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<p><em>Em processo de crescimento no país, o setor voltado para consumidores de luxo e alta renda tem atraído marcas e deve se expandir ainda mais até 2030.</em></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>Em 2024, a <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/joias/van-cleef-arpels-nova-colecao">Van Cleef &amp; Arpels</a> inaugurou loja em São Paulo, a <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/fashion-week/loewe-inverno-24">Loewe</a> aterrissou no país e a <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/yves-saint-laurent-e-sua-conexao-com-o-feminismo-agora-em-museu">Yves Saint Laurent</a> Beauty abriu e-commerce nacional. Para maio próximo, está prevista a chegada da Comme des Garçons, da estilista Rei Kawakubo, ao shopping paulista Iguatemi. São ações que refletem o já alardeado crescimento do mercado de luxo no país &ndash; que tem previsão de fechar 2024 em 3,59 bilhões de dólares &ndash;, na contramão da desaceleração observada na Europa e da queda na demanda chinesa por itens de luxo. Nos últimos cinco anos, o setor teve salto de 18%, com previsão de expansão futura entre 6% e 8% ao ano. Nesse ritmo, praticamente dobrará de tamanho, chegando a 133 bilhões de reais em 2030, segundo estudo da Bain &amp; Company. Esse cenário gira em torno, principalmente, dos gastos com moda e artigos pessoais, apesar de exibir performances positivas também nos segmentos de imóveis, automóveis, iates, arte, saúde, aeronaves particulares, bebidas finas e hotéis. Todos eles motivadores de sensações de raridade e distinção, que caracterizam o luxo.</span></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>O cenário é o reflexo do incremento do número de brasileiros com pelo menos 1 milhão de dólares em ativos líquidos. A pesquisa prevê que até 2030 a população de alto patrimônio líquido chegará a 133 mil e os afluentes, a 1,36 milhão, com riqueza acumulada de 1,07 trilhão de dólares. Para Rosana de Moraes, professora da FIA Business School, é um dinheiro movimentado principalmente por novos consumidores vindos das áreas de tecnologia, showbiz e esporte. &ldquo;As pessoas que têm um relacionamento mais recente com o setor de luxo, tradicionalmente, buscam coisas que são mais emblemáticas, bem ao contrário do </span><span>quiet luxury</span><span>. Elas querem atestar o sucesso, suas conquistas, por meio do que possuem. Isso aparece na busca por determinadas marcas e por exteriorizar logos&rdquo;, avalia, acrescentando que contribui para essas escolhas o fato de que o Brasil é um país jovem para o mercado de alta renda, já que até 1990 só se comprava no exterior.</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span>À medida que uma parcela maior enriquece, Rosana acredita que cresce o nível de exigência desse consumidor, o que o faz naturalmente migrar do segmento premium &ndash; já assimilado por muitos &ndash; para o de luxo. &ldquo;Ele está mais sensível às experiências que produtos e serviços podem proporcionar. Passa a valorizar detalhes que antes ficavam despercebidos, como um acabamento melhor. E o luxo é o símbolo máximo da elevação do nível de exigência. Também vejo que antes as marcas eram restritas a pequenos grupos em termos de comunicação. Nas últimas dé</span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">cadas, as redes sociais popularizaram o conhecimento sobre as grifes, aumentando o desejo por elas&rdquo;, explica. É um diálogo que transita, principalmente, pelo status aspiracional de celebridades, influenciadores e personalidades das mídias sociais. Em 2023, por exemplo, a italiana Fendi adicionou a cantora e compositora brasileira Iza à sua lista de embaixadores.</span></p>

<p style="text-align: justify;"><span>Outro estudo realizado pela Mordor Intelligence mostra que a crescente popularidade das roupas de luxo entre a geração Y está impulsionando ainda mais o crescimento do mercado brasileiro, pois são indivíduos mais propensos a serem movidos pelas últimas tendências da moda do que outros grupos de consumidores. Assim, &ldquo;usar roupas de luxo permite que os indivíduos expressem seu estilo e se destaquem da multidão. Muitas vezes, isso significa as últimas tendências da moda e é associado à exclusividade&rdquo;, compreende a pesquisa, que mostra, ainda, que os consumidores ricos do Brasil, principalmente as gerações mais jovens, estão buscando marcas de luxo exclusivas, de nicho e menos conhecidas, além dos líderes estabelecidos do setor. &ldquo;As pessoas estão cada vez mais internacionalizadas, até em termos de língua. Porém, comprar no Brasil, apesar de o preço ser mais alto em função das nossas taxas, tem vantagens. Uma delas é o atendimento diferenciado e individualizado, que é diverso daquele que se tem no exterior. Outra é o parcelamento, que acomoda a despesa no orçamento, mas é um fator cultural principalmente entre as mulheres, incluindo as mais abastadas&rdquo;, afirma Rosana.</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span>O mercado de </span><span>second hand </span><span>de luxo acompanha esse movimento. A professora diz que há a possibilidade real de comprar itens mais baratos &ndash; o que, para alguns consumidores, significa uma porta de entrada para um universo de ascensão &ndash; ou de adquirir raridades que não estão mais disponíveis nas vitrines. Entretanto, explica que é preciso levar em conta a preocupação crescente com o impacto ambiental de novas produções. &ldquo;O que tem tudo a ver com o luxo, que é feito para durar. Tem sintonia com dar uma nova vida a um item. Antigamente, não se alardeava a compra de uma peça de segunda mão; hoje, o </span><span>second hand </span><span>de luxo significa status de consciência, é motivo de orgulho. Transmite uma mensagem positiva sobre o consumidor&rdquo;, revela. Somente o estado de São Paulo representa 75% do consumo de bens de luxo do país; entretanto, outras capitais como Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba têm atraído a atenção das marcas de luxo, que vêm realizando eventos e pop-ups para atender à demanda.</span></p>

Rosana de Moraes: “As pessoas que têm um relacionamento mais recente com o setor de luxo, tradicionalmente, buscam coisas que são mais emblemáticas, bem ao contrário do quiet luxury” (Foto: OSIRIS LAMBERT / DIVULGAÇÃO)

Luxo: setor cresce e atrai marcas para o país!

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