Rafael Cortez, ex-integrante do programa CQC, fala abertamente com a L&rsquo;Officiel sobre virada de chave na carreira, afastamento da com&eacute;dia, melhores momentos no CQC e sua nova vers&atilde;o como pai

<a href="https://www.instagram.com/rafaelcortez/">Rafael Cortez</a> &eacute; um verdadeiro camale&atilde;o do entretenimento. Jornalista, comediante, m&uacute;sico, escritor e agora <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/bruna-lombardi-uma-conversa-sobre-beleza-felicidade-e-etarismo">palestrante</a>, ele j&aacute; percorreu todos os cantos da m&iacute;dia, do humor afiado do CQC &agrave;s palestras corporativas sobre vida profissional. Com 31 anos de carreira, Cortez aprendeu a se reinventar sem perder sua ess&ecirc;ncia &ndash; e, como ele mesmo define, trocando a evid&ecirc;ncia pela relev&acirc;ncia. Seja arrancando risadas, fazendo entrevistas ousadas ou escrevendo sobre transforma&ccedil;&atilde;o, ele nunca se acomodou no &oacute;bvio.
Em bate-papo exclusivo com a L'Officiel Hommes Brasil, Rafael relembra momentos ic&ocirc;nicos, desde o perrengue quase diplom&aacute;tico na Copa do Mundo de 2010 at&eacute; os desafios de se manter em alta no stand-up. Abre o jogo sobre sua nova fase como pai, o impacto disso em sua arte e a vontade persistente de fazer novela &ndash; um projeto que, apesar da resist&ecirc;ncia das emissoras, ele n&atilde;o descarta. Entre risadas e reflex&otilde;es, ele prova que sua trajet&oacute;ria segue na base da atitude, coragem e resili&ecirc;ncia! Leia a seguir:

Rafael, 31 anos de carreira &eacute; muita coisa! Se voc&ecirc; pudesse resumir esse tempo em um tweet de 280 caracteres, como seria?
Minha carreira at&eacute; agora, segue na base no &ldquo;nada &eacute;, tudo est&aacute;&rdquo;. Sou agora mais relevante do que evidente, por exemplo. A coincid&ecirc;ncia nestes anos todos reside na Atitude, Coragem e Resili&ecirc;ncia!
&nbsp; &nbsp;
O CQC foi um divisor de &aacute;guas na sua trajet&oacute;ria. Quais foram os momentos mais loucos e inesquec&iacute;veis que voc&ecirc; viveu no programa? E tem algum perrengue que s&oacute; de lembrar d&aacute; um al&iacute;vio por ter sobrevivido?
Eu acho que uma experi&ecirc;ncia que resume muita coisa que foi de fato incr&iacute;vel, foi a Copa do Mundo de 2010, onde eu fui cobrir os jogos l&aacute; em Joanesburgo e &Aacute;frica do Sul, e eu fiquei l&aacute; 36 dias morando na &Aacute;frica do Sul, cobrindo futebol, que &eacute; um tema que eu n&atilde;o tenho familiaridade, que eu n&atilde;o gosto de cobrir, que n&atilde;o tem a ver com o meu mundo&hellip; eu n&atilde;o jogo, eu n&atilde;o tenho um time, eu n&atilde;o tenho nenhuma rela&ccedil;&atilde;o e aquilo somente muito ruim por conta do contexto, porque eu estava afastado do meu pa&iacute;s.&nbsp;
Mas foi um momento em que eu estava ganhando dinheiro com a com&eacute;dia stand up, que eu estava cheio de trabalhos paralelos acontecendo, estava na crista da onda, precisando desfrutar da popularidade do programa no Brasil. Esse aspecto foi ruim, me afastar do pa&iacute;s, ainda mais em prol de um esporte que eu n&atilde;o tenho familiaridade, que eu n&atilde;o gosto, apesar de respeitar. Mas foi muito bom, porque uma vez que eu estava l&aacute;, eu n&atilde;o tinha escolha, eu fazia mat&eacute;rias bem, ou deixava todo mundo ciente de que eu n&atilde;o estava feliz, e entregava um p&eacute;ssimo conte&uacute;do, e eu optei por fazer uma cobertura din&acirc;mica incr&iacute;vel, e usei todo o meu desgosto, toda a minha frustra&ccedil;&atilde;o a favor de uma cobertura incr&iacute;vel mesmo. Eu tenho muito orgulho daquelas mat&eacute;rias que eu fiz na Copa do Mundo de 2010.
Perrengue que s&oacute; de lembrar dar um al&iacute;vio por ter sobrevivido? Ah, l&aacute; na Copa do Mundo de 2010, a gente invadiu o camarote do presidente da &Aacute;frica do Sul, Jacob Zuma, e fomos flagrados pelo chefe de seguran&ccedil;a deles, um homem enorme, muito educado, mas muito duro e ele quase levou a gente preso, a gente teve uma longa negocia&ccedil;&atilde;o ali porque a gente fez um crime de seguran&ccedil;a nacional e a gente entendeu que se a gente fosse preso ia ser uma coisa muito ruim pra n&oacute;s, a gente talvez fosse extraditado, confinado numa cela, n&atilde;o sei o que aconteceu com a gente&hellip; mas com o jogo de cintura a gente conseguiu sair daquela situa&ccedil;&atilde;o e at&eacute; hoje eu me sinto aliviado de n&atilde;o ter sido preso na &Aacute;frica do Sul.

