PFW: Louis Vuitton colabora com Nigo para nova coleção masculina

A moda é uma caixinha de surpresas. Quando você pensa que já viu o suficiente para não se impactar mais, vem alguém e revira tudo pelo avesso. Foi o que fez Pharrell Williams, em seu desfile outono-inverno 2025, que aconteceu num anexo do museu do Louvre. Dentro de um enorme cubo espelhado, o desfile rolou ao som de uma orquestra ao vivo – e de batidas do eletropop – e foi ambientado em uma passarela circular, permeada por caixotes translúcidos (com jeitão de arquivos de alguma biblioteca bacanuda), numa ode aos sonhos admirados pelas lentes de um caleidoscópio. Em collab com Nigo, designer da Kenzo, Pharrell debruçou-se nos ícones da Louis Vuitton para traduzir a sua odisseia em pleno presente diatópico. Numa coleção que foi do bege ao azul-marinho, passando pelo cinza mescla, com marrons de sobra e muito cor de rosa, caimentos ajustados ao corpo e as mesmas estampas que marcam os tempos de Williams à frente da direção criativa do masculino da maison (pixels à la Minecraft), a LV incorporou oncinha, detalhes de pele e xadrez aos seus códigos atuais. Também teve malharia, paletós transpassados, bermudas-saias, jaquetas college e puffer, sobretudos, tricôs, baús translúcidos, jeans escuros (com lavagens desbotadas), bolsas de mão, mochilas, camisas de beisebol, gorros e sapatos exagerados. O orientalismo de Nigo veio paginado em camisas, casacos encurtados e sobreposições urbanas. Outros destaques da série foram vistos no efeito ótico do xadrez de tabuleiro, no couro texturizado, nos casaquetos e nas intervenções apocalípticas combinadas entre si. Sem dúvida, uma verdadeira odisseia menos futurista e mais pés no chão.