Publicado pela Artesol, livro T&ecirc;xteis do Brasil quer retomar tradi&ccedil;&atilde;o de registro dos nossos fazeres &agrave; m&atilde;o

A feitura artesanal que faz parte do cotidiano dos rinc&otilde;es brasileiros tem suas hist&oacute;rias e peculiaridades muito pr&oacute;prias. <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/editorial-de-moda-forca-poder-e-vulnerabilidade">Rendas</a>, pontos, agulhas e <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/transparencias-trendy-temporada">bordados</a> que vieram de outros lugares e foram adotados, exercitados e transformados por m&atilde;os de mulheres pa&iacute;s adentro durante s&eacute;culos fazem parte de um roteiro imaterial extremamente precioso, cultura que ainda &eacute; muito transmitida no boca a boca &ndash; e com os olhos nos dedos treinados. &Eacute; no registro e na preserva&ccedil;&atilde;o desses saberes que se debru&ccedil;a o livro T&ecirc;xteis do Brasil, rec&eacute;m-publicado pela Artesol, organiza&ccedil;&atilde;o idealizada por Ruth Cardoso nos anos 1990 que se dedica a apoiar e fomentar <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/artesanal-precioso-editorial-de-moda-exclusivo">artes&atilde;os</a> e suas produ&ccedil;&otilde;es.

Foto: Divulgação

Projeto gestado h&aacute; anos por iniciativa (e insist&ecirc;ncia) de Helena Kussik, antrop&oacute;loga que assina a coordena&ccedil;&atilde;o da obra, o livro re&uacute;ne n&uacute;meros imensos como o nosso territ&oacute;rio. Foram mais de 10 mil quil&ocirc;metros rodados durante meses em 14 munic&iacute;pios do Nordeste, envolvendo 340 artes&atilde;s. Entre conversas, oficinas pr&aacute;ticas e uma senhora escarafunchar em hist&oacute;rias e origens, T&ecirc;xteis do Brasil &eacute; n&atilde;o s&oacute; um apontamento de antecedentes, mas um singular manual pr&aacute;tico de como se faz quatro rendas (renascen&ccedil;a, irlandesa, singeleza e de bilros) e tr&ecirc;s bordados (labirinto, boa-noite, redend&ecirc; e fil&eacute;).

Em busca do ponto perfeito: cenas dos registros de rendas e bordados pelo Nordeste brasleiro - Foto: Nathália Abdalla

&ldquo;Pesquiso as rendas h&aacute; tempos e sempre senti uma car&ecirc;ncia muito grande de registros desse trabalho, da nossa cultura imaterial. Havia uma tradi&ccedil;&atilde;o de publica&ccedil;&otilde;es, especialmente at&eacute; os anos 1950, sobre essas t&eacute;cnicas, que se perdeu com o tempo&rdquo;, conta Helena, que, na Artesol, &eacute; coordenadora do projeto Rede, que mapeia e trabalha com artes&atilde;os e artes&atilde;s pelo pa&iacute;s. &ldquo;H&aacute; entre eles esse desejo de fazer o repasse desses conhecimentos, al&eacute;m das iniciativas das associa&ccedil;&otilde;es locais: de um suporte mais formal.&rdquo;

Com inspira&ccedil;&atilde;o nos tradicionais manuais de antigamente, Kussik foi a campo com a fot&oacute;grafa Nathalia Abdalla e a ilustradora Camila do Ros&aacute;rio para aprender e fazer o apontamento das min&uacute;cias de cada m&eacute;todo. Pesquisa feita, o bailado dos fios e agulhas foi traduzido em preciosas ilustra&ccedil;&otilde;es passo a passo com textos t&eacute;cnicos de Bianca Matsusaki, em uma grande tradu&ccedil;&atilde;o dos saberes que sempre foram difundidos de m&atilde;es para filhas, por gera&ccedil;&otilde;es, mais na pr&aacute;tica do que na teoria.&nbsp;

&Eacute; a partir dessas mulheres que o livro se transforma, com os fazeres emaranhados em hist&oacute;rias. &ldquo;O livro traz essa dimens&atilde;o humana necess&aacute;ria para outros trabalhos no Brasil: pois ao olhar para a cultura popular, para o artesanato tradicional, parece uma grande massa que sempre esteve ali, um dom&iacute;nio p&uacute;blico que surgiu sozinho. Fizemos quest&atilde;o de localizar no tempo e espa&ccedil;o onde elas s&atilde;o feitas, pois o espa&ccedil;o determina muito as paisagens culturais, as escolhas de materiais, cores e estilos&rdquo;, diz a autora. &ldquo;Essa criatividade est&aacute; diretamente ligada aos locais e &agrave;s mestras. Por isso trazemos os nomes de todas as artes&atilde;s que participaram. N&atilde;o &eacute; uma grande massa de conhecimento; h&aacute; rostos, hist&oacute;rias, rela&ccedil;&otilde;es que se formam entre um ponto e outro.&rdquo;

Livro Têxteis do Brasil quer retomar a tradição de fazer à mão

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