Fui perdendo evid&ecirc;ncia.&nbsp;

Voc&ecirc; diminuiu o ritmo como comediante nos &uacute;ltimos tempos. O que te fez pisar no freio? E agora, com o stand-up em cartaz, podemos esperar um retorno definitivo ao humor?
Sendo bem sincero, o que me fez pisar no freio foi uma constata&ccedil;&atilde;o de que eu n&atilde;o tava conseguindo renovar meu p&uacute;blico. O p&uacute;blico veio muito comigo quando eu era uma novidade, quando eu era um cara conhecido da TV e o CQC era relevante. A medida que o CQC foi ficando menos prestigiado, foi consequentemente acabando, eu fui envelhecendo e tamb&eacute;m n&atilde;o fiz toda e qualquer artimanha para permanecer na m&iacute;dia, para ficar na TV aberta&hellip; eu fui perdendo evid&ecirc;ncia.&nbsp;
&Agrave; medida que foi acontecendo, o p&uacute;blico n&atilde;o foi mais embarcando na minha vibe de comediante. Eu tamb&eacute;m n&atilde;o me renovei muito como comediante, eu n&atilde;o tenho essa preocupa&ccedil;&atilde;o de me renovar como comediante. Porque se isso fosse necess&aacute;rio na minha vida, eu faria piadas factuais, eu olharia o contexto sociopol&iacute;tico, as not&iacute;cias e faria piadas em cima disso. Eu n&atilde;o sou um comediante factual. Eu sou um comediante de repert&oacute;rio, eu tenho um repert&oacute;rio de um show bom e eu fico reproduzindo esse repert&oacute;rio h&aacute; muito tempo e deixando ele melhor ainda. Eu n&atilde;o tenho essa ambi&ccedil;&atilde;o como comediante de me renovar e nem de ler o mundo sob a minha l&oacute;gica do humor. Ent&atilde;o acho que teve essa dupla jornada a&iacute;, n&eacute;?&nbsp;
Um bast&atilde;o de sucesso que saiu da minha m&atilde;o e foi passar para m&atilde;o de outros projetos, outros humoristas e outros programas, agravado pelo fato de que eu tamb&eacute;m n&atilde;o me reciclo como comediante. Ent&atilde;o eu tive que pisar no freio porque eu passei a n&atilde;o vender mais tanto ingresso. Foram tantos shows cancelados porque eu n&atilde;o estava conseguindo vender ingresso. E a&iacute; eu falei, &ldquo;Puxa, n&atilde;o vale mais a pena botar toda a minha energia para viajar com com&eacute;dia stand-up pelo Brasil porque eu n&atilde;o estou mais tendo demanda para isso&rdquo;. Era muito frustrante voc&ecirc; abrir uma sess&atilde;o em Florian&oacute;polis e perto do show a gente falar: &ldquo;Olha, n&atilde;o est&aacute; vendendo ingresso, vamos cancelar&rdquo;. Sabe? Ent&atilde;o eu fui focar em outras coisas.&nbsp;
Uma das coisas que eu fui focar foi fazer muito bem feito o show residente da minha cidade, que &eacute; o que eu gosto de fazer. Em meia hora eu chego no espa&ccedil;o onde me apresento, meia hora depois do show eu j&aacute; estou na minha casa. Eu tenho filha, sou casado, tenho uma preocupa&ccedil;&atilde;o genu&iacute;na agora de estar mais presente. E eu voltei a viajar ao Brasil, inclusive, mas com palestra. Ent&atilde;o a palestra voltou a me colocar nas capitais, voltou a me fazer correr esse pa&iacute;s. Ent&atilde;o eu posso focar o stand-up na minha cidade, coisa que eu nunca dei muita bola, sabe? Eu moro em S&atilde;o Paulo h&aacute; 49 anos desde que eu nasci e eu fiz poucas apresenta&ccedil;&otilde;es aqui, ent&atilde;o &eacute; hora de ficar aqui. E eu estou muito contente assim.

