C&aacute;ssio Vasconcellos abriu 2025 aplicando mais uma goleada &ndash; sua foto a&eacute;rea Enseada #2 estampa a capa de Fim (Companhia das Letras), primeiro livro de Fernanda Torres, que concorreu ao Oscar por seu papel em Ainda Estou Aqui, de Walter Salles

Um dos mais celebrados profissionais da <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/icone-da-fotografia-brasileira-vania-toledo-morre-aos-72-anos">fotografia brasileira</a> contempor&acirc;nea, C&aacute;ssio Vasconcellos, s&oacute; no exterior, j&aacute; exp&ocirc;s mais de 200 vezes em 20 pa&iacute;ses. No ano passado, ele lan&ccedil;ou a exposi&ccedil;&atilde;o e o livro Viagem Pitoresca pelo Brasil .Sua 14&ordf; publica&ccedil;&atilde;o &eacute; um rico registro das nossas florestas, que C&aacute;ssio vem clicando desde sempre. Na verdade, o ex-fot&oacute;grafo da Folha de S. Paulo, da revista Isto&Eacute; e da ag&ecirc;ncia DPZ tem as matas tropicais &ldquo;plantadas&rdquo; em seu DNA. Seu pentav&ocirc; foi o bot&acirc;nico alem&atilde;o Ludwig Riedel, que participou da expedi&ccedil;&atilde;o Langsdorff de 1824&ndash;1829 e percorreu pelo menos 16 mil quil&ocirc;metros, realizando o mais completo invent&aacute;rio do fugaz <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/cultura/coco-chanel-sua-biografia-ganha-novo-livro-em-versao-nacional">Imp&eacute;rio nacional</a>.
Al&eacute;m de expor em institui&ccedil;&otilde;es de cultura do Pa&iacute;s, o paulistano j&aacute; apresentou seu acervo em Paris, na Funda&ccedil;&atilde;o Cartier, e em museus norte-americanos &mdash; entre eles, o Fine Arts de Houston, Texas, que acumula o melhor acervo de arte latino-americana dos Estados Unidos. Em 2024, Vasconcellos apresentou Over, um painel gigante de 26 metros de comprimento, que denuncia a superprodu&ccedil;&atilde;o e o consumismo exacerbado, no Festival La Gacilly-Baden, na &Aacute;ustria. @CASSIOVASCONCELLOS

LOFF Nas suas imagens a&eacute;reas, voc&ecirc; fotografou outras cidades al&eacute;m de S&atilde;o Paulo? CV Fotografei muitos locais nestes &uacute;ltimos vinte e tantos anos de fotografia a&eacute;rea. J&aacute; voei por todas as regi&otilde;es do Brasil e quase todo o litoral brasileiro. Fiz duas viagens internacionais de helic&oacute;ptero. Numa, voei do norte dos Estados Unidos at&eacute; S&atilde;o Paulo &mdash; foram doze dias passando por v&aacute;rios pa&iacute;ses. Na outra, participei de um voo in&eacute;dito de S&atilde;o Paulo ao deserto do Atacama, no Chile, que originou minha s&eacute;rie Fly to Mars. Acumulo cerca de mil horas de voo como fot&oacute;grafo, nos mais diversos tipos de aeronaves.

LOFF E a rela&ccedil;&atilde;o da fotografia com a pintura, muito presente em sua obra? CV Desde as minhas s&eacute;ries iniciais, sempre me interessei em explorar os limites e criar imagens que n&atilde;o necessariamente se pare&ccedil;am com fotografia e que n&atilde;o possuam uma obriga&ccedil;&atilde;o com a documenta&ccedil;&atilde;o fotogr&aacute;fica. Mas, por mais que eu tenha sempre feito muitas experimenta&ccedil;&otilde;es, meu trabalho &eacute; 100% fotografia.

LOFF Quais s&atilde;o os seus planos para 2025? CV Fotografar a Amaz&ocirc;nia.

<blockquote>
O pentav&ocirc; de C&aacute;ssio foi o bot&acirc;nico Ludwig Riedel, que percorreu 16 mil quil&ocirc;metros de matas nativas.
</blockquote>

L&rsquo;OFFICIEL HOMMES De onde vem sua paix&atilde;o pela fotografia? C&Aacute;SSIO VASCONCELLOS Desde o primeiro momento em que comecei a fotografar, aos 15 anos, numa viagem de fim de semana com os meus pais. Nunca mais parei.
LOFF Nos &uacute;ltimos anos, voc&ecirc; vem desenvolvendo trabalhos de fotografia a&eacute;rea e fotografias em florestas. Pode falar sobre isso? CV Sim, mas tenho outras s&eacute;ries como Le&oacute;n Ferrari Remix e Carnaval. No momento, estou fazendo paisagens brasileiras que n&atilde;o s&atilde;o florestas, com imagens mais abertas, mas continuo fotografando florestas tamb&eacute;m.

LOFF A cada s&eacute;rie, seu esp&iacute;rito pesquisador e inventivo imprime novos conceitos ao seu portf&oacute;lio. Como isso acontece? CV Cada trabalho pede uma pesquisa diferente, tanto na maneira de fotografar como na t&eacute;cnica a ser utilizada ou no tipo de c&acirc;mera a ser escolhido. Todo equipamento e material fotogr&aacute;fico vem com uma esp&eacute;cie de &ldquo;bula&rdquo;, e eu gosto de romper essas bulas e ir al&eacute;m das regras. T&eacute;cnica &eacute; muito importante, mas tem que estar sempre em fun&ccedil;&atilde;o de uma inten&ccedil;&atilde;o &mdash; jamais acima dela.
LOFF Voc&ecirc; tamb&eacute;m &eacute; piloto de helic&oacute;ptero. Foi a fotografia a&eacute;rea que te levou a voar? CV Sempre fui apaixonado por helic&oacute;pteros. Tirei o brev&ecirc; em 1996. Desde ent&atilde;o, fa&ccedil;o fotos a&eacute;reas e desenvolvi v&aacute;rios trabalhos a partir dessa perspectiva.

Cássio Vasconcellos estampa capa de livro com foto aérea

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