Ju Ferraz &eacute; comunicadora, influenciadora, empres&aacute;ria. Comanda um camarote de carnaval no rio de Janeiro, carrega a bandeira da autoaceita&ccedil;&atilde;o e do autoamor e quer muito mais

Desde de muito nova, Ju Ferraz sempre gostou de ouvir e contar boas hist&oacute;rias e amava principalmente as que eram contadas pelas mulheres da sua fam&iacute;lia. Paralelamente, a vida na Bahia sempre foi muito pr&oacute;xima do <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/wellness/carnaval-manual-carnavalesco-2024">Carnaval</a>, que &eacute; uma festa que ela tamb&eacute;m adora, e viver essa &eacute;poca do ano foi despertando nela um desejo em trabalhar com eventos. Ainda em <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/gastronomia/salvador-meu-amor">Salvador</a>, come&ccedil;ou a atuar como assessora de imprensa. E nos projetos em que esteve &agrave; frente nesse come&ccedil;o de carreira, foi criando uma rede de contatos que proporcionou se aproximar de pessoas que foram importantes para seu crescimento profissional. &ldquo;Foi por meio dessas rela&ccedil;&otilde;es, pela coragem de me arriscar em diferentes segmentos de atua&ccedil;&atilde;o e, principalmente, com muita dedica&ccedil;&atilde;o e esfor&ccedil;o &ndash; pois, como uma mulher fora do padr&atilde;o, eu sempre precisei trabalhar dobrado para provar o meu valor &ndash; que me consolidei como empres&aacute;ria.&rdquo; No terreno de influenciadora, foi construindo aos poucos, j&aacute; que sempre usou as redes para compartilhar conte&uacute;dos gerais e de interesse social. &ldquo;Mas essa posi&ccedil;&atilde;o se fortaleceu mesmo ap&oacute;s passar por alguns momentos dif&iacute;ceis na minha vida, em que eu enxerguei outros valores, de uma maneira totalmente diferente. Com isso, eu percebi que a luta por uma sociedade igualit&aacute;ria n&atilde;o era s&oacute; minha, que eu como uma mulher com acessos, poderia trazer mais visibilidade e voz para assuntos que s&atilde;o capazes de mudar trajet&oacute;rias.&rdquo; A seguir, ela conta mais sobre sua inf&acirc;ncia, suas bandeiras e suas lutas.

&nbsp;L&rsquo;OFFiciel Como foi a sua inf&acirc;ncia na Bahia?
&nbsp;Ju Ferraz Eu tive uma inf&acirc;ncia muito feliz e rodeada de amor. Fui criada em meio a uma rede de mulheres fortes, que sempre me ensinaram a n&atilde;o desistir dos meus sonhos. Al&eacute;m disso, eu sempre tive uma rela&ccedil;&atilde;o muito forte com o meu pai. Tamb&eacute;m tive muito acesso &agrave; cultura &ndash; e sou muito feliz por ter tido essa aproxima&ccedil;&atilde;o com algo que se tornaria minha profiss&atilde;o. Em paralelo, contei com o apoio deles em todas as decis&otilde;es que tomei, e isso foi muito importante para que eu me tornasse a mulher e m&atilde;e que sou hoje. A minha fam&iacute;lia era conhecida pelas planta&ccedil;&otilde;es de cacau, que era a nossa principal fonte de renda, mas eu segui outro rumo e me encontrei mesmo na comunica&ccedil;&atilde;o. Nunca houve nenhuma imposi&ccedil;&atilde;o sobre a minha escolha em fazer jornalismo, sempre tive um apoio gigantesco para fazer exatamente o que eu queria. Minha m&atilde;e, Luiza, sempre foi uma fortaleza sem igual. Ela &eacute; uma mulher muito guerreira e que me ensinou muito sobre a vida. Certamente, ela e meu pai foram as pessoas que mais me moldaram como pessoa. Minha av&oacute; e minha madrinha tamb&eacute;m foram important&iacute;ssimas nesse processo, e tiveram uma influ&ecirc;ncia grande para que eu me tornasse uma mulher de opini&otilde;es fortes &ndash; e que principalmente fosse justa e corajosa para enfrentar e defender tudo que eu acreditasse ser o correto dentro dos valores que cresceram comigo.

L'O: Sua rela&ccedil;&atilde;o com o seu corpo sempre foi boa?
JF: Eu sempre tive muitas quest&otilde;es com o meu corpo, e acredito que muitas dessas inseguran&ccedil;as surgiram por conta dos preconceitos sofridos durante a inf&acirc;ncia e adolesc&ecirc;ncia. Inclusive, ainda jovem eu era chamada de Jubola, e esse apelido, por mais inofensivo que seja, mudou totalmente a forma como eu me via. Hoje, eu vejo que enfrentar o burnout me ajudou a abrir os olhos para o tema, e entender que usar 36 ou 42 n&atilde;o me define de forma alguma. E &eacute; partindo dessa premissa que eu desenvolvo projetos que olham e discutem o assunto, pois eu sei que muitas mulheres, assim como eu, tamb&eacute;m precisam fazer as pazes com seu corpo.&nbsp;