Seu livro lan&ccedil;ado em 2024, &lsquo;Atitude Transformadora&rsquo;, fala sobre proatividade na carreira. Tem algum momento em que a sua atitude mudou completamente o rumo de um trabalho?
Sim, tem um momento que t&aacute; contado no livro, que eu contei em v&aacute;rias entrevistas, que &eacute; um dos momentos mais bonitos da minha carreira e eu fa&ccedil;o quest&atilde;o de contar pra voc&ecirc;: quando eu fui chamado pra fazer parte do CQC, me queriam como produtora do programa. E foi a minha iniciativa de me ver em um outro lugar, de ambicionar uma coisa diferente e de brigar por esse lugar que me possibilitou ser rep&oacute;rter, porque quando me chamaram pra ser produtor, eu olhei para aquele trabalho, vi os v&iacute;deos dos programas no Chile, na Argentina, e &agrave; medida que eu vi aqueles rep&oacute;rteres entrevistando as pessoas, eu pensava, por que eu vou ser produtor disso aqui se eu sou, obviamente, rep&oacute;rter?&nbsp;
Eu tive muita atitude de chegar na reuni&atilde;o admissional da vaga de produ&ccedil;&atilde;o e dizer pro meu chefe: &ldquo;Olha, vim negar essa vaga e eu vim aqui pra dizer que voc&ecirc; tem que me testar como seu rep&oacute;rter&rdquo;. E ele falou: &ldquo;Mas voc&ecirc; n&atilde;o atende nenhum requisito, por que eu deixaria voc&ecirc; fazer o teste?&rdquo;. Eu respondi, se ele deixasse eu fazer o teste, ele veria o melhor teste que ele veria na vida dele. E foi assim que a coisa aconteceu para mim. Isso foi muito legal, das coisas mais bonitas que aconteceu, e recentemente isso aconteceu de novo na minha vida, porque quando eu vi que realmente o telefone n&atilde;o estava mais tocando para convite nenhum de televis&atilde;o, eu criei a palestra da atitude transformadora e me reinventei, me posicionei como um palestrante e estou indo muito bem assim.
&nbsp; &nbsp;
Falando em novas fases, voc&ecirc; se tornou pai recentemente! Como a chegada da sua filha transformou sua rotina e at&eacute; seu envolvimento com o humor e carreira?
Ah, transformou completamente, n&eacute;? Ela passa a ser prioridade. Mesmo que eu tivesse a loucura de n&atilde;o querer que isso acontecesse, n&atilde;o tem como ser muito &ldquo;fragilzinho&rdquo;. Agora ela t&aacute; com dois anos e meio, j&aacute; est&aacute; mais independente, j&aacute; tem outros caminhos melhorados, t&aacute; mais f&aacute;cil. Mas eu realmente impus novas prioridades.&nbsp;
Eu comecei a pensar em como ficar mais em casa. Eu tamb&eacute;m n&atilde;o tenho interesse de ter uma filha e ser um pai ausente. Eu quero que ela tenha mem&oacute;rias da primeira inf&acirc;ncia e lembre-se do pai dela no meio delas. Eu quero ser um pai de experi&ecirc;ncias, possibilitando viv&ecirc;ncias. Isso eu tenho conseguido fazer tamb&eacute;m porque eu pus o p&eacute; um pouco no freio. E olha que eu gosto muito de trabalhar, at&eacute; que eu estou segurando bem em fun&ccedil;&atilde;o dela. E eu tive que rever. Ent&atilde;o eu fiz quest&atilde;o de rever meu tipo de trabalho, especialmente meu tipo de humor, depois que eu virei&nbsp; pai. A real &eacute; que eu acho que eu toco melhor, eu sou melhor comediante, eu falo melhor, eu produzo conte&uacute;dos melhores depois que a minha filha nasceu, porque eu sempre tenho uma responsabilidade incutida no meu inconsciente, que diz: &ldquo;Se tua filha estivesse conseguindo ver isso agora, o que ela ia achar dessa piada? Se tua filha tivesse na sua plateia agora? O que ela ia achar desse teu show?&rdquo;. Ent&atilde;o voc&ecirc; se cuida.

