Indicada pela terceira vez para o Grammy Latino na categoria Melhor &Aacute;lbum de Pop Contempor&acirc;neo em L&iacute;ngua Portuguesa, a baiana X&ecirc;nia Fran&ccedil;a &eacute; um acontecimento&nbsp;

X&ecirc;nia Fran&ccedil;a estreou em carreira solo em 2017. Em 2022 lan&ccedil;ou seu segundo &aacute;lbum. E acaba de ser indicada pela terceira vez para o <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/grammy-latino-2023-confira-as-melhores-producoes">Grammy Latino</a> na categoria Melhor &Aacute;lbum de Pop Contempor&acirc;neo em L&iacute;ngua Portuguesa. De tantos lugares que j&aacute; se apresentou pelo planeta, brinca que poderia ser diplomata. Como imagina ter conseguido se conectar com tantos, em tantos pa&iacute;ses e em tantas culturas? &ldquo;Era algo que eu j&aacute; manifestava na inf&acirc;ncia, me imaginava viajando o mundo inteiro. Sempre fui muito sonhadora e desde que comecei a <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/celine-dion-volta-a-cantar-apos-diagnostico-de-doenca">cantar</a> j&aacute; tive a oportunidade de conhecer lugares do Brasil e do mundo, como Cariri, Turquia, Medellin, Berlim, Cuba, Nova York&hellip; Lancei meus dois &aacute;lbuns no Jap&atilde;o e por a&iacute; vai. Todos os lugares por onde passei at&eacute; agora me deram a chance de expandir minha consci&ecirc;ncia e ampliar a minha vis&atilde;o de mundo e eu sou muito grata por isso.&rdquo;&nbsp;
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Nascida no Rec&ocirc;ncavo Baiano, mudou-se para S&atilde;o Paulo em 2004. Trabalhou como modelo at&eacute; 2008, quando come&ccedil;ou a cantar em barzinhos. Participou de um &aacute;lbum com Emicida, fez parte da banda Al&aacute;fia, at&eacute; que lan&ccedil;ou seu primeiro &aacute;lbum solo. Foi indicada para o Grammy Latino de 2018 nas categorias Melhor &Aacute;lbum Pop Contempor&acirc;neo e Melhor Can&ccedil;&atilde;o em L&iacute;ngua Portuguesa (com Pra que me chamas?), e tamb&eacute;m para o Women Music Award 2018. Foi a primeira artista brasileira a se apresentar no canal do YouTube COLORS, destaque do caderno de estilo do The New York Times. A baiana X&ecirc;nia Fran&ccedil;a, 37 anos, &eacute; assim, um acontecimento. E conta a seguir um pouco dos seus mist&eacute;rios, segredos e do que vem por a&iacute;.&nbsp;

L&rsquo;OFFICIEL Quando v&ecirc; a pron&uacute;ncia do seu nome &ndash;Shay-Nee-Ah &ndash; ser explicada, imaginava que tudo isso aconteceria em apenas seis anos?
X&Ecirc;NIA FRAN&Ccedil;A Eu fico muito feliz e orgulhosa com esse reconhecimento do meu trabalho internacionalmente e de tudo o que ele carrega. Existe uma jornada anterior at&eacute; chegar nos meus &aacute;lbuns solos. Eu tenho muito carinho por tudo que tive acesso e aprendi antes de poder me experimentar dessa forma que fa&ccedil;o agora. Ouvir meu nome em outros contextos e esse lance da pron&uacute;ncia &eacute; interessante porque voc&ecirc; pode se surpreender por nem imaginar aonde pode chegar, mesmo consciente do trabalho que est&aacute; entregando. &Eacute; m&aacute;gico. Talvez seja um ind&iacute;cio de que estou cumprindo meu caminho. Sou uma artista independente e me sinto fazendo milagres muitas vezes. Um raio pode sim cair mais de uma vez no mesmo lugar.
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L&rsquo;O De onde vem a for&ccedil;a de X&ecirc;nia Fran&ccedil;a?
XF Eu acredito que do comprometimento que eu tenho comigo mesma. De me curar e me aperfei&ccedil;oar por meio do autoconhecimento e da espiritualidade. Meu maior objetivo na vida &eacute; ficar bem comigo mesma, me aceitar e ficar confort&aacute;vel com quem eu sou. Acredito que, qualquer coisa que eu conquiste, sem isso n&atilde;o faz muito sentido pra mim.

