Palm Beach convida, com sua impon&ecirc;ncia, o visitante a uma viagem no tempo e &agrave; descoberta de uma hist&oacute;ria de amor

Em Palm Beach, uma das mais impressionantes <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/pop-culture/ana-hickmann-vende-mansao-por-r-40-milhoes">mans&otilde;es</a> da era dourada dos <a href="https://www.revistalofficiel.com.br/viagem/boston-chicago-road-trip-dos-sonhos">Estados Unidos</a> convida, com sua impon&ecirc;ncia, o visitante a uma viagem no tempo e &agrave; descoberta de uma hist&oacute;ria de amor. Confira!

Desde o sucesso da s&eacute;rie The Gilded Age, produ&ccedil;&atilde;o &eacute;pica de Julian Fellowes para a HBO que mostra o enriquecimento exponencial ocorrido por volta de 1880 na Am&eacute;rica do Norte, passeios que remetem ao per&iacute;odo ganharam mais adeptos. E eles n&atilde;o ocorrem apenas em Nova York, ber&ccedil;o dos magnatas.

A Fl&oacute;rida conquistou reputa&ccedil;&atilde;o internacional como um destino de arte, indo muito al&eacute;m de suas atividades solares e de compras. A &oacute;tima curadoria, parte dela advinda da riqueza de seus moradores, tamb&eacute;m j&aacute; ultrapassou os limites de Miami, cidade conhecida pela Art Basel. Em Palm Beach, por exemplo, um dos passeios obrigat&oacute;rios &eacute; a impressionante constru&ccedil;&atilde;o, em tamanho e em hist&oacute;ria, que um dia foi morada de Henry Morrison Flagler. Hoje &eacute; um museu e um centro de ensino e de exposi&ccedil;&otilde;es sobre a Gilded Age. Ela pode ser convenientemente acessada por carro ou via ferrovi&aacute;ria desde os principais aeroportos, com a nov&iacute;ssima Brightline. De West Palm Beach para Fort Lauderdale, por exemplo, s&atilde;o apenas 30 minutos de trem, o que melhora o tr&acirc;nsito de brasileiros que n&atilde;o querem alugar ve&iacute;culos para explorar o entorno e suas peculiaridades.

Whitehall&nbsp;

Ap&oacute;s a sociedade com John D. Rockefeller, como co-fundador da Standard Oil, Henry Morrison Flagler resolveu, em sua aposentadoria, investir no desenvolvimento da Fl&oacute;rida. Entre seus empreendimentos estava uma linha ferrovi&aacute;ria, bem como hot&eacute;is de luxo, o que fez com que Palm Beach se tornasse um dos mais desejados destinos de inverno para os americanos que buscavam um clima melhor do que os ventos gelados ao norte do pa&iacute;s. A Whitehall ficou conhecida como uma das resid&ecirc;ncias privadas mais luxuosas do mundo. Morada de Flagler e de suas festas disputadas pela alta sociedade, a casa tamb&eacute;m possui um fundo rom&acirc;ntico. Sua constru&ccedil;&atilde;o, finalizada em 1902, foi um presente do empres&aacute;rio para sua esposa, Mary Lily Kenan. A resid&ecirc;ncia, designada como casa de ver&atilde;o pela fam&iacute;lia, era perfeita para a sa&uacute;de debilitada de Mary pelo seu entorno de clima ensolarado, por&eacute;m fresco.
&nbsp;Os arquitetos John Carr&egrave;re e Thomas Hastings, criadores de outros projetos ic&ocirc;nicos daquele per&iacute;odo, como o pr&eacute;dio do Senado, a biblioteca p&uacute;blica de Nova York e a mans&atilde;o de Henry Clay Frick, foram os respons&aacute;veis pela magnitude da casa grande, por&eacute;m aconchegante.

O museu

Em 1925, Whitehall abrigou um hotel de luxo, at&eacute; sua neta tomar as r&eacute;deas da propriedade, evitando assim uma poss&iacute;vel demoli&ccedil;&atilde;o, em 1959. Atualmente, o complexo est&aacute; repleto de obras de arte e experi&ecirc;ncias hist&oacute;ricas abertas ao p&uacute;blico.
Como o objetivo da institui&ccedil;&atilde;o &eacute; a preserva&ccedil;&atilde;o, o trabalho &eacute; bastante est&aacute;tico, ou seja, apenas de restaura&ccedil;&atilde;o por meio de minuciosa pesquisa. &ldquo;Se Flagler andasse por esses corredores hoje, diria que quase nada mudou&rdquo;, comenta David Carson, diretor de rela&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas. Realmente parece que entramos em uma c&aacute;psula do tempo ao transitar pelos ambientes de inspira&ccedil;&atilde;o da Renascen&ccedil;a italiana e do per&iacute;odo de Lu&iacute;s XIV e Lu&iacute;s XV, que refletiam o otimismo da &eacute;poca, advindo de uma guinada financeira do petr&oacute;leo e das ferrovias.