Voc&ecirc; j&aacute; fez de tudo: com&eacute;dia, jornalismo, m&uacute;sica, literatura e at&eacute; palestra corporativa. Existe algum projeto &lsquo;fora da caixa&rsquo; que ainda quer tirar do papel?
Eu t&ocirc; sempre criando projetos e algumas vezes esses projetos acontecem, outros acontecem mais ou menos e outros simplesmente n&atilde;o decolam. Mas &eacute; um projeto que eu tenho muita vontade de fazer que eu n&atilde;o consegui e eu at&eacute; agora sigo n&atilde;o conseguindo, e muito do que eu n&atilde;o consegui &eacute; porque n&atilde;o depende s&oacute; de mim: &eacute; fazer novela.&nbsp;
Eu n&atilde;o consigo fazer porque as emissoras que produzem novelas n&atilde;o pensam em mim. Para fazer algum papel em alguma novela, eu precisava muito fazer uma novela para dizer que eu fiz tudo na TV. Eu fiz tudo em TV mesmo, at&eacute; agora. Eu apresentei reality show, eu trabalhei em reality show de confinamento, eu fiz trabalho de competi&ccedil;&atilde;o, eu fiz humor, eu cobri esporte, eu cobri olimp&iacute;ada, eu cobri Copa do Mundo, eu fiz s&eacute;rie, eu fiz jornalismo, eu fiz fic&ccedil;&atilde;o. Mas eu nunca fiz uma novela e vou continuar sem fazer novela &agrave; medida que os produtores de elenco das emissoras n&atilde;o responderem os meus pedidos de pelo menos fazer um teste, e n&atilde;o t&ocirc; dizendo que eu quero um papel &ldquo;UAU&rdquo;, que eu quero uma super oportunidade, eu n&atilde;o tenho essas vaidades&hellip; eu quero fazer o teste, mas eles n&atilde;o retornam a&iacute; fica complicado.
&nbsp; &nbsp;
Voc&ecirc; mencionou que j&aacute; est&aacute; pensando no seu pr&oacute;ximo livro, que ser&aacute; um romance. D&aacute; para adiantar um pouquinho do que vem por a&iacute;? Mais com&eacute;dia ou vamos ver uma vers&atilde;o sua mais rom&acirc;ntica e profunda?
Pois &eacute;, esse novo livro t&aacute;&nbsp; pronto na minha cabe&ccedil;a, mas ele &eacute; um vespeiro. &Eacute; uma hist&oacute;ria pesada. Acho que vou ter que segurar um pouco para escrever sobre esse livro, porque &eacute; um drama. &Eacute; um livro pesado, e eu preciso continuar trabalhando para as pessoas entenderem uma outra faceta minha. Eu vou precisar de mais um tempo para as pessoas me verem al&eacute;m do humor, e isso &eacute; um processo de constru&ccedil;&atilde;o de imagem, de constru&ccedil;&atilde;o de carreira. Porque se eu solto um livro desses agora&hellip; &eacute; o primeiro que eu acho que ningu&eacute;m lan&ccedil;a. E quem for ler esse livro vai ficar muito mal impressionado, sabe? Porque esse &eacute; pesado. N&atilde;o &eacute; a hora. Eu vou ter que segurar um pouquinho aqui, infelizmente.