L&rsquo;O Como canaliza a sabedoria ancestral baiana na sua m&uacute;sica?
XF Olha, a musicalidade produzida na Bahia &eacute; muito forte e faz parte do meu imagin&aacute;rio. No momento que tive a oportunidade de criar os meus trabalhos, foi inerente &agrave; minha vontade que ela estivesse presente. A linguagem de percuss&atilde;o baiana, por exemplo, faz parte da identidade geral do meu trabalho desde o meu primeiro disco. A desconstru&ccedil;&atilde;o de ritmos tradicionais em fus&atilde;o com texturas digitais e harmonias mais elaboradas &eacute; uma das formas que eu busco me expressar, criando desdobramentos dessa musicalidade t&atilde;o rica e profunda que a Bahia tem e que eu carrego dentro de mim.

&ldquo;ENFEITAR-SE COM joias, PARA MIM, EST&Aacute; PARA AL&Eacute;M DE UMA atitude VAIDOSA, minhas JOIAS S&Atilde;O amuletos DE PROTE&Ccedil;&Atilde;O E DE ATRA&Ccedil;&Atilde;O DAS boas VIBRA&Ccedil;&Otilde;ES DO UNIVERSO.&rdquo;

L&rsquo;O Percuss&atilde;o, sons do jazz, soul e R&amp;B. Alguns falam de jazz espiritual, outros de constela&ccedil;&atilde;o de ritmos afro-brasileiros, e ainda de neo-soul afro-brasileiro. Como voc&ecirc; define seu estilo?&nbsp;
XF Eu n&atilde;o sinto a necessidade de rotular o que fa&ccedil;o. Ainda &eacute; cedo. A maneira como trabalho &eacute; muito livre. Com m&eacute;todo, obviamente, mas minhas refer&ecirc;ncias s&atilde;o muito variadas, v&atilde;o de Michael Jackson aos blocos afros da Bahia, de Head Hunters a Carlinhos Brown. Alice Coltrane, Billie Holiday, Erykah Badu, Elza Soares, Mantras e Rumpilezz... Tudo o que me influencia na m&uacute;sica est&aacute; no meu trabalho de alguma forma, misturado com minha curadoria interna e minha sensibilidade. Mas n&atilde;o acredito em f&oacute;rmulas. Entro no est&uacute;dio e permito que a m&uacute;sica seja o que ela quer ser. Acho que preciso de mais alguns &aacute;lbuns para definir o meu estilo (rs).

L&rsquo;O Can&ccedil;&otilde;es de Gilberto Gil e de Djavan est&atilde;o no &aacute;lbum Em nome da estrela. Quem mais voc&ecirc; escuta?&nbsp;
XF Cara, &eacute; impressionante como eu amo e ou&ccedil;o muito os dois. S&atilde;o mestres absolutos e essenciais para a exist&ecirc;ncia do meu trabalho. &Eacute; incr&iacute;vel a especificidade e a riqueza de ambos em suas linguagens, por&eacute;m complementares pra mim. A m&uacute;sica Gil e Djavan dan&ccedil;am com o universo e ouvir semanalmente &eacute; quase uma medicina pra mim.
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L&rsquo;O Voc&ecirc; j&aacute; foi modelo, antes de se tornar cantora. O que a modelagem a ensinou? Como a moda continua presente na sua vida?&nbsp;
XF Acho que o maior ensinamento dos meus tempos de modelo &eacute; ter mais dom&iacute;nio sobre a express&atilde;o da minha imagem. Acredito que o trabalho da minha autoestima come&ccedil;ou com essa experi&ecirc;ncia, levando em considera&ccedil;&atilde;o que a moda &eacute; um ambiente competitivo e cruel. Tive que aprender a amar minha apar&ecirc;ncia e me aceitar como sou. Venho potencializando a minha autoimagem de dentro pra fora com t&eacute;cnicas e terapias. Estou aprendendo que o externo &eacute; um espelho de quem eu sou por dentro, mas n&atilde;o tem poder sobre mim.