As obras

O hall de entrada impressiona. O teto, pintado e adornado, captura o olhar. Caminhando sem pressa por esse ambiente silencioso, voc&ecirc; depara com um rel&oacute;gio feito de bronze e pau-rosa. Chamado de Grand R&eacute;gulateur, est&aacute; no mesmo lugar desde quando foi adquirido. Seu case possui assinatura de Fran&ccedil;ois Linke, famoso cabinetmaker franc&ecirc;s. Outro espa&ccedil;o que encanta pela beleza &eacute; a Sala de M&uacute;sica. Decorada como uma casa de &oacute;pera, era ponto de encontro dos mais famosos m&uacute;sicos do per&iacute;odo. Tamb&eacute;m funcionava como uma galeria de arte. Entre as obras est&aacute; o retrato da senhora Flagler, de 1902. Nele, d&aacute; para notar um longo colar de p&eacute;rolas. Tal joia &eacute;, at&eacute; hoje, a venda mais valiosa da Tiffany.
No Grand Ballroom, onde os bailes mais disputados aconteciam, lustres feitos por Edwald F. Caldwell &amp; Co. com cristais Baccarat. Todo o ambiente &eacute; inspirado no Pal&aacute;cio de Versalhes. Em 1903, ali foi o local do Bal Poudr&eacute;, considerado a festa mais luxuosa da hist&oacute;ria da Fl&oacute;rida. J&aacute; o Flagler Ke nan Pavilion, onde um dos vag&otilde;es de viagem da fam&iacute;lia est&aacute; exposto, &eacute; uma &aacute;rea mais moderna do complexo, com obra entregue em 2005. A constru&ccedil;&atilde;o privilegia a bonita vista do Lago Worth. Ali, &eacute; poss&iacute;vel entrar no ve&iacute;culo de n&uacute;mero 91 e descobrir como os mais ricos da &eacute;poca viajavam, meio que como a primeira classe daquele tempo.
Al&eacute;m do passeio, que vale um dia todo, para ser feito com calma e assim se atentando aos detalhes, todas as tardes, do dia ap&oacute;s a A&ccedil;&atilde;o de Gra&ccedil;as at&eacute; o dia que antecede a P&aacute;scoa, o museu promove em seu Caf&eacute; des Beaux-Arts um ch&aacute; da tarde tem&aacute;tico da era dourada. Com scones, doces e pequenos sandu&iacute;ches, rep&otilde;e as energias da caminhada que atravessa a ideia do tempo.

Mais arte

Uma vez em Palm Beach para visitar o The Flagler Museum, n&atilde;o deixe de esticar a programa&ccedil;&atilde;o para outros dois pontos interessantes. O primeiro dele n&atilde;o est&aacute; distante do Whitehall. A Worth Avenue &eacute; considerada rua de passeio dos bilion&aacute;rios americanos. Al&eacute;m de lojas das principais grifes de luxo, tamb&eacute;m &eacute; parada obrigat&oacute;ria para quem deseja adquirir arte, devido ao alto n&uacute;mero de galerias. Entre elas est&aacute; a charmosa Raptis Rare Books. Essa livraria, decorada com muita madeira, que cria um ambiente aconchegante que tamb&eacute;m parece nos levar ao passado, &eacute; especializada em primeiras edi&ccedil;&otilde;es, originais e manuscritos em &oacute;timo estado de conserva&ccedil;&atilde;o. Entre as rel&iacute;quias rec&eacute;m-chegadas est&atilde;o Don Quixote em dois volumes, de uma edi&ccedil;&atilde;o rara; a primeira edi&ccedil;&atilde;o do Senhor dos An&eacute;is, com assinatura de J.R.R. Tolkien; p&aacute;gina de pr&oacute;prio punho do Di&aacute;rio de George Washington, com data de mar&ccedil;o de 1762; e uma c&oacute;pia de apresenta&ccedil;&atilde;o de &ldquo;Experimentos e Observa&ccedil;&otilde;es sobre Eletricidade&rdquo;, de Benjamin Franklin. A cole&ccedil;&atilde;o aumenta semestralmente, sempre com t&iacute;tulos que n&atilde;o s&atilde;o encontrados facilmente em outras livrarias especializadas em raridades. &ldquo;Temos muito orgulho de fornecer livros raros da mais alta qualidade e raridade e temos muito cuidado em catalogar, apresentar e garantir a autenticidade de cada pe&ccedil;a. O aspecto mais gratificante do neg&oacute;cio tem sido o desenvolvimento de relacionamentos com colecionadores exigentes em todo o mundo e a partilha da nossa paix&atilde;o por livros raros com cada pessoa que entra na nossa galeria&rdquo;, diz Matthew Raptis, idealizador.&nbsp;
O Boca Raton Museum of Art tamb&eacute;m &eacute; outro atrativo para quem foca a agenda cultural. Com sete d&eacute;cadas de hist&oacute;ria, &eacute; morada de obras cl&aacute;ssicas, mas com um flerte muito maior pelo contempor&acirc;neo. O mais interessante ali talvez seja a disposi&ccedil;&atilde;o das pe&ccedil;as. Ela mistura culturas, s&eacute;culos e estilos, muitas vezes de forma bastante contrastante. Apesar de ter o formato de um museu-padr&atilde;o, tamb&eacute;m intriga os visitantes com experi&ecirc;ncias dos sentidos, por meio de instala&ccedil;&otilde;es.

Palm Beach convida o visitante a uma viagem no tempo e ao amor

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