Em um dos lugares mais remotos do planeta, guardado pelo
frio implacável, as sensações se abrem para além do sonhado.
Antártica: com certeza um dos destinos mais intocados da Terra

Entre os meses de novembro e mar&ccedil;o, quando a primavera e o ver&atilde;o elevam as temperaturas e o Sol brilha at&eacute; as 11 da noite, o tr&acirc;nsito de embarca&ccedil;&otilde;es que partem para a <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/viagem/antartica-como-voce-nunca-viu-descubra-um-novo-destino-de-luxo">Ant&aacute;rtica</a> aumenta no Porto de Ushuaia, no extremo sul da <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/viagem/bons-vinhos-e-natureza-o-refugio-dos-brasileiros-esta-logo-ali">Argentina.</a>&nbsp;&nbsp;
A bordo de um navio da Quark Expeditions, demos in&iacute;cio &agrave; <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/viagem/esqui-em-aspen-snowmass-esta-on">viagem</a> de uma semana e meia. O primeiro desafio era cruzar os mais de 800 km do Estreito de Drake, uma regi&atilde;o conhecida pelas piores condi&ccedil;&otilde;es meteorol&oacute;gicas do mundo, que liga o Cabo Horns, no <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/viagem/chile-de-norte-a-sul-patagonia-e-atacama-em-10-dias">Chile</a>, e as Ilhas Shetland do Sul, na ponta do continente gelado. Nesses dois dias de travessia, o entretenimento era assistir a document&aacute;rios e receber informa&ccedil;&otilde;es sobre esp&eacute;cies que habitam o local, al&eacute;m de descobrir os tipos de atividade que far&iacute;amos e as dicas de sobreviv&ecirc;ncia no ambiente polar. Na ida, a travessia pelo Drake foi bem tranquila, mas na volta ondas gigantes chacoalharam bravamente o navio.

Porto de Ushuaia

Na companhia de glaciologistas (os profissionais dedicados ao estudo das geleiras), guias, montanhistas, cientistas, ge&oacute;logos, bi&oacute;logos marinhos, fot&oacute;grafos e outros especialistas em vida selvagem, um senso de conjunto ganhava for&ccedil;a nas palestras e mesmo durante as refei&ccedil;&otilde;es, nas mesas comunit&aacute;rias. Como as pessoas chegavam em hor&aacute;rios alternados e ocupavam os lugares dispon&iacute;veis, era comum fazer novos amigos no almo&ccedil;o, no jantar e at&eacute; no happy hour organizado no deque. N&oacute;s nos torn&aacute;vamos, assim, aos poucos, uma grande fam&iacute;lia, todos curiosos e animados para desbravar o s&eacute;timo continente.

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Enquanto o caf&eacute; da manh&atilde; era servido, a partir das 7 horas, acompanh&aacute;vamos pelas pequenas janelas do restaurante ou do conv&eacute;s o trabalho dos marinheiros que deslizavam para baixo os zod&iacute;acos (botes infl&aacute;veis de alta resist&ecirc;ncia) e os posicionavam para receber os passageiros e demais equipamentos, como caiaques e remos.&nbsp;

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Separados em grupos com nomes inspirados na fauna local, n&oacute;s confer&iacute;amos a programa&ccedil;&atilde;o do dia nas tabelas afixadas pelos corredores do barco. Da&iacute;, ent&atilde;o, todos seguiam as mesmas orienta&ccedil;&otilde;es: agasalhar-se com roupas pr&oacute;prias para o frio e descer at&eacute; o mudroom, uma esp&eacute;cie de vesti&aacute;rio, onde ficavam guardados as botas de borracha, o colete salva-vidas e nossa companheira de todos os momentos, a famosa parka amarela t&eacute;rmica e imperme&aacute;vel da Quark. Com intervalos de 15 minutos, cada um dos botes sa&iacute;a para o mar e seguia sua rota.

Uma convivência tranquila

Conex&atilde;o natureza

Tudo na Ant&aacute;rtica &eacute; grandioso e simples ao mesmo tempo. H&aacute; um tipo de sil&ecirc;ncio &ndash; absoluto &ndash; muito impressionante. Ele s&oacute; pode ser compreendido em sua totalidade quando navegamos sozinhos em nosso pequeno caiaque. Aproximar-se com seguran&ccedil;a de gigantes e seculares icebergs, tingidos de azul-turquesa, &eacute; surpreendente. Remando, podemos chegar pr&oacute;ximo de le&otilde;es-marinhos, que descansam sobre o gelo, e de fren&eacute;ticos pinguins, que pareciam se divertir. Outro momento de tirar o f&ocirc;lego foi observar uma baleia nadando tranquilamente ao lado da prancha do stand-up paddle e, em um gesto inesquec&iacute;vel de delicadeza, encarar o balan&ccedil;o de sua cauda para fora da &aacute;gua, como se acenasse antes de partir.

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O ponto alto da viagem era sempre o desembarque em terra firme, onde caminhamos em fila por trilhas geladas at&eacute; os pontos mais pr&oacute;ximos a que algu&eacute;m pode chegar no fim do planeta. Durante todo o passeio, t&iacute;nhamos a companhia do vento forte e de outros curiosos pinguins, que interagiam conosco. Sempre respeitando a dist&acirc;ncia m&iacute;nima de 5 m, pod&iacute;amos passar horas s&oacute; os observando em seu dia a dia.&nbsp;

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Na Ant&aacute;rtica, cada dia &eacute; completamente diferente do outro. N&atilde;o existem certezas nem rotina. Entre o alpinismo, o trekking, o sol, a neve e a chuva, as horas v&ecirc;m e voam. Cada momento &eacute; &uacute;nico e, sempre com muita emo&ccedil;&atilde;o, uma sensa&ccedil;&atilde;o de paz e liberdade surge forte. Com 28 anos de atividade no setor, a Quark Expeditions, anfitri&atilde; dessa experi&ecirc;ncia, orgulha-se do trabalho que realiza no planejamento de excurs&otilde;es polares.&nbsp;

Predominância dos superlativos

Ao mar

Levando a experi&ecirc;ncia ao extremo do term&ocirc;metro, poucos conseguem resistir aos saltos na &aacute;gua quase congelada, feitos da escada do navio. Depois de pular e ser conduzido segundos depois por uma corda amarrada &agrave; cintura, com o corpo j&aacute; completamente contra&iacute;do pelo frio, toma-se uma dose de vodca e entra-se na fila para repetir a pedida. A adrenalina vai &agrave;s alturas!

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No programa tamb&eacute;m &eacute; poss&iacute;vel visitar a Base Brown, uma pequena esta&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica argentina em Paradise Harbour, e a esta&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica inglesa de Lockroy, que j&aacute; foi uma esta&ccedil;&atilde;o baleeira e hoje abriga um pequeno museu, uma lojinha de suvenires e uma sede do correio, de onde &eacute; poss&iacute;vel at&eacute; enviar um cart&atilde;o-postal para casa.&nbsp;

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Todas as op&ccedil;&otilde;es de turismo, vale lembrar, dependem da autoriza&ccedil;&atilde;o da International Association of Antarctica Tour Operators (Iaato). Afinal de contas, trata-se de uma das poucas &aacute;reas preservadas da natureza e &eacute; essencial que seja mantida assim.

Antártica: descubra um roteiro incrível!

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