em trazer a produ&ccedil;&atilde;o teatral para o palco brasileiro?</h3>

Hairspray &eacute; um sonho de muitos anos. Eu conhe&ccedil;o esse espet&aacute;culo desde quando eu fazia curso de teatro musical no Teen Broadway. J&aacute; tinha vivido a Edna [Turnblad] de forma amadora h&aacute; alguns anos, quando era super novinho. Participei da montagem de 2009 que foi muito emblem&aacute;tico para mim, mas era como se eu n&atilde;o tivesse completado esse sonho por inteiro. Montar Hairspray, hoje, faz ainda mais sentido por todas as tem&aacute;ticas que o espet&aacute;culo aborda, para o momento social que o nosso pa&iacute;s est&aacute; vivendo. Trazer essa reflex&atilde;o com alegria, leveza, esperan&ccedil;a me faz acreditar que esse projeto vai ser um sucesso.

<h3 style="text-align: justify;">Qual foi o maior desafio na prepara&ccedil;&atilde;o para interpretar Edna Turnblad?</h3>

S&atilde;o muitos os desafios ao interpretar Edna porque &eacute; uma mulher, dona de casa que que tinha seus sonhos e que os tolheu por medo de ser julgada pelo seu corpo. Trazer esse peso e, ao mesmo tempo, essa transforma&ccedil;&atilde;o durante o espet&aacute;culo dessa mulher que atrav&eacute;s da energia e da for&ccedil;a que a filha tem [Tracy Turnblad], ela ainda p&ocirc;de acreditar que &eacute; poss&iacute;vel se sentir bonita, que seus sonhos podem ser realizados e sair de casa sem medo de ser feliz.

<h3 style="text-align: justify;">Em se tratando de cuidados pessoais, como &eacute; a sua rotina no dia a dia para enfrentar o ritmo de trabalho?</h3>

Nossa! o ritmo &eacute; fren&eacute;tico. O cansa&ccedil;o &eacute; inevit&aacute;vel, mas tem que dormir, se hidratar, estudar, dormir, se hidratar&hellip; [risos]. &Eacute; uma rotina bem intensa e, geralmente, quando fa&ccedil;o musical, eu me dedico muito a esse cotidiano para que eu aguente tudo. Pensando tamb&eacute;m n&atilde;o s&oacute; como ator, mas trabalhando como produtor e tendo que olhar para outros pontos da produ&ccedil;&atilde;o do espet&aacute;culo. Isso tamb&eacute;m gera ansiedade,&nbsp; um estresse normal, mas, quando a gente est&aacute; fazendo aquilo que ama, tudo vale a pena.

<h3 style="text-align: justify;">Sua personagem enfrenta preconceito em rela&ccedil;&atilde;o ao corpo e &agrave; imagem para atuar na televis&atilde;o. Voc&ecirc; j&aacute; passou por uma situa&ccedil;&atilde;o parecida?</h3>

Talvez eu tenha passado por isso mais na minha inf&acirc;ncia quando eu n&atilde;o entendia que pessoas gordas tamb&eacute;m poderiam dan&ccedil;ar. Eu bloqueei isso da minha vida durante um tempo at&eacute; entender que uma coisa n&atilde;o eliminava outra por mais preconceito que ainda exista com os corpos gordos. Entendi que eu podia ser feliz e trabalhar com a arte que eu amo que &eacute; cantar, dan&ccedil;ar, atuar sem medo do corpo que eu tenho. &Eacute; claro que ainda h&aacute; muitas barreiras que precisamos quebrar socialmente. Esse projeto fala muito sobre esses obst&aacute;culos que criamos como pessoa e na sociedade, e como n&oacute;s podemos transformar isso.

<h3 style="text-align: justify;">Qual &eacute; a principal mensagem que Hairspray deixa para o p&uacute;blico?</h3>

S&atilde;o muitas, mas a maior mensagem que Hairspray traz &eacute; que precisamos acreditar em quem somos, enfrentar todo e qualquer tipo de preconceito que exista na nossa sociedade para que realizemos os nossos sonhos e sejamos quem somos na nossa melhor e maior pot&ecirc;ncia. Isso independente do nosso corpo, cor, religi&atilde;o e sexualidade. O espet&aacute;culo fala sobre essa quebra de barreiras e preconceitos que vivemos ainda hoje, apesar do musical se passar na d&eacute;cada de 1960. E a gente pode se juntar para que ningu&eacute;m nos pare. Por isso, n&atilde;o d&aacute; para parar!

Tiago Abravanel em entrevista exclusiva à L’Officiel Hommes

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