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<p><em>Depois de mais de 20 anos instalado num gigantesco estúdio em Nova York, o diretor criativo <span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">Giovanni Bianco </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">transpôs o seu laboratório de ideias para o </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">atual espaço </span><span style="font-family: inherit; font-size: inherit; font-variant-caps: inherit; letter-spacing: 0px;">em São Paulo.</span></em></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>The Factory (A Fábrica), o estúdio do artista americano <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/cultura/andy-warhol-em-sp-pop-art-ganha-vida-em-mostra-imersiva">Andy Warhol</a>, em <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/beleza/beleza-6-tendencias-da-semana-de-moda-de-nova-york-2025">Nova York</a>, entrou para a história da pop art, entre os anos 1960 e 1980, como um liquidificador de ideias e de comportamento. O lugar, famoso também por suas festas, era frequentado por nomes como <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/mick-jagger-e-melanie-hamrick-noivos-mas-sem-planos-de-casar">Mick Jagger</a> e Bob Dylan, boêmios, escritores e a turma do cinema, pessoas que pareciam querer muito mais do que os &ldquo;15 minutos de fama&rdquo; eternizados por Warhol. Ali, o genial criador produzia sem parar litografias, serigrafias e pinturas até hoje cultuadas. A bem da verdade, a usina de inovação teve três endereços em Manhattan, mas pouco importava o endereço, as ideias é que fincavam raiz.</span></p>
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FOTOS GIAN FRANCO / DIVULGAÇÃO

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<p style="text-align: justify;"><span>Em 2020, pouco antes da pandemia, um outro estúdio nova-iorquino, com o perdão da comparação &ndash; embora devida &ndash;, também se preparava para levantar acampamento e fazer história em outro canto: o ítalo brasileiro Giovanni Bianco, depois de duas décadas com o seu GB65 no West Village, fez as malas para os Jardins, em São Paulo. &ldquo;Sempre tive um office em São Paulo, pequeno, porém funcional, depois da pandemia decidi mudar fisicamente e fazer o meu novo estúdio&rdquo;, conta Giovanni.</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span>A agência criativa especializada em moda, luxo, varejo, lifestyle e entretenimento é responsável pela criação visual de marcas como Miu Miu, Versace, Missoni, Marni e Dolce &amp; Gabbana, além da brasileira Arezzo, entre outras. Bianco chamou para si os holofotes ao virar queridinho de Madonna, para quem dirigiu espetáculos e fez capas de discos. Ele foi considerado o nome brasileiro mais influente no mundo da moda internacional e trabalhou com os gigantes da fotografia, como Steven Klein e Annie Leibovitz. Foi Klein, aliás, quem apresentou Madonna a ele, em 2003.</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span>A carreira e o badalado estúdio iam muito bem, mas a vontade de voltar a morar no Brasil bateu, e ele, que já tinha um apartamento em São Paulo, encomendou o projeto de arquitetura de sua &ldquo;factory&rdquo; nacional ao escritório Metro Arquitetura, o mesmo que, recentemente, entregou o esperado anexo do Masp, na avenida Paulista. &ldquo;Houve muita expectativa no início&rdquo;, relembra Gustavo Cedroni, um dos sócios da Metro. &ldquo;É um cara de muito repertório, havia imensas possibilidades, mas também riscos.&rdquo; Para a surpresa da equipe, que envolveu o outro sócio, Martin Corullon, e mais três arquitetos, o processo foi tranquilo. &ldquo;Por ser quem é, Bianco sabe que a liberdade para criar é fundamental e nos deu carta branca&rdquo;, diz Cedroni. &ldquo;O desenho deles é simples e ao mesmo tempo muito sofisticado. Temos o olhar parecido para o universo&rdquo;, complementa Bianco.</span></p>
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Foto: Gianfranco Vacani

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<p style="text-align: justify;"><span>O projeto foi feito em etapas e ocupou diferentes andares de um mesmo edifício. A primeira delas foi o escritório, marcado pelo ritmo modular de uma estante metálica que ocupa toda a planta no seu sentido longitudinal e organiza a circulação. A peça em chapa de aço branca é composta por painéis de correr e prateleiras leves &ndash; elementos que oferecem um suporte flexível para as mais diversas atividades que acontecem no local.</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span>Uma das poucas exigências de Bianco foi que o piso de toda a área fosse um ladrilho hidráulico usado por Paulo Mendes da Rocha em muitas das obras feitas por ele em São Paulo. Giovanni mora em um prédio assinado por ele a poucos metros do seu atual estúdio. Provocar uma unidade, usando materiais singulares foi um dos pontos de partidas do projeto do escritório paulistano. &ldquo;É como se fosse uma grande ideia e só ela&rdquo;, afirma Cedroni &ldquo;É um enorme armário de chapas de aço que divide as áreas. Os desdobramentos das estantes organizam e conectam o todo.&rdquo; A sala de reuniões e a parte administrativa ficam junto à fachada frontal do edifício, com amplas janelas que enquadram uma árvore como se fosse pintura. Já a equipe, composta por 20 pessoas, ocupa a zona central do layout, dividindo-se em 16 estações de trabalho.</span></p>
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<p style="text-align: justify;"><span>Desafio mesmo foi abrigar o acervo definitivo de Bianco vindo de Nova York. Ele é louco por livros, e também guarda centenas de revistas, catálogos, em mais de 9 mil itens. Na biblioteca, o desenho foi pautado por um sistema estrutural em marcenaria no estilo japonês, que garante grande resistência através da amarração de peças esbeltas de madeira. A partir dele foram elaborados móveis, prateleiras, mesas e carrinhos. Ali, o conceito de poucos materiais repetiu-se: piso de cimento queimado, paredes e teto brancos e mobiliário em madeira. Ao lado da biblioteca desponta o ateliê, terceira etapa do planejamento. Junto à fachada, ele responde à necessidade de um espaço amplo para atividades, discussões e projeções. Mas é numa enorme mesa que Bianco se debruça sobre uma de suas maiores paixões &ndash; a pintura, além de objetos tridimensionais.</span></p>
<p style="text-align: justify;"><span>As três fases do projeto aconteceram em períodos entre 2020 e 2024, até que o estúdio, com todas as referências, embebido de um acervo gigantesco, fizesse rodar o universo de Giovanni Bianco e de sua equipe. Brasileiros sim, mas conectados pela alma cosmopolita do dono da fábrica.</span></p>
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Giovanni Bianco inaugura nova fase criativa em São Paulo

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