Skincare profundo: a hora é agora!
De abril a setembro, em solo nacional, acontece uma movimentação intensa rumo aos consultórios dermatológicos e gôndolas de cosméticos. Isso ocorre, basicamente, por dois motivos: pessoas que se esbaldaram no sol do verão “correm atrás do prejuízo” para diminuir manchas e aspecto de pele sem vida após muito sal marinho, cloro da piscina e sol; outros, mais comedidos, aproveitam a menor exposição solar do inverno para investir em rotinas de skincare mais intensas, sem tanto perigo de efeitos colaterais fotossensíveis. Com essa demanda sazonal tão intensa, é comum o surgimento de uma vasta gama de tratamentos e ativos para fazer do inverno a temporada mais quente para a pele impecável.
No consultório
Um protocolo clássico para o período mais frio do ano é o peeling. A ação de renovar a superfície da pele, entretanto, não é nova. Porém, a tendência atual busca unir seu potencial regenerativo ao clareamento. “Alguns exemplos disso são os peelings Melan-Off e Dermamelan. Eles são boas opções para acelerar a renovação da pele junto com a diminuição de pigmentação excessiva no local, as manchas”, diz Mariana Muniz, dermatologista.
Quando pensamos em laser, outro tratamento bem popular para o período do inverno, a expert indica dois tipos que têm maior atração por água, como o Fotona e o de CO2. Eles vão causar uma renovação celular mais intensa na área da face. Para retirar manchas, lasers com atratividade pelo pigmento da pele, como o Picosure e o Picoway, são os mais indicados. Como novidade, há o laser Lavieen, do tipo Túlio, que consegue tanto renovar a pele quanto controlar o pigmento.
Se o foco é a flacidez facial, os mais novos tratamentos dermatológicos minimamente invasivos ou não invasivos são a plataforma Surgical Derm e o Ultraderme. O Surgical Derm usa plasma endodérmico de baixa temperatura para combater rugas, perda de colágeno e flacidez, além de melhorar a textura. “Ele é importante porque, à medida que envelhecemos, a pele fica mais fina, produzindo menos colágeno e perdendo sua elasticidade. Com isso, rugas e flacidez surgem”, diz o doutor Abdo Salomão Jr., dermatologista. “Já o Ultraderme une o ultrassom microfocado Ultraction 3D, para efeito lifting, com a radiofrequência microagulhada Eletroderme. As agulhas causam pequenas fissuras na pele que, quando combinadas ao aquecimento de cerca de 70 oC causado pela radiofrequência, estimulam a produção das fibras de colágeno e elastina”, completa o médico. Além disso, a técnica promove a reestruturação natural das camadas da pele, estimulando a produção de ácido hialurônico, induzindo a criação de novos vasos sanguíneos e o aumento da vasodilatação local, o que contribui para maior oxigenação e, consequentemente, nutrição da região tratada.
Em casa
O autocuidado é a palavra da vez em um momento que seguimos em casa, com restrições de mobilidade. No homecare, os ácidos, os retinoides e potentes ativos hidratantes, antioxidantes e regenerativos entram em cena como aliados dos períodos de dias mais curtos e ainda com muito estresse da pandemia, o que também prejudica a saúde e a beleza da pele.
AHAs: compreende o grupo dos alfa-hidroxiácidos, como o ácido glicólico, o cítrico e o láctico. A principal função dessas substâncias é aumentar a renovação celular e iniciar a produção de colágeno, reduzindo o aparecimento de rugas e linhas finas. De todos os ácidos, o que tem a menor molécula é o glicólico, o que privilegia sua maior penetração na pele; isso também vem acompanhado de uma maior probabilidade de irritação. Quando o paciente tem a pele sensível, é melhor optar pelo uso de ácido láctico e cítrico, mais suaves. Lembrando sempre que o uso de ácidos precisa ser acompanhado por um dermatologista, para evitar ferimentos, manchas e efeitos rebotes.
Esfoliantes: de forma geral, os esfoliantes são produtos mais bem tolerados do que os ácidos, por fazer uma renovação celular mais superficial. Para que eles não prejudiquem o meio ambiente, opte por cosméticos com microesferas naturais, biodegradáveis. Use-os no corpo, no rosto e nos lábios uma vez a cada 15 dias ou uma vez por mês, se tiver a pele mais sensível.
Retinoides: são derivados da vitamina A que estimulam a renovação celular, aumentam a produção de colágeno e diminuem o aparecimento de rugas. Retinoide é um termo genérico para todos esses derivados, incluindo o popular retinol. Em alguns casos, ele pode ser um ativo irritante para alguns tipos de pele, por isso existem algumas opções menos sensibilizantes, como o Bakuchiol, o Lanablue e peptídeos com ação “retinol-like”.
Clareadores: “Os ativos que estão na moda quando pensamos em reduzir manchas na pele são o Thiamidol, derivado de cogumelo que não é fotossensível e pode ser usado em todos os tipos de pele, e o ácido tranexâmico, que está presente em diversos cremes de laboratórios conceituados e que também tem a vantagem de ser usado tanto durante o dia quanto à noite e por todos os tipos de pele, podendo ser associado a ativos rejuvenescedores. Os cuidados para usar essas substâncias são apenas testar antes”, diz a doutora Maria Paula Del Nero, dermatologista.
Hidratantes antioxidantes: é fundamental manter o pH fisiológico da pele, pois ele permite o equilíbrio do microbioma local, sistema do corpo que funciona como um escudo contra agressões externas, como a poluição. O uso de hidratantes com antioxidantes é essencial para o equilíbrio dessa equação que deixa a pele com glow e menos chances de desenvolver irritação. Cosméticos com adipofill, peptídeos, ácido hialurônico de baixo peso molecular, além da vitamina C e silício, estão em alta nessa vertente. Para minimizar os efeitos danosos da poluição, especificamente, há o Oligomix, Nutriomega 3, 6, 7 e 9, Hyaxel, Alistin, Arct-Alg, ácido ferúlico e Progenitrix. “Para o dia, as opções podem ser mais sequinhas, do tipo oil free, para peles mistas ou oleosas. Já os mais pesados são deixados para o período noturno”, diz Giovana Moraes, dermatologista.
Skincare de inverno