L&rsquo;O Parece que a for&ccedil;a e a transforma&ccedil;&atilde;o est&atilde;o no seu DNA, como em Serpenti, de Bulgari, que faz 75 anos. Qual a sua rela&ccedil;&atilde;o com a marca e com joias?&nbsp;
XF Eu sempre tive um fasc&iacute;nio por joias. E depois que eu descobri que sou filha de Oxum &ldquo;a dona do ouro e da prata&rdquo;, tudo fez sentido pra mim. Nas minhas pesquisas hol&iacute;sticas, descobri tamb&eacute;m que no Egito antigo a serpente era um s&iacute;mbolo de regenera&ccedil;&atilde;o, for&ccedil;a vital e feminilidade. As mulheres iniciadas na escola de mist&eacute;rios de &Iacute;sis, por exemplo, eram reconhecidas por tatuagens ou joias de serpentes. Eram mulheres muito poderosas e tamb&eacute;m dotadas de poderes espirituais e sobrenaturais. Muitas outras civiliza&ccedil;&otilde;es antigas t&ecirc;m a serpente como um s&iacute;mbolo que carrega muito poder. Fiz uma alus&atilde;o a esse arqu&eacute;tipo na capa do meu primeiro disco, assim como a presen&ccedil;a de adornos e objetos dourados nos meus dois discos porque acredito na vibra&ccedil;&atilde;o energ&eacute;tica das coisas e como isso pode potencializar nossas energias tamb&eacute;m. Ent&atilde;o, enfeitar-se com joias, para mim, est&aacute; para al&eacute;m de uma atitude vaidosa, minhas joias s&atilde;o amuletos de prote&ccedil;&atilde;o e de atra&ccedil;&atilde;o das boas vibra&ccedil;&otilde;es do universo.

L&rsquo;O O que o futuro guarda para voc&ecirc; em 2024? Quais projetos v&ecirc;m por a&iacute;?&nbsp;
XF Estou indicada ao Grammy Latino com meu segundo &aacute;lbum Em nome da estrela na categoria Melhor &Aacute;lbum Pop Contempor&acirc;neo em L&iacute;ngua Portuguesa, logo depois do meu primeiro disco tamb&eacute;m ser indicado em duas categorias. Ent&atilde;o, estou muito feliz em ter esse reconhecimento pelo trabalho que venho propondo. Estou planejando alguns visuais para algumas m&uacute;sicas do disco tamb&eacute;m. Mudei de ag&ecirc;ncia e estou reestruturando minha carreira e desejo que o futuro pra mim seja de leveza, paz de esp&iacute;rito e felicidade. S&oacute; existe futuro se h&aacute; presente. E eu estou trabalhando para ficar nele.

<h6 style="text-align: center;">Cr&eacute;ditos</h6>
<h6 style="text-align: center;">GUEST: X&ecirc;nia Fran&ccedil;a BEAUTY ARTIST: Mari Kato (DENIS RIBEIRO MGMT) com produtos NARS HAIR STYLIST: Vale Saig (SD MGMT) com produtos AUTHENTIC BEAUTY CONCEPT RODU&Ccedil;&Atilde;O DE MODA: Pedro Mendes e Larissa Yumi FILME: Raphael Pacheco MANICURE: Sonia Lima CAMARIM: Magnalva Pinheiro MASSAGEM: Patricia Laquele ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA: Marcelo Andrade ASSISTENTE DE BELEZA: Carlaxane PRODU&Ccedil;&Atilde;O EXECUTIVA: Anna Guirro PRODU&Ccedil;&Atilde;O: Barbara Barbosa e 7L MGMT TRATAMENTO DE IMAGEM: Alt Retouch CATERING: MV Buffet</h6>

Xênia França em entrevista exclusiva para a L’Officiel Brasil

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