Nos bastidores da com&eacute;dia, quem foi a pessoa que mais te surpreendeu positivamente? E tem algum encontro inusitado que virou hist&oacute;ria para contar no palco?
Olha, de cora&ccedil;&atilde;o, eu acho que nos bastidores da com&eacute;dia, pensando em gente do meio da com&eacute;dia, uma figura que mais me surpreendeu positivamente e segue me surpreendendo, &eacute; o Danilo Gentili. O Danilo Gentili apareceu como um caipira nos bastidores do CQC. O elenco j&aacute; estava formado, e a&iacute; veio um cara esquisito, desengon&ccedil;ado, falava uma l&iacute;ngua do interior, um interiorano de S&atilde;o Bernardo do Campo, que nem &eacute; interior, mas ele parecia um &ldquo;jeca&rdquo; dentro de S&atilde;o Bernardo, uma cidade superdesenvolvida.&nbsp;
O Danilo era um estere&oacute;tipo, um caipira, que entrou pra fazer um quadro. Era um quadro que tinha come&ccedil;o, meio e fim, um rep&oacute;rter inexperiente. Mas ele era t&atilde;o talentoso que ele se sobressaiu ali muito rapidamente e acabou virando um integrante fixo com o CQC. E pelo tempo que o Danilo Gentili esteve dentro do CQC, ele fez um barulho danado. E ele n&atilde;o ficou muito tempo porque o CQC era pequeno para ele, ele precisava escoar o seu enorme talento fora e ele foi dar vaz&atilde;o ao talk show que ele faz bravamente h&aacute; todos esses anos.&nbsp;
Ele come&ccedil;ou com o "Agora &eacute; tarde" na Band, foi uma ideia que ele teve, eu vi ele desenhando tudo, eu vi ele concebendo tudo, eu vi ele brigando por esse programa, vi a Band comprar esse projeto, e vi ele migrar pra SBT e sigo assistindo cada passo que Danilo Gentili d&aacute;, na com&eacute;dia, n&eacute;? &Eacute; um &ldquo;absurdo&rdquo;, no &oacute;timo sentido, t&aacute;? A palavra n&atilde;o &eacute; &ldquo;absurda&rdquo;, &eacute; um &ldquo;tes&atilde;o&rdquo; o que o Danilo faz. Ele &eacute; muito talentoso. De tempo em tempo ele quer uma coisa nova, ele quer o &lsquo;Roda Solta&rsquo;, um quadro que ele tem ali no &lsquo;The Noite&rsquo;, que &eacute; maravilhoso, que de vez em quando eu participo. Quem v&ecirc; o &lsquo;Roda Solta&rsquo;&nbsp; fala: &ldquo;O cara que fez&nbsp; isso aqui tem um parafuso a menos, &eacute; alvo de bons estudos&rdquo;. Esse &eacute;&nbsp; Danilo Gentili, eu t&ocirc; fazendo essa publicidade gratuita do Danilo, ele nunca vai ficar sabendo que isso aconteceu, porque ele muito low profile, mas ele &eacute; ainda o cara que mais me surpreende positivamente na com&eacute;dia.&nbsp;

