O Brasil &eacute; mais uma parada da bailarina Maria Caruso, em um tour mundial com o espet&aacute;culo que foi sua aposta em tempos de pandemia

&ldquo;A dan&ccedil;a &eacute; para todas as pessoas e todos os corpos&rdquo; &eacute; a filosofia da <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/cultura/a-bailarina-de-jeff-koons">bailarina</a> americana Maria Caruso que acaba de chegar no Brasil com o seu espet&aacute;culo solo Metamorphosis, ap&oacute;s temporada no circuito off-broadway em Nova York.
A <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/moda/conheca-o-bailarino-protagonista-da-primeira-campanha-do-c-a-studios">coreografia</a> autobiogr&aacute;fica &eacute; uma express&atilde;o art&iacute;stica que mistura a dan&ccedil;a e o teatro, algo t&atilde;o peculiar que at&eacute; os maiores ve&iacute;culos de <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/hommes/de-nova-york-para-toscana-massimo-ferragamo-volta-a-italia-para-desfrutar-a-aposentadoria">Nova York</a> tinham dificuldade para categorizar. A apresenta&ccedil;&atilde;o dura em torno de uma hora e traz a hist&oacute;ria de descobertas e emo&ccedil;&otilde;es da bailarina. &ldquo;S&atilde;o as minhas mem&oacute;rias. &Eacute; a metamorfose da Maria Caruso e n&atilde;o de outra pessoa. Por isso que leva o meu nome, porque &eacute; uma das &uacute;nicas pe&ccedil;as que tenho que &eacute; realmente pessoal&rdquo;, conta Maria, no seu quarto de hotel ainda com as roupas de ensaio enquanto fal&aacute;vamos por videoconfer&ecirc;ncia.

O Brasil &eacute; mais uma parada em um tour mundial com o espet&aacute;culo que foi sua aposta em tempos de pandemia. Incentivada pelo marido cientista, Maria entendeu logo de cara que as coisas iriam demorar para voltar ao normal e seria necess&aacute;rio flexibilizar tanto a sua escola e companhia de dan&ccedil;a, como seus pr&oacute;prios espet&aacute;culos. Com a ajuda de dois produtores que estavam dispostos a arriscar, levou seu espet&aacute;culo &agrave; cidade que nunca dorme, assim que os teatros reabriram em setembro com uma temporada de nove semanas. &ldquo;N&atilde;o estava lotando o teatro todas as noites, mas ningu&eacute;m estava naquela &eacute;poca. Ficava feliz em estar liderando o movimento das artes voltarem ao palco, particularmente a dan&ccedil;a&rdquo;, explica.&nbsp;

Por ser um espet&aacute;culo solo, h&aacute; mais flexibilidade seja para interromper e retomar as apresenta&ccedil;&otilde;es ou at&eacute; mesmo para viajar para outras cidades e pa&iacute;ses, algo que de fato Maria tem feito nos &uacute;ltimos dois anos, &ldquo;eu n&atilde;o esperava que metamorfoses teria o impacto que teve. Tive muita sorte, eu sei disso. Foi uma porta que estava aberta e eu corri em dire&ccedil;&atilde;o a ela&rdquo;. Mas entre todos os pa&iacute;ses, o Brasil ainda tem um lugar especial em seu cora&ccedil;&atilde;o, ao ponto de acompanhar o mercado imobili&aacute;rio e sonhar com um apartamento pr&oacute;prio em S&atilde;o Paulo.
Sua hist&oacute;ria de amor com o Pa&iacute;s j&aacute; &eacute; de algum tempo. Em setembro de 2021, quando veio a convite de uma aluna fazer uma a&ccedil;&atilde;o volunt&aacute;ria na Obra Social Dom Bosco e tamb&eacute;m um breve interc&acirc;mbio de coreografias para a Cisne Negro Cia de Dan&ccedil;a. Na Dom Bosco, apresentou Metamorfose para 600 crian&ccedil;as em um gin&aacute;sio que resultou em uma das experi&ecirc;ncias mais fortes de sua vida. &ldquo;Eu nunca havia dan&ccedil;ado essa coreografia em um espa&ccedil;o t&atilde;o grande. E nunca havia recebido tantos abra&ccedil;os. N&atilde;o havia antes experienciado humanidade e a beleza disso de uma forma t&atilde;o potente como vivi isso no Brasil. Este foi meu primeiro dia no Brasil e j&aacute; de cara me apaixonei pelo pa&iacute;s&rdquo;, lembra ela, &ldquo;eu n&atilde;o falava o idioma e me senti t&atilde;o conectada. Mais do que eu j&aacute; estive em toda a minha vida&rdquo;.

