Oficialmente inaugurado, novo edif&iacute;cio eleva Masp a outro patamar, com mais espa&ccedil;o expositivo e de olho em novo p&uacute;blico

O &oacute;leo sobre tela de Rosa e Azul &ndash; As Meninas Cahen d&rsquo;Anvers pode ter secado no fim do s&eacute;culo 19, quando foi finalizado por <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/montblanc-lanca-nova-edicao-homenageando-pierre-auguste-renoir">Pierre-Auguste Renoir</a>, mas agora convive com o cheiro de tinta fresqu&iacute;ssima. Obra-&iacute;cone do acervo hist&oacute;rico do <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/cultura/masp-inaugura-novo-predio-com-5-novas-exposicoes">Masp</a>, &eacute; uma das 13 do pintor franc&ecirc;s que pertencem ao museu e voltam &agrave; exibi&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica ap&oacute;s 20 anos em mostra dedicada &ndash; por sua vez, uma das cinco que inauguram com pompa o Edif&iacute;cio Pietro Maria Bardi, novas instala&ccedil;&otilde;es da <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/jovens-talentos-paulistanos-novas-labels-nacionais-para-conhecer-e-inspirar">institui&ccedil;&atilde;o paulistana</a>.

A inaugura&ccedil;&atilde;o do espa&ccedil;o, no fim de mar&ccedil;o, encerrou uma longa hist&oacute;ria de quase 20 anos de gesta&ccedil;&otilde;es e negocia&ccedil;&otilde;es pelo novo pr&eacute;dio &ndash; que ocupa o espa&ccedil;o e as funda&ccedil;&otilde;es do antigo residencial Dumont-Adams, edif&iacute;cio dos anos 1950 que j&aacute; habitava a Avenida Paulista desde antes da constru&ccedil;&atilde;o da obra arquitet&ocirc;nica de Lina Bo Bardi, sede do museu, e foi adquirido em 2005. Resolvidos vaiv&eacute;ns burocr&aacute;ticos, o pr&eacute;dio finalmente foi finalizado, com projeto incensado da Metro Arquitetos Associados: um imenso bloco vertical de 14 andares, coberto de chapas met&aacute;licas escuras, que completa (e contrasta com) a horizontalidade vermelha do cart&atilde;o-postal ao lado.

Rosa e azul - As meninas Cahen d'Anvers (1881), de Renoir - Foto: Divulgação

&ldquo;&Eacute; um pr&eacute;dio maravilhoso e muito marcante. Tem uma personalidade e uma est&eacute;tica para que talvez, hoje, muita gente n&atilde;o esteja preparada &ndash; assim como, em 1968, n&atilde;o estavam para uma obra brutalista de uma arquiteta moderna em plena Avenida Paulista&rdquo;, pondera Paulo Vicelli, diretor de experi&ecirc;ncia e comunica&ccedil;&atilde;o do Masp. &ldquo;Um trabalho bastante disruptivo e inovador que tem tudo para, daqui a alguns anos, tamb&eacute;m se tornar um grande &iacute;cone.&rdquo;&nbsp;
A nova sede-irm&atilde;, que carrega o nome do primeiro diretor art&iacute;stico do Masp (e marido de Lina) e foi toda bancada com doa&ccedil;&otilde;es da sociedade civil, abre um f&ocirc;lego muito bem--vindo &agrave; casa. Entrando na onda de expans&otilde;es de grandes institui&ccedil;&otilde;es mundiais nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas &ndash; como a Tate, em Londres, e a Pinacoteca de S&atilde;o Paulo &ndash;, resolve limita&ccedil;&otilde;es espaciais que j&aacute; vinham engasgando as possibilidades do museu: agora s&atilde;o 66% a mais de espa&ccedil;o expositivo &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o da equipe curatorial e do p&uacute;blico, que deve crescer. Inclusive com a ado&ccedil;&atilde;o do cl&aacute;ssico v&atilde;o livre abaixo do pr&eacute;dio original, que passa a ser gerido oficialmente pelo Masp e ganha a sua primeira obra p&uacute;blica, O Outro, Eu e os Outros, do colombiano Iv&aacute;n Argote, em 10 de abril.

&ldquo;Tudo isso d&aacute; ao Masp outra escala, altera a din&acirc;mica de atua&ccedil;&atilde;o. A nossa ideia &eacute; fazer com que o museu se comunique mais com a popula&ccedil;&atilde;o. Temos, anualmente, por volta de 700 mil visitantes; um n&uacute;mero que se repete em outras institui&ccedil;&otilde;es de S&atilde;o Paulo. Onde est&atilde;o as outras pessoas, por que elas n&atilde;o visitam os museus? S&atilde;o esses desafios que est&atilde;o no nosso radar&rdquo;, diz Vicelli, apostando na grande exposi&ccedil;&atilde;o de Claude Monet, marcada para maio, como alavancador de um desejado milh&atilde;o de visitantes para este ano. O impressionista franc&ecirc;s foi respons&aacute;vel por um dos sucessos hist&oacute;ricos do museu, em 1997.&nbsp;
Por enquanto, o pr&eacute;dio &eacute; alvo de comuta&ccedil;&otilde;es da equipe curatorial, animada com o novo espa&ccedil;o dispon&iacute;vel. A inaugura&ccedil;&atilde;o acontece, al&eacute;m de Renoir, com outras mostras que abrem o acervo do Masp ao p&uacute;blico: de artefatos africanos, de artistas que se dedicam a composi&ccedil;&otilde;es geometrizadas, uma que reflete sobre a hist&oacute;ria do pr&oacute;prio museu e a videoinstala&ccedil;&atilde;o de Isaac Julien sobre os escritos de Lina, com Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.

Fernanda Montenegro mais Fernanda Torres na obra de Isaac Julien - Foto: Divulgação

&ldquo;Tudo ainda &eacute; muito novo, ent&atilde;o vamos seguir experimentando e adaptando o programa ao novo espa&ccedil;o&rdquo;, conta Regina Teixeira de Barros, curadora do acervo do museu. &ldquo;Cada andar do pr&eacute;dio novo tem sua especificidade e a pr&oacute;pria expografia &ndash; s&atilde;o cinco andares e cinco surpresas para o p&uacute;blico.&rdquo;

Masp inaugura novo edifício com mais espaço positivo e público

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