Um encontro inusitado? H&aacute; muito tempo eu n&atilde;o conto essa hist&oacute;ria, eu j&aacute; contei em alguns palcos meus, j&aacute; contei em uma situa&ccedil;&atilde;o ou outra o que aconteceu entre eu e um ator brit&acirc;nico chamado Anthony Daniels, muito chique e elegante. Anthony Daniels fazia o C-3PO, aquele rob&ocirc; de Star Wars, aquele rob&ocirc; prateado, tinha o C-3PO, que era aquela lata e tinha os R-2D2, que era aquele rob&ocirc; alto. Bom, ele era interpretado por um ator Shakespeareano, que tinha t&eacute;cnicas de m&iacute;mica, estudado na Royal de Londres, esse era Anthony Daniels. Ele veio ao Brasil uma vez para uma conven&ccedil;&atilde;o de Star Wars, um pouco antes dessa loucura toda da C-6XP, isso ainda era na &eacute;poca dos testes do CQC, ou seja, foi logo no comecinho de 2008 ou finalzinho de 2007, e eu fui escalado pra cobrir essa conven&ccedil;&atilde;o e entrevistar o Anthony Daniels. Eu fiquei nervoso na hora de entrevist&aacute;-lo porque eu tinha muito pouca experi&ecirc;ncia, a entrevista era em ingl&ecirc;s, eu falava muito pior em ingl&ecirc;s do que eu falo hoje, e eu confundi uma palavra muito importante que deu um duplo sentido horr&iacute;vel &agrave; pergunta, e ele ficou muito ofendido, com toda raz&atilde;o, e interrompeu a entrevista, deu uns gritos, disse que n&atilde;o ia dar mais nenhuma entrevista pra nenhum jornalista naquele dia, toda a imprensa que estava presente ficou furiosa comigo, os f&atilde;s tamb&eacute;m.
Eu fiquei esperando o Anthony Daniels ir embora, e eu o abordei no estacionamento para pedir desculpa, eu estava t&atilde;o nervoso que em vez de pedir desculpa &ldquo;I am Sorry&rdquo;,&nbsp; desculpe pelo meu erro, eu falava assim, &ldquo;Don't be afraid, I'm sorry.&rdquo; Eu queria dizer, &ldquo;Poxa, n&atilde;o fique chateado, eu n&atilde;o sou sem no&ccedil;&atilde;o, eu n&atilde;o sou perigoso&rdquo;. Eu infelizmente n&atilde;o posso dizer quais foram as palavras que eu confundi, mas pode ter certeza, que levaram a um sentido sexual absolutamente horr&iacute;vel, que ofendeu profundamente um ator londrino septuagen&aacute;rio como ele, com toda raz&atilde;o.

PING PONG

Uma piada que sempre funciona no stand-up?
Ao interagir com um casal que est&aacute; casado h&aacute; muitos anos, perguntar: &ldquo;Ah, 30 anos de casado? Como &eacute; n&atilde;o ter sexo h&aacute; 25?&rdquo;
Uma vergonha que voc&ecirc; j&aacute; passou no palco?
Errar o nome da cidade. E isso aconteceu umas duas vezes j&aacute;!
O melhor conselho que j&aacute; recebeu na vida?
N&atilde;o acredite nem no sucesso e nem no fracasso. Os dois s&atilde;o impostores! &mdash; Quem me disse isso foi o lend&aacute;rio Antonio Abujamra.
Se pudesse reviver um momento do CQC, qual seria?
A emo&ccedil;&atilde;o de receber a &oacute;tima not&iacute;cia de que havia passado nos testes e que minha vida finalmente iria mudar.
Um h&aacute;bito que ningu&eacute;m imagina que voc&ecirc; tem?
Lixar minhas unhas da m&atilde;o direita todos, mas todos os dias. Tenho lixas usadas em todos os bolsos das minhas roupas, em todas as gavetas e at&eacute; no carro. Toco viol&atilde;o cl&aacute;ssico e preciso delas polidas para tocar bonito.
Um lema para quem quer transformar a carreira?
N&atilde;o espere o telefone tocar com projetos que n&atilde;o lembram de voc&ecirc;. Fa&ccedil;a com que ele toque a partir dos produtos que voc&ecirc; crie!

Rafael Cortez fala sobre virada de chave na carreira, CQC e mais

Tags

Posts relacionados

Hommes

Renato Aragão comemora 90 Anos com uma jornada de sucessos

Cultura

Cultura: confira agenda teatral repleta de música, humor e emoção

Pop culture

Ingrid Guimarães em entrevista exclusiva para L'Officiel Brasil

Posts recomendados

Pop culture

Taylor Swift e Jaime King rompem amizade; saiba detalhes

Moda

Ferragamo traz a Soft-Bag como acessório icônico da Spring-Summer 25

Joias

Acessórios: onde encontrar adereços da cultura punk?

Hommes

Valentino e sua nova coleção 17-18 FW Menswear

Hommes

Romain Menei e Gustavo Sotero empreendem novo projeto

Moda

Glória Coelho e Lilian Pacce anunciam parceria inédita

Pop culture

Arnold Schwarzenegger tem divórcio polêmico exposto por ex-mulher

Pop culture

Mariana Ximenes revela dieta e treinos para um corpo definido