Vin&iacute;cius Loyola vive Cazuza em musical &ldquo;Ney Matogrosso &ndash; Homem com H&rdquo; e fala com exclusividade para L&rsquo;Officiel Hommes.&nbsp;&nbsp;

Em cartaz com o musical <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/cultura-confira-os-highlights-da-temporada-de-teatro">&ldquo;Ney Matogrosso &ndash; Homem com H&rdquo;,</a> Vinicius Loyola &eacute; um multiartista que dedica sua vida aos palcos. Al&eacute;m de ator, ele tamb&eacute;m tem uma carreira musical marcada por grandes parcerias, como a collab com o cantor Daniel na m&uacute;sica "Fora De Mim".
Atualmente, Vinicius encara o desafio de interpretar Cazuza no teatro, retratando a hist&oacute;ria do amor do artista com Ney Matogrosso.&nbsp;
O espet&aacute;culo - que retrata a vida, carreira e romances de Ney - acontece no Teatro 033 Rooftop, nas sextas &agrave;s 20h30 e, nos s&aacute;bados e domingos, com sess&otilde;es &agrave;s 15h30 e 20h. A segunda temporada acontece at&eacute; 5 de fevereiro, mas acaba de ter a sua terceira temporada confirmada em breve no Teatro Proc&oacute;pio Ferreira!&nbsp;
Conversamos com Vin&iacute;cius sobre seu olhar para a arte e o sucesso estrondoso do musical. Confira a entrevista completa!&nbsp;

Voc&ecirc; lan&ccedil;ou um &aacute;lbum em 2012 e hoje se dedica &agrave; vida teatral. O que voc&ecirc; enxerga de diferen&ccedil;a nas duas interpreta&ccedil;&otilde;es art&iacute;sticas?&nbsp;

Eu me tornei um ator por causa da m&uacute;sica. Ela que me levou ao teatro. Desde muito pequeno j&aacute; tinha facilidade ao pegar as melodias e os acordes no viol&atilde;o. Em 2012 lancei um &aacute;lbum muito especial chamado &ldquo;Chega junto&rdquo;, com participa&ccedil;&otilde;es de grandes artistas, inclusive do cantor Daniel. Mas em paralelo nunca parei de trabalhar com teatro. Existe uma diferen&ccedil;a pr&aacute;tica nas duas linguagens, mas eu acabo, enquanto artista que ama criar e compor, utilizando quest&otilde;es da m&uacute;sica no teatro, assim como uso da teatralidade nos shows. Isso me inspira. Prefiro sempre somar as linguagens do que dividir. Ser artista &eacute; isso!

Como foi seu processo de prepara&ccedil;&atilde;o para interpretar o Cazuza?

Observar, assistir v&iacute;deos, shows e ouvir sua discografia foram passos fundamentais no come&ccedil;o do processo. Pesquisei muito sobre a rela&ccedil;&atilde;o dele com o Ney. Aos poucos fomos mergulhando na hist&oacute;ria que ir&iacute;amos contar. Observei muito os trejeitos, o timbre, a personalidade, a l&iacute;ngua presa, pois &eacute; tudo muito marcante. Meu foco sempre foi chegar na energia que ele tinha, e posso dizer que deu certo, considerando o feedback que recebo ao final de cada espet&aacute;culo. Fico muito feliz!&nbsp;

Como voc&ecirc; definiria a rela&ccedil;&atilde;o entre o Cazuza e Ney Matogrosso?&nbsp;