A recep&ccedil;&atilde;o calorosa e a gentileza das pessoas que encontrou em sua visita, foram os motivadores para que ela encontrasse parcerias entre a sua companhia de dan&ccedil;a Bodiography e escolas e companhias brasileiras. &ldquo;Mais do que parcerias de dan&ccedil;a, h&aacute; um entusiasmo para a educa&ccedil;&atilde;o de crian&ccedil;as&rdquo;, explica, &ldquo;o objetivo n&atilde;o s&oacute; desenvolver os talentos no Brasil, mas tamb&eacute;m criar oportunidades e lugares para que estes talentos tenham para onde ir&rdquo;, algo que segundo ela &eacute; um dos maiores desafios no mercado de dan&ccedil;a local.
Maria olha para o meio art&iacute;stico de uma forma pouco usual. Sua pr&oacute;pria companhia de dan&ccedil;a &eacute; constitu&iacute;da de uma forma totalmente diferente das estruturas tradicionais de escolas e companhias de dan&ccedil;a como Bolshoi, NYC Ballet ou at&eacute; mesmo escolas mais modernas como a de Martha Graham e Alvin Alley. &ldquo;A gente tem que se afastar desse formato r&iacute;gido que a dan&ccedil;a ainda tem hoje em dia&rdquo;, diz. Ao inv&eacute;s de apenas empregar ou treinar somente aqueles bailarinos com corpos e t&eacute;cnicas perfeitas que podem dedicar totalmente para a dan&ccedil;a, a Bodiography tem diferentes bra&ccedil;os que comportam os mais variados interesses, n&iacute;veis e tipos de corpos.

&ldquo;Deus aben&ccedil;oe os bailarinos que nasceram com o corpo perfeito para o bal&eacute;, ou aqueles que foram desenhados para estar no Bolshoi e na Op&eacute;ra de Paris. Mas nem todo mundo foi feito assim. Nem todas n&oacute;s podemos ser como a Julie Kent ou Nureyev&rdquo;, brinca. A filosofia que tem sobre a dan&ccedil;a ser mais ampla &eacute; resultado de sua pr&oacute;pria experi&ecirc;ncia no meio, &ldquo;eu queria desesperadamente dan&ccedil;ar na minha vida. Mas eu n&atilde;o me encaixava em lugar algum. E isso quase me matou. Eu quase me matei por causa disso. Pela falta de oportunidade, falta de apoio e pela falta de amplitude nesse mundo. Voc&ecirc; vai ser apenas uma bailarina?&rdquo;.&nbsp;
Por isso, hoje foca grande parte dos seus esfor&ccedil;os em educar sobre a dan&ccedil;a e criar oportunidades para novos talentos. &ldquo;Mais do que nunca a gente percebeu a import&acirc;ncia das artes, principalmente neste per&iacute;odo de pandemia. Sigo a minha cruzada para provar ao mundo que a dan&ccedil;a tem o seu lugar e que &eacute; um universo maior do que se imagina&rdquo;, refor&ccedil;a e por isso tem grande admira&ccedil;&atilde;o pela diversidade cultural que h&aacute; no Brasil.

Nas semanas que passar&aacute; em S&atilde;o Paulo, ela far&aacute; novamente uma atua&ccedil;&atilde;o volunt&aacute;ria no&nbsp;Projeto Dom Bosco, participar&aacute; de workshop na&nbsp;Universidade Anhembi Morumbi, seguir&aacute; com o interc&acirc;mbio cultural com a&nbsp;Cia de Dan&ccedil;a Cisne Negro&nbsp;e tamb&eacute;m no aux&iacute;lio de cria&ccedil;&atilde;o de obra coreogr&aacute;fica para a&nbsp;Cia de Dan&ccedil;a Sem Fronteiras&nbsp;(companhia de dan&ccedil;a inclusiva). E seu espet&aacute;culo Metamorphosis ser&aacute; apresentado em Belo Horizonte e S&atilde;o Paulo. Para informa&ccedil;&otilde;es de datas, ingresso e mais detalhes sobre obra:&nbsp;<a href="http://www.metamorphosismac.com/">www.metamorphosismac.com</a>

Ballet: Pas de Deux de Maria Caruso com o Brasil

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