Sandra Corveloni e Marie-Jos&eacute;e Croze falam sobre seus pap&eacute;is em "Madame Durocher" e o figurino assinado por Lethicia Bronstein

Em uma produ&ccedil;&atilde;o que mescla hist&oacute;ria e moda, o filme &lsquo;Madame Durocher&rsquo; explora a vida de mulheres fortes e pioneiras do s&eacute;culo XIX, representadas pelas <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/cultura/veja-as-atrizes-de-game-of-thrones-10-anos-depois">atrizes</a> Sandra Corveloni e Marie-Jos&eacute;e Croze. A narrativa n&atilde;o s&oacute; destaca a trajet&oacute;ria pessoal das personagens, mas tamb&eacute;m a luta das mulheres em um contexto de mudan&ccedil;as e desafios. Com figurinos assinados pela renomada estilista Lethicia Bronstein, o visual do filme assume um papel essencial na composi&ccedil;&atilde;o das personagens, transformando-se em um meio de express&atilde;o e resist&ecirc;ncia.
Sandra Corveloni e Marie-Jos&eacute;e Croze, ambas reconhecidas por performances marcantes, refletem aqui sobre a complexidade de suas personagens e a contribui&ccedil;&atilde;o do figurino na constru&ccedil;&atilde;o das personalidades que interpretam. A estilista Lethicia Bronstein, respons&aacute;vel por recriar a eleg&acirc;ncia e for&ccedil;a visual da &eacute;poca, tamb&eacute;m compartilha sua vis&atilde;o sobre o processo criativo que trouxe vida a cada detalhe. Em uma entrevista exclusiva &agrave; L'Officiel Brasil, elas detalham como a moda e a hist&oacute;ria se entrela&ccedil;am no filme, criando uma representa&ccedil;&atilde;o profunda da luta feminina no <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/alok-faz-show-do-seculo-e-movimenta-milhoes-para-a-economia">s&eacute;culo</a> XIX.

Marie-Jos&eacute;e Croze

L&rsquo;Officiel Brasil- O figurino de &lsquo;Madame Durocher&rsquo; &eacute; quase um personagem &agrave; parte, criado por Lethicia Bronstein, trazendo o peso e a eleg&acirc;ncia do s&eacute;culo XIX. Como foi vestir essas pe&ccedil;as t&atilde;o detalhadas e sentir como os looks ajudaram a dar vida &agrave; sua personagem, Anne? Voc&ecirc; conseguiu, por exemplo, dar palpites ou opini&otilde;es sobre como o figurino poderia compor a personagem?
Marie-Jos&eacute;e Croze- Lethicia &eacute; uma mulher muito inteligente que compreendeu muito bem a ess&ecirc;ncia da minha personagem, conferindo-lhe for&ccedil;a e liberdade com a cria&ccedil;&atilde;o sob medida de cada vestido. Havia uma base de renda e seda que servia como fio condutor, sobre a qual uma parte do vestido era montada. Essa base estava presente quase o tempo todo, e foi extremamente confort&aacute;vel para mim, o que &eacute; raro em filmes de &eacute;poca. Fiquei encantada com a rapidez e a qualidade do trabalho dela, al&eacute;m de admirar sua bondade e generosidade. Fui muito sortuda em poder trabalhar com ela.
L&rsquo;Officiel Brasil- Ao longo de sua carreira, voc&ecirc; interpretou personagens intensas, como Bibiane em &lsquo;Maelstr&ouml;m&rsquo; e Henriette em &lsquo;Le Scaphandre et le Papillon&rsquo;. Qual figurino ou look desses filmes mais marcou voc&ecirc; e por qu&ecirc;?
Marie-Jos&eacute;e Croze- Para Bibiane, em &lsquo;Maelstr&ouml;m&rsquo;, dirigido por Villeneuve, a apar&ecirc;ncia era fundamental. Quer&iacute;amos uma est&eacute;tica de linhas puras, com uma mistura de influ&ecirc;ncias asi&aacute;ticas e escandinavas. Eu imaginava Bibiane um pouco como um &ldquo;ganso branco&rdquo;, com uma simplicidade que refor&ccedil;ava a profundidade do personagem.