Uma rela&ccedil;&atilde;o de amor, afeto, carinho e amizade. A hist&oacute;ria de um n&atilde;o existe sem a do outro. Ney foi muito importante para a trajet&oacute;ria do Cazuza. Gravou o primeiro grande sucesso &ldquo;Pro Dia Nascer Feliz&rdquo;, sempre esteve pr&oacute;ximo, at&eacute; o seu &uacute;ltimo show, em que dirigiu e fez a ilumina&ccedil;&atilde;o. Ele insistiu para que Cazuza fechasse o show com &ldquo;O Tempo n&atilde;o Para", m&uacute;sica at&eacute; ent&atilde;o desconhecida, mas que se tornou um dos maiores sucessos do Caju. Uma rela&ccedil;&atilde;o linda de cumplicidade. A partir do romance com Cazuza, Ney conta que passou a entender que dois homens de fato poderiam se amar.&nbsp;

O que mais te chama a aten&ccedil;&atilde;o na trajet&oacute;ria do cantor?&nbsp;

A liberdade e a poesia de suas can&ccedil;&otilde;es que ainda reverberam hoje. Um cara muito a frente do seu tempo e com muita personalidade. Vivia como se n&atilde;o existisse amanh&atilde;. Sou f&atilde; de sua arte!&nbsp;

Houve alguma nova descoberta?&nbsp;

Quase todo mundo sabe da vida inteira do Cazuza. Foi um cara muito especial, para uma gera&ccedil;&atilde;o inteira, e que ainda sabe se fazer muito presente. Nas minhas pesquisas, durante meu processo de prepara&ccedil;&atilde;o para interpret&aacute;-lo, descobri algumas curiosidades da vida dele, como o costume de andar sempre com uma garrafinha de whisky na mochila, e sobre um cachorro que teve, chamado Wanderley, em homenagem a Wanderley Cardoso por causa dos olhos verdes que o cachorro tinha, assim como o cantor.

Voc&ecirc;s puderam se apresentar para o pr&oacute;prio Ney Matogrosso na estreia do musical, qual foi a sensa&ccedil;&atilde;o?

Foi muito especial. Mergulhamos na hist&oacute;ria do Ney, que &eacute; um dos maiores artistas desse pa&iacute;s, e ter a chance de contar sua vida com ele ali, durante um ensaio e em nossa plateia, foi algo que jamais esquecerei. Ele ficou extasiado. No final da apresenta&ccedil;&atilde;o, em um momento no camarim, ele olhou em meus olhos muito emocionado e disse: "- Ah Caju! Ah Caju! Eu fiquei muito feliz em ver a hist&oacute;ria viva ali, na minha frente".

Na pe&ccedil;a, &eacute; retratado o momento de descoberta da Aids por Cazuza. O que voc&ecirc; reflete deste momento em que o carioca exp&otilde;e sua condi&ccedil;&atilde;o, como um marco importante &agrave;s pessoas portadoras do v&iacute;rus?&nbsp;

Foi algo muito importante na &eacute;poca. As pessoas n&atilde;o sabiam ainda o que era esse v&iacute;rus. N&atilde;o sabiam como se comportar. Ele ao se expor e falar sobre o assunto, levantou a possibilidade de debater esse tema com a sociedade. Ele mesmo se pronunciou no momento, dizendo que n&atilde;o havia sentido negar o v&iacute;rus, bem como sua posi&ccedil;&atilde;o liberal enquanto artista.&nbsp;

Qual transforma&ccedil;&atilde;o voc&ecirc; sentiu em si mesmo e o aprendizado que leva ao se aproximar do final do espet&aacute;culo?

N&atilde;o tem como eu ser a mesma pessoa. Os processos nos modificam. Mergulhei intensamente nesse universo de liberdade, de transgress&atilde;o, de se colocar enquanto um artista criador. Saio com um balan&ccedil;o de muita felicidade. Uma experi&ecirc;ncia engrandecedora. A pe&ccedil;a tem sido um sucesso de p&uacute;blico e cr&iacute;tica, com sess&otilde;es lotadas, e isso diz muito. Sinto meu trabalho reconhecido. Uma oportunidade especial de sair da minha zona de conforto, de criar algo novo. Espero que ainda possamos contar muito essa hist&oacute;ria&hellip;

Vinícius Loyola vive Cazuza em musical de Ney Matogrosso

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