&Agrave; frente do Fora do Closet, Sandra Raffaelli conta que o business mudou sua maneira de consumir e, atenta &agrave; evolu&ccedil;&atilde;o tecnol&oacute;gica, j&aacute; opera com a ajuda da intelig&ecirc;ncia artificial

Era 2010 quando <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/l-officiel-110">Sandra Raffaelli</a> passou o ano em Mil&atilde;o estudando. Por l&aacute;, tudo era novidade. Ex-diretora comercial e financeira no ramo automobil&iacute;stico e apaixonada por moda, ela ingressou no curso de Cool Hunter no Istituto Europeo di Design. &ldquo;L&aacute;, j&aacute; se falava em <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/lucas-brederodi-fala-sobre-fusao-do-luxo-com-a-moda-circular">second-hand</a>, enquanto no Brasil poucas pessoas comentavam sobre o assunto, ent&atilde;o idealizei o Fora do Closet aproveitando o estudo de mercado neste segmento na It&aacute;lia&rdquo;, recorda a empres&aacute;ria. De volta ao pa&iacute;s, materializou o business no ano seguinte.

O in&iacute;cio foi bem pessoal. Sandra tirou do pr&oacute;prio guarda-roupa itens que j&aacute; n&atilde;o usava mais. As amigas gostaram da ideia e passaram a colaborar. Aos poucos, o neg&oacute;cio foi ganhando corpo e popularidade. Hoje, s&atilde;o 10 mil pe&ccedil;as no acervo, dispon&iacute;veis para vendas, e alcance nacional. &ldquo;Recebemos produtos de todo o Brasil, que chegam pelos Correios. Oferecemos aos nossos clientes servi&ccedil;o de retirada com motorista para todo o munic&iacute;pio de S&atilde;o Paulo e para outros estados enviamos o c&oacute;digo de postagem gratuito&rdquo;, explica ela, acrescentando que o ponto forte s&atilde;o bolsas. Exemplares de marcas de alto-luxo, como Herm&egrave;s, Chanel e Dior, podem ser encontradas por l&aacute;. &ldquo;Mas temos um grande giro em quase tudo que anunciamos devido ao tempo de mercado e a confian&ccedil;a que foi gerada ao longo dos anos.&rdquo;&nbsp;
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Al&eacute;m de ser pioneiro, o Fora do Closet ainda se mant&eacute;m como um case particular em fun&ccedil;&atilde;o de seu formato. Enquanto v&aacute;rios second-hand mant&ecirc;m uma opera&ccedil;&atilde;o estritamente digital, o projeto comandado por Sandra n&atilde;o abriu m&atilde;o do espa&ccedil;o f&iacute;sico de 250 metros quadrados, localizado no charmoso bairro Vila Nova Concei&ccedil;&atilde;o, em S&atilde;o Paulo. O atendimento &eacute; priv&eacute; e com hora marcada. De olho no futuro, ela conta que j&aacute; incluiu a intelig&ecirc;ncia artificial no dia a dia da opera&ccedil;&atilde;o. Ap&oacute;s an&aacute;lise rigorosa de todos os produtos, evitando itens danificados, o programa emite o certificado internacional Entrupy, gerando mais confian&ccedil;a para quem compra. &ldquo;J&aacute; o fornecedor tem uma &aacute;rea no nosso site e pode acompanhar em tempo real a data de venda e programa&ccedil;&atilde;o de pagamento, tudo com muita transpar&ecirc;ncia&rdquo;, diz Sandra. Seu comprometimento com o Fora do Closet e o sucesso do projeto despertaram o interesse de investidores. &ldquo;J&aacute; recebi proposta para compra da empresa ou sociedades, mas no momento meu foco &eacute; me dedicar 100% e ser a &uacute;nica propriet&aacute;ria&rdquo;, afirma.

Nesses 13 anos comandando o Fora do Closet, a empres&aacute;ria conta que mudou totalmente sua rela&ccedil;&atilde;o com a moda. Ela revela que sempre foi apaixonada pela &aacute;rea e j&aacute; era uma consumidora de luxo antes de formatar o projeto. Sua postura como consumidora, entretanto, mudou bastante. &ldquo;Nunca havia consumido second-hand antes de ter o meu pr&oacute;prio neg&oacute;cio, mas ap&oacute;s entender o quanto isso ajuda o planeta passei a enxergar com outros olhos, dando oportunidade para pe&ccedil;as que estavam paradas no closet de outras pessoas, fazendo a moda circular de maneira sustent&aacute;vel. Al&eacute;m disso, parei de acumular pe&ccedil;as e comprar em exagero. Atualmente tenho um closet mais enxuto. Se compro uma pe&ccedil;a nova, retiro outra que est&aacute; parada, dando oportunidade de outra pessoa usar.&rdquo;

Sandra revela que, al&eacute;m da conveni&ecirc;ncia do pre&ccedil;o,&nbsp; ganhou o gosto pela garimpagem de pe&ccedil;as que n&atilde;o est&atilde;o mais &agrave; venda em butiques oficiais. &ldquo;Tenho consumido muito mais em second-hands do que em lojas, pois o prop&oacute;sito disso &eacute; plaus&iacute;vel e sabemos o quanto &eacute; importante comprar aquilo que j&aacute; foi produzido e que j&aacute; gerou impacto no planeta.&rdquo; Ela contextualiza que a ind&uacute;stria da moda &eacute; uma das mais poluentes do mundo e ao comprar um produto que j&aacute; est&aacute; no mercado, que j&aacute; foi de outra pessoa, &eacute; poss&iacute;vel colaborar com o meio ambiente. &ldquo;Faz a moda circular de maneira sustent&aacute;vel e acess&iacute;vel, pois as pe&ccedil;as chegam a custar at&eacute; 70% a menos do que o pre&ccedil;o de loja. Cada produto revendido evita que um novo seja produzido e, com isso, diminui n&iacute;veis de polui&ccedil;&atilde;o&rdquo;, acrescenta.

Sandra Raffaelli é referência quando o assunto é moda sustentável

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