Ta&iacute;s Ara&uacute;jo revela que precisou perseguir o amor na adolesc&ecirc;ncia e conta como o racismo afetou sua autoestima e seus relacionamentos

Para <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/tais-araujo-abre-o-coracao-sobre-estreia-de-vale-tudo">Ta&iacute;s Ara&uacute;jo</a>, o afeto nunca veio de gra&ccedil;a. Durante a adolesc&ecirc;ncia, a atriz precisou perseguir o amor e lidar com o sentimento constante de n&atilde;o ser desejada. Em conversa com a jornalista Maria Fortuna no videocast Conversa vai, conversa vem, do jornal O Globo, Ta&iacute;s revelou que nunca beijou ningu&eacute;m no condom&iacute;nio onde morava ou na escola onde estudava, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os meninos diziam que ela era "maneira", mas que n&atilde;o dava para ficar com ela porque era preta. Essa realidade marcou profundamente sua percep&ccedil;&atilde;o sobre o afeto e a <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/sharon-stone-desabafa-sobre-envelhecimento-e-aceitacao-do-corpo">aceita&ccedil;&atilde;o</a>.

A busca por se sentir amada levou Ta&iacute;s a sair do Rio de Janeiro e ir at&eacute; a Bahia, onde finalmente viveu a experi&ecirc;ncia de beijar na boca. "Tive que ir perseguir essa hist&oacute;ria, porque aqui n&atilde;o rolava mesmo", desabafou. Em meio &agrave;s lembran&ccedil;as, a atriz contou sobre o impacto que uma amiga da escola, L&iacute;via, teve ao ouvir os coment&aacute;rios preconceituosos sobre ela. A amiga, inconformada, veio aos prantos contar o que os meninos diziam, sem conseguir compreender o peso daquilo.

A atriz tamb&eacute;m relembrou outro epis&oacute;dio emblem&aacute;tico, ocorrido anos depois, nos bastidores da novela Viver a Vida. A figurinista Marie, que a vestiu de branco para uma cena, foi duramente criticada por uma produtora que disse que n&atilde;o fazia sentido "vestir uma preta de branco como se ela fosse branca". Ta&iacute;s manteve a calma, mesmo com Marie chorando diante da situa&ccedil;&atilde;o, e refletiu sobre como essas situa&ccedil;&otilde;es fazem parte do cotidiano das mulheres negras no Brasil.

Para al&eacute;m de sua trajet&oacute;ria pessoal, Ta&iacute;s trouxe &agrave; tona um olhar mais amplo sobre como o racismo afeta mulheres negras em diversas gera&ccedil;&otilde;es. Ela destacou que at&eacute; hoje, filhas de amigas suas que estudam em escolas particulares vivem experi&ecirc;ncias semelhantes: s&atilde;o as &uacute;ltimas a serem desejadas e a beijar na boca. "A quest&atilde;o do amor permeia as mulheres negras", ressaltou, afirmando que sua escolha de casar com um homem negro n&atilde;o foi por acaso, mas uma forma de reafirma&ccedil;&atilde;o de sua identidade e valoriza&ccedil;&atilde;o de suas ra&iacute;zes.

A atriz tamb&eacute;m refletiu sobre relacionamentos do passado e como quest&otilde;es raciais atravessavam at&eacute; mesmo hist&oacute;rias de amor. Em um namoro com um rapaz branco, ela percebeu que ele se sentia constantemente questionado sobre seu relacionamento. "Minha m&atilde;e &eacute; nordestina, meu irm&atilde;o &eacute; gay, minha namorada &eacute; preta. T&ocirc; entendendo que tipo de brasileiro eu sou", ele dizia, indicando a complexidade de carregar consigo uma quebra de expectativas e preconceitos sociais.

Taís Araújo revela como enfrentou rejeição na juventude

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