Artista visual, modelo, atriz: a brasileira radicada em NYC é multitalentosa.

A artista Nicole Della Costa &ndash; codinome de Nicole Lopez &ndash;&nbsp;se mudou para Nova York h&aacute; quase 5 anos para estudar cinema, mas se apaixonou pelo curso de Fine Arts da School of Visual Arts e recentemente come&ccedil;ou a trabalhar com a artista alem&atilde; Janaina Tsch&auml;pe. Nicole tamb&eacute;m estendeu suas habilidades de comunica&ccedil;&atilde;o visual a&nbsp;performances como modelo e atriz para Dazed &amp; Confused, Purple Magazine e Nowness. Batemos um papo sobre produ&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica no seu apartamento em Williamsburg:

Conte um pouco sobre os caminhos que te levaram at&eacute; a sua produ&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica de hoje.

Comecei a apresentar no canal Woohoo quando eu tinha 17 anos, o que tem super a ver com o meu trabalho de performance, a t&eacute;cnica &eacute; parecida. Passei minha adolesc&ecirc;ncia toda l&aacute;, foi superdivertido em quest&atilde;o de poder unir meus interesses ao trabalho e tamb&eacute;m me abriu muitas portas, entrevistei pessoas que viraram grandes amigos. Mas chegou um dia que eu comecei a questionar se era isso o que eu queria para minha vida toda. Foi ent&atilde;o que me mudei pra Nova York e o resto &eacute; hist&oacute;ria.

Encontrei o Pioneer Works, um centro de arte e ci&ecirc;ncia sem fins lucrativos, dirigido pelo Artista Dustin Yellin, que virou um grande amigo e mentor. Foi l&aacute; que eu vi que arte pode viver muito al&eacute;m de galerias e grandes institui&ccedil;&otilde;es e ser um projeto social, com intuito de produzir e compartilhar informa&ccedil;&atilde;o.

Nicole Della Costa

A sua express&atilde;o como atriz tem alguma conex&atilde;o com os seus projetos de artes visuais? Quais foram as t&eacute;cnicas escolhidas para suas experimenta&ccedil;&otilde;es ? 

Tem conex&atilde;o pois estou lidando com os meios em que eu encontro na minha pr&oacute;pria pr&aacute;tica, que s&atilde;o a fala, texto, c&acirc;mera e improviso. A t&eacute;cnica depende no quanto/quando eu preciso expressar. Normalmente da necessidade imediata surge uma performance ou escrevo, quando a ideia ainda est&aacute; se desenvolvendo eu pinto ou desenho e quando madura surge um v&iacute;deo. A ideia est&aacute; sempre se transformando.

&nbsp;

Como a sua forma&ccedil;&atilde;o brasileira e atual perman&ecirc;ncia em Nova York influenciaram no seu desenvolvimento como artista visual? Em que momento &nbsp;aconteceu a comunica&ccedil;&atilde;o entre a Nicole atriz e a faceta artista visual?

A mudan&ccedil;a para Nova York me trouxe um turbilh&atilde;o de d&uacute;vidas e certezas, uma delas &eacute; que a melhor maneira de me comunicar &eacute; pela arte. Aprendi e tamb&eacute;m dei alguns passos para tr&aacute;s para revisar o que eu realmente queria e qual papel eu quero ter enquanto eu estou aqui. Imergi tanto nesse estado que desenvolvi uma ansiedade em que agora o que eu mais quero &eacute; que ela se teletransporte para outro planeta. Mas ao mesmo tempo a d&uacute;vida traz bons resultados, &eacute; uma s&eacute;rie de perguntas que a um certo ponto levam ao auto conhecimento.

Como &eacute;&nbsp;seu processo de cria&ccedil;&atilde;o, a escolha do tema e dos elementos que v&atilde;o fazer parte dos seus projetos? Algum artista ou elementos externos influenciam&nbsp;sua produ&ccedil;&atilde;o? 

Me interesso em encontrar o que h&aacute; de surreal no mundano, normalmente em intera&ccedil;&otilde;es verbais onde &eacute; poss&iacute;vel encontrar os mais puros absurdos po&eacute;ticos, nos quais o interlocutor n&atilde;o se d&aacute; conta, &eacute; genu&iacute;no. Ouvir &eacute; a primeira parte do processo para selecionar frases e palavras e transform&aacute;-las em imagem. Por isso que ler poesia &eacute; um grande exerc&iacute;cio e o que mais me estimula, &eacute; uma arte nada pregui&ccedil;osa;&nbsp;o leitor tem o dever de produzir e visualizar imagens compostas por uma varia&ccedil;&atilde;o de palavras.

Italo Calvino est&aacute; sendo uma grande influ&ecirc;ncia em quest&atilde;o transformar imagens em uma narrativa. Seu trabalho tende a tornar situa&ccedil;&otilde;es mundanas em hist&oacute;rias inimagin&aacute;veis.

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Como foi recitar um poema no MOMA? 

Acho que uma das coisas mais legais que eu j&aacute; fiz na minha vida. Era um dia de performances curado pela India Menuez e o coletivo 8 ball zines. Quando li que tinha espa&ccedil;o para open mic, eu pirei! N&atilde;o podia perder a oportunidade de modo algum. Fui sem contar para ningu&eacute;m e recitei um poema autoral chamado &quot;Summer&quot;, estava apaixonada&nbsp;e super inspirada pela Gertrude Stein.

Fotos:&nbsp;Aur&eacute;lien Nob&eacute;court

Nicole Della Costa em entrevista, confira!

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