L&rsquo;Officiel Brasil- Voc&ecirc; j&aacute; trabalhou em projetos internacionais, como &lsquo;Munique&rsquo; e &lsquo;The Forgiven&rsquo;, passando por diferentes culturas e estilos. Como essas experi&ecirc;ncias impactam o seu pr&oacute;prio estilo de moda e beleza no dia a dia?
Marie-Jos&eacute;e Croze- O que mais me marca ao filmar em lugares diversos &eacute; o ambiente, &agrave;s vezes o clima hostil e o desconforto de estar longe de casa. Esse contraste me levou a valorizar o conforto acima de tudo, especialmente na escolha dos materiais. Curiosamente, meu interesse pela moda diminuiu &ndash; hoje, muitas vezes pego o que tenho e uso. Gosto de experimentar e de ver no espelho uma combina&ccedil;&atilde;o inesperada, que pode parecer aleat&oacute;ria, mas que eu adoro.
L&rsquo;Officiel Brasil- Interpretar personagens como Anne em &lsquo;Madame Durocher&rsquo; e Nathalie em &lsquo;Les Invasions Barbares&rsquo; trouxe grandes transforma&ccedil;&otilde;es para sua carreira. Existe algum desses pap&eacute;is que tamb&eacute;m te transformou pessoalmente?
Marie-Jos&eacute;e Croze- Nunca se sabe a import&acirc;ncia que um papel ter&aacute; na carreira. O fundamental &eacute; buscar sempre momentos valiosos, principalmente atrav&eacute;s das emo&ccedil;&otilde;es. O resto acaba fluindo naturalmente.
L&rsquo;Officiel Brasil- Com personagens t&atilde;o distintos, desde uma m&atilde;e corajosa em &lsquo;Madame Durocher&rsquo; at&eacute; uma mulher enigm&aacute;tica em &lsquo;Disappearance at Clifton Hill&rsquo;, qual deles mais reflete o seu estilo pessoal fora das telas?
Marie-Jos&eacute;e Croze- Anne Durocher &eacute; muito pr&oacute;xima a mim, ela me &eacute; familiar, com algo que me remete &agrave; minha m&atilde;e. J&aacute; em &lsquo;Disappearance at Clifton Hill&rsquo;, interpreto uma domadora de tigres em uma com&eacute;dia noir &ndash; os figurinos s&atilde;o incr&iacute;veis! Amei dar vida a essa personagem.

Lethicia Bronstein &ndash; fala do figurino de Madame Durocher

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Fiquei extremamente honrada por assinar o figurino de Anne Durocher, m&atilde;e da protagonista vivida por Marie Jos&eacute; Croze. Esse filme, que retrata mulheres inspiradoras do s&eacute;culo XIX, traz &agrave; tona exemplos que ainda s&atilde;o relevantes. Estar no set e mergulhar nesse universo foi uma experi&ecirc;ncia inesquec&iacute;vel.&nbsp; Minha marca, com um DNA que une alta costura brasileira e um olhar sofisticado e feminino, alcan&ccedil;a desde o dia a dia at&eacute; os maiores Red Carpets. Projetos como este refor&ccedil;am minha miss&atilde;o de transcender barreiras e levar a beleza da nossa moda para o mundo, eternizando o RedCarpet Made In Brazil.&nbsp;
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O figurino foi inspirado nos modelos da &eacute;poca. Mesmo com Anne Durocher morando no Brasil, quisemos trazer a sofistica&ccedil;&atilde;o francesa, com rendas e bordados. Como uma couturier, trabalhei com tules, pedrarias, camadas e babados, adaptando os trajes &agrave; &eacute;poca, mas mantendo o toque de eleg&acirc;ncia francesa.
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Sandra Corveloni

L'Officiel Brasil- O figurino de &lsquo;Madame Durocher&rsquo; &eacute; essencial para retratar a for&ccedil;a e a luta da personagem no s&eacute;culo XIX. Como voc&ecirc; acredita que esses trajes hist&oacute;ricos ajudaram na constru&ccedil;&atilde;o da sua atua&ccedil;&atilde;o e na representa&ccedil;&atilde;o de uma mulher pioneira?
Sandra Corveloni- O figurino entra na hist&oacute;ria como uma roupa de hero&iacute;na, um escudo protetor, uma capa. Ela adota as roupas do marido falecido para neutralizar o lugar feminino e assumir uma postura mais pr&aacute;tica. Essas roupas permitem que Marie transite pelas ruas &agrave; noite &mdash; algo improv&aacute;vel para mulheres da &eacute;poca. O figurino &eacute; fundamental para a personagem, refor&ccedil;ando a passagem de Marie Durocher e sua trajet&oacute;ria importante na hist&oacute;ria do parto e da medicina.
L'Officiel Brasil- Sua trajet&oacute;ria no teatro, cinema e televis&atilde;o &eacute; marcada por personagens complexas, como Cleuza em &lsquo;Linha de Passe&rsquo; e Dona Ondina em &lsquo;Vazante&rsquo;. Como voc&ecirc; equilibra os cuidados com a beleza e a rotina de grava&ccedil;&otilde;es intensas?
Sandra Corveloni- Sempre interpreto personagens desafiadores. Al&eacute;m de Cleuza e Ondina, destaco Lorena, de &lsquo;Outro Lado do Para&iacute;so&rsquo;, e Neide, em &lsquo;Amor &agrave; Vida&rsquo;. Cuido da minha sa&uacute;de com uma alimenta&ccedil;&atilde;o equilibrada, caminhadas e pilates. Me preocupo com a pele e o cabelo, mas priorizo a sa&uacute;de e o preparo vocal, pois a apar&ecirc;ncia &eacute; parte do trabalho.

L'Officiel Brasil- Ao longo dos anos, seu estilo pessoal evoluiu conforme sua carreira crescia. De que forma essas experi&ecirc;ncias influenciam suas escolhas de estilo no dia a dia e em eventos importantes?
Sandra Corveloni- Com a visibilidade e os pr&ecirc;mios, adaptei meu estilo para acompanhar esses eventos. Prezo por roupas confort&aacute;veis e elegantes. Alguns pap&eacute;is me levam a extremos que nunca sigo pessoalmente. Em filmes de &eacute;poca, como &lsquo;Kardec&rsquo;, entendo como as mulheres eram limitadas na moda da &eacute;poca.
L'Officiel Brasil- Como atriz premiada, o figurino de seus pap&eacute;is impacta sua rela&ccedil;&atilde;o com a moda fora das telas? Algum personagem deixou um impacto particular no seu estilo?
Sandra Corveloni- A personagem Lorena era uma &ldquo;perua&rdquo;, algo oposto a mim. Passei mais tempo em sal&otilde;es de beleza do que jamais imaginei. Na correria, adotei pe&ccedil;as pr&aacute;ticas e dicas de figurinistas. Gosto de me arrumar, mas uso meu bom senso para decidir o que funciona.
L'Officiel Brasil- Voc&ecirc; tem uma trajet&oacute;ria reconhecida, com pr&ecirc;mios como o de melhor atriz em Cannes por &lsquo;Linha de Passe&rsquo;. Como a escolha de pap&eacute;is como Madame Durocher reflete na sua vida pessoal e profissional?
Sandra Corveloni- O pr&ecirc;mio em Cannes trouxe responsabilidade em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s mulheres que interpreto. Procuro pap&eacute;is que abordem a luta feminina e, mesmo quando a personagem n&atilde;o &eacute; protagonista, busco represent&aacute;-las com dignidade. Madame Durocher &eacute; uma dessas mulheres fortes, e contar essa hist&oacute;ria foi enriquecedor, aumentando minha admira&ccedil;&atilde;o por personagens femininas importantes.

Sandra Corveloni e Marie-Josée Croze para L'Officiel Brasil

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