Rihanna foi uma das poucas a honrar o legado do Rei Kawakubo, o homenageado da noite. Explicamos o porqu&ecirc;!

A maioria dos <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/os-momentos-inesqueciveis-de-angelina-jolie-nas-telas-e-no-tapete-vermelho">red carpets</a>, especialmente nos &uacute;ltimos anos, tem sido uma sucess&atilde;o de looks bonitos, mas previs&iacute;veis. Isso faz especialmente sentido em uma &eacute;poca como a nossa, em que tudo o que envolve celebridades toma grandes propor&ccedil;&otilde;es nas redes sociais;&nbsp;&eacute; amar ou odiar, sem meios termos. Quem sai da zona de conforto, corre o risco de virar meme &ndash; e nem todo mundo lida bem com isso.&nbsp;
O <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/maquiagem-pink-e-destaque-no-met-gala-2017">baile do Met</a>, evento anual organizado pelo Metropolitan Museum of Art, de Nova York, &eacute; o evento ideal para que fashionistas e estrelas de Hollywood fujam das f&oacute;rmulas prontas dos&nbsp;tapetes vermelhos, dando uma certa licen&ccedil;a po&eacute;tica para que as celebridades saiam da caixinha na hora de se vestir. Ao menos, em&nbsp;teoria.&nbsp;
Quando o museu anunciou que a homenageada deste ano seria Rei Kawakubo, logo criamos altas expectativas sobre como as convidadas adaptariam o rico legado da estilista japonesa. Fundadora da Comme des Gar&ccedil;ons,&nbsp;Rei se tornou um &iacute;cone da moda com seu design andr&oacute;gino e&nbsp;experimental, sempre desafiando as no&ccedil;&otilde;es cl&aacute;ssicas de&nbsp;beleza e de g&ecirc;nero. Nos anos 80, ela conquistou Paris com suas cria&ccedil;&otilde;es assim&eacute;tricas, inacabadas, com muitas camadas e sempre em preto, branco ou cinza. Depois, a paleta de cores da marca cresceu, e o vermelho tamb&eacute;m se tornou parte importante da trajet&oacute;ria da estilista. Ela&nbsp;&eacute; somente a segunda personalidade viva a ser contemplada com uma exposi&ccedil;&atilde;o no Met &ndash;&nbsp;a primeira foi&nbsp;Yves Saint Laurent, em 1983. Em toda a sua hist&oacute;ria, n&atilde;o faltam imagens de impacto e pe&ccedil;as&nbsp;que causariam uma impress&atilde;o e tanto em um red carpet.&nbsp;
Na noite desta segunda-feira (01), no entanto, tudo isso apareceu muito menos do que esper&aacute;vamos no evento de gala do museu. Ainda assim, algumas das convidadas honraram a homenageada &ndash; caso da&nbsp;atriz Tracee Ellis Ross, que escolheu um modelo azul vintage incr&iacute;vel da Comme des Gar&ccedil;ons. Mas n&atilde;o era preciso usar CDG para entrar&nbsp;no tema. Nomes como Solange e Lily Aldridge apostaram em outras marcas, mas levaram em considera&ccedil;&atilde;o o quesito avante-garde&nbsp;na hora de escolher&nbsp;seus modelitos. Men&ccedil;&atilde;o honrosa tamb&eacute;m &agrave; atriz Lilly Collins, que apareceu com o ic&ocirc;nico corte de cabelo de Rei.
Mas, no fim, foi mesmo <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/um-batom-para-cada-signo-esta-e-a-novidade-da-marca-de-beleza-de-rihana">Rihanna</a> quem roubou a cena, com uma roupa (que mais parecia escultura) da cole&ccedil;&atilde;o de Fall 2016 da Comme des Gar&ccedil;ons &ndash; que ela usou com a naturalidade de quem veste jeans e camiseta. RiRi trouxe ainda mais personalidade &agrave; produ&ccedil;&atilde;o com&nbsp;sand&aacute;lias&nbsp;de amarra&ccedil;&atilde;o&nbsp;e uma <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/maquiagem-pink-e-destaque-no-met-gala-2017" target="_blank" rel="noopener">maquiagem cor-de-rosa bem dram&aacute;tica</a>.&nbsp;

Rihanna, de Comme de Garçons

Nas redes sociais, o look causou estranhamento em muita gente. Hoje, j&aacute; virou meme ao redor do mundo. Mas RiRi &eacute; do time que n&atilde;o deixa de fazer (ou vestir!) nada por receio do que os outros possam pensar. Pelo contr&aacute;rio: ela se apropria da piada e sabe, como poucas, rir de si mesma. Talvez seja exatamente esse o maior legado de Rei Kawakubo: manter-se fiel a quem voc&ecirc; &eacute;, sem se deixar frear pela opini&atilde;o alheia. Como bem definiu o <a href="https://www.nytimes.com/2017/05/01/fashion/rei-kawakubos-commes-de-garcons.html?_r=0" target="_blank">New York Times</a>, &quot;Muitos designers trabalham com o objetivo de fazer as mulheres ficarem bonitas. Ms. Kawakubo parece trabalhar com o objetivo de fazer as mulheres olharem de novo&quot;. Rihanna nos despertou exatamente isso: a vontade de olhar e olhar repeditamente para as imagens de sua roupa, descobrindo um detalhe novo a cada vez.&nbsp;

O que diferencia a estilista e sua marca das outras &eacute; justamente o toque artesanal (em seu sentido mais literal), quase bruto, das pe&ccedil;as, que a aproxima muito mais do universo da alta-costura e da verdadeira arte do que da moda r&aacute;pida e descart&aacute;vel comum a tantas outras grifes. Aqui, as roupas&nbsp;n&atilde;o s&atilde;o meramente roupas, mas as respons&aacute;veis por trazer um universo antes restrito &agrave;s fantasias e salas de museus &agrave; realidade, por mais esquisita que essa, a princ&iacute;pio, pare&ccedil;a. Antes estranho, afinal, do que banal.

Rihanna: por que a cantora usou o melhor look do Met 2017?

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