L&rsquo;O Em tempos de redes sociais onipresentes, quais os segredos para uma autoestima inabal&aacute;vel?
&nbsp;JF Eu acredito que &eacute; n&atilde;o se importar com a opini&atilde;o alheia, principalmente de quem n&atilde;o vive a sua realidade. O hate sempre vai existir, independentemente do que voc&ecirc; fa&ccedil;a. O B.O.D.Y. mesmo, que &eacute; o movimento de autoaceita&ccedil;&atilde;o que eu desenvolvi para celebrar a liberdade plena da mulher, &eacute; visto como um evento de milit&acirc;ncia desnecess&aacute;ria e sem prop&oacute;sitos por muitos, mas quem realmente acredita nessa causa segue comigo. Al&eacute;m disso, &eacute; importante estarmos rodeados de pessoas, principalmente nas nossas redes, que acreditam e compartilham dos mesmos valores, e tamb&eacute;m viver a sua verdade sem medo, principalmente se o que voc&ecirc; faz n&atilde;o fere a exist&ecirc;ncia de ningu&eacute;m.

&nbsp;L&rsquo;O Voc&ecirc; j&aacute; viveu um burnout. Acredita que essa necessidade feminina de dar conta de tudo e ir al&eacute;m tem a ver com essa quest&atilde;o? Qual sua estrat&eacute;gia para n&atilde;o passar de novo por isso &ndash; uma vez que continua atuando em v&aacute;rias frentes, de organizar camarote de carnaval a protagonizar campanha de lingerie?
&nbsp;JF Sim, com certeza, pois a mulher &eacute; sempre cobrada a dar mais que o seu melhor, al&eacute;m de precisar, constantemente, provar que merece e que tem total capacidade de ocupar a posi&ccedil;&atilde;o que est&aacute; em sua carreira, independentemente de qual seja ela. Hoje eu n&atilde;o me cobro muito por isso, e tiro momentos de respiro durante o dia para oxigenar a mente e n&atilde;o deixar as cobran&ccedil;as me consumirem. Eu tamb&eacute;m n&atilde;o tenho mais nenhum problema em falar que n&atilde;o estou dando conta, aprendi a delegar mais e assim criar uma rede de apoio que me ajuda a ter sucesso nos projetos e ter uma vida comum em que eu posso dar mais aten&ccedil;&atilde;o para a minha fam&iacute;lia ou para coisas que eu gosto de fazer. E claro, essa organiza&ccedil;&atilde;o me ajuda a fazer mais coisas como influenciadora, entre elas estrelar campanhas de lingerie e participar de eventos.

Ju Ferraz - Foto: Luciana Faria

&nbsp;L&rsquo;O Qual a import&acirc;ncia de estar em uma capa de revista de moda, sendo uma mulher fora dos padr&otilde;es?
&nbsp;JF Antes de tudo, eu acho que &eacute; a realiza&ccedil;&atilde;o do sonho de qual quer mulher, principalmente as que assim como eu s&atilde;o diferentes dos padr&otilde;es est&eacute;ticos que por muitos anos foram absolutos nas revistas. Tamb&eacute;m refor&ccedil;a que nossos corpos n&atilde;o definem at&eacute; onde podemos chegar, que cada sonho, por mais insignif icante que pare&ccedil;a, pode ser poss&iacute;vel se n&atilde;o deixarmos nunca&nbsp;que a ignor&acirc;ncia que ronda os nossos bi&oacute;tipos nos impe&ccedil;a de conquist&aacute;-los. Al&eacute;m de toda a felicidade em estar estampando a capa, eu quero que muitas outras que me acompanham, e que eu inspiro de alguma forma, possam um dia desfrutar de tamanhas felicidades que nos foram negadas por anos.

Fotos: Luciana Faria (GROUPART MGMT),
Dire&ccedil;&atilde;o Criativa: Cassio Prates e Eve Barboza (BELTRAME MGMT),
Styling: Yumi Kurita (DENIS RIBEIRO MGMT),
Texto: Karina Hollo,
Guest: Ju Ferraz,
Set designer: Ana Arietti (BELTRAME MGMT),
Beleza: Camila Anac (J FRIGO MGMT),
Filme: Sophia Fuke,
Nail artist: Sonia Lima,
Massoterapeuta: Patty Laquale,
Assistentes de fotografia: Murilo Stabile e Diego Gaviolli,
Produ&ccedil;&Atilde;o de moda: Larissa Yumi, Nicole Rosemberg e Pedro Mendes,
Assistente de Beleza: Anaue,
Assistente de filme: Wut,
Assistente de set design: Luiza de Alexandre,
Camarim: Mag,
Produ&ccedil;&Atilde;o eXecutiva: Anna Guirro e Barbara Barbosa (7L MGMT),
&nbsp;Tratamento de imagem: Marcos Nascimento

Ju Ferraz em entrevista exclusiva para a L'Officiel Brasil

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