Viola Davis veio ao Rio para lan&ccedil;ar seu novo filme e revelou o desejo de rodar no pa&iacute;s, al&eacute;m de elogiar a obra de Nelson Rodrigues

<a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/viola-davis-revela-ter-sido-critica-com-ator-no-set">Viola Davis</a> pisou em solo brasileiro n&atilde;o apenas com a for&ccedil;a de uma estrela de <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/andie-macdowell-revela-que-encontrou-felicidade-longe-de-hollywood">Hollywood</a>, mas com a alma de uma artista em busca de conex&atilde;o com o p&uacute;blico, com a hist&oacute;ria e, quem diria, com a obra de Nelson Rodrigues. De passagem pelo Rio de Janeiro para a estreia do longa &ldquo;G20&rdquo;, em que interpreta uma presidente dos Estados Unidos em plena crise internacional, a atriz de 59 anos deixou claro: o Brasil est&aacute; em seu radar, tanto afetivo quanto profissional. &ldquo;O Brasil parece minha casa&rdquo;, disse ela diante de uma plateia encantada no Morro da Urca, ap&oacute;s a exibi&ccedil;&atilde;o do filme. E quando se fala do pa&iacute;s, n&atilde;o &eacute; s&oacute; com diplomacia hollywoodiana h&aacute; genu&iacute;na empolga&ccedil;&atilde;o e planos reais.

A paix&atilde;o tem ra&iacute;zes profundas. Viola revelou que est&aacute; envolvida na adapta&ccedil;&atilde;o de O beijo no asfalto, cl&aacute;ssico de Nelson Rodrigues, para o cinema. Um projeto que se arrasta desde 2019, em parceria com Maur&iacute;cio Mota, neto do autor, e que acaba de ganhar f&ocirc;lego com a confirma&ccedil;&atilde;o do diretor Karim A&iuml;nouz e do roteiro assinado por Kirsten Sheridan. &ldquo;As pessoas n&atilde;o entendem quanto tempo leva para desenvolver um projeto&rdquo;, diz ela. Mas seu entusiasmo permanece intacto, como o de quem descobriu uma joia rara na dramaturgia brasileira: &ldquo;Vejo Nelson Rodrigues como o Arthur Miller brasileiro.&rdquo; disse a atriz ao jornal O Globo.&nbsp;

A compara&ccedil;&atilde;o n&atilde;o &eacute; gratuita. Davis tra&ccedil;a paralelos entre os conflitos morais e humanos retratados por Nelson e os textos densos de Arthur Miller e August Wilson dois dramaturgos que marcaram sua carreira e sua forma&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica. &ldquo;Vejo vida em Nelson, profundidade da humanidade e das rela&ccedil;&otilde;es. Coloco ele na mesma categoria&rdquo;, afirma. A atriz, que j&aacute; brilhou em adapta&ccedil;&otilde;es de Wilson como Um limite entre n&oacute;s e A voz suprema do blues, v&ecirc; no teatro um espa&ccedil;o de resist&ecirc;ncia e verdade qualidades que ela tamb&eacute;m traz para a a&ccedil;&atilde;o eletrizante de G20.

No filme, que estreia no Prime Video no dia 10 de abril, Viola n&atilde;o &eacute; apenas presidente &eacute; tamb&eacute;m m&atilde;e, ex-militar e s&iacute;mbolo de coragem. Sua personagem, Danielle Sutton, escapa de um sequestro durante uma c&uacute;pula do G20 e precisa, ainda confinada com a fam&iacute;lia em um hotel, arquitetar uma contraofensiva. &ldquo;Vi uma oportunidade de fazer, especialmente para as meninas negras, exatamente o que a Sigourney Weaver fez por mim em Alien&rdquo;, contou Viola, emocionada, lembrando do impacto que a personagem de Weaver teve sobre ela na inf&acirc;ncia. &ldquo;Aquilo cravou em mim de um jeito t&atilde;o profundo que ainda est&aacute; aqui.&rdquo;

O longa flerta com temas explosivos deepfakes, criptomoedas e terrorismo tecnol&oacute;gico mas sem carregar bandeiras partid&aacute;rias. Viola, ao lado da diretora Patricia Riggen, explicou que o projeto come&ccedil;ou a tomar forma ainda na pandemia, antes das greves de atores e roteiristas que paralisaram Hollywood. No caminho, parou, voltou, e finalmente foi conclu&iacute;do. O timing, no entanto, parece perfeito: o mundo ainda vive &agrave; sombra de amea&ccedil;as invis&iacute;veis e l&iacute;deres heroicos fazem falta. No cinema, ao menos, Viola se encarrega de preencher esse v&aacute;cuo.

Fora da tela, o olhar de Viola Davis continua atento e sens&iacute;vel ao que acontece ao redor. Entre um aceno para f&atilde;s e um papo com jornalistas no hotel em Ipanema, ela voltou a falar do desejo de filmar no Brasil. &ldquo;N&atilde;o existe cen&aacute;rio como o Brasil. &Eacute; um lugar m&aacute;gico, e n&atilde;o existe pano de fundo como o povo daqui&rdquo;, afirmou. O recado est&aacute; dado talvez o pr&oacute;ximo papel de sua vida n&atilde;o venha das m&atilde;os de um est&uacute;dio americano, mas de um dramaturgo pernambucano, com ra&iacute;zes profundas no inconsciente brasileiro.

Viola Davis revela planos no Brasil e admiração